A comédia dos erros é uma das
primeiras peças de Shakespeare, estreada provavelmente em 1594, na Inglaterra.
Por aqui, em 2015, parece que, por
fim, a comédia de erros e desacertos governamentais veio à tona. Nesse mar
de lama em que se transformou a política nacional, “as vítimas do abuso
começam, aparentemente, a entender que o seu protetor é o seu algoz. Como
sempre no Brasil, tudo muito lento, meio letárgico e confuso, com as habituais
cascas de banana ideológicas largadas no caminho pelo opressor — "a culpa
é de FHC", "querem a intervenção militar", "é a burguesia
contra o Bolsa Família" etc. Como escreveu Fernando Gabeira, o velho
truque de jogar areia nos olhos da plateia — única instituição que dá 100%
certo no Brasil há 12 anos. O problema é que, mesmo com areia nos olhos, está
dando para ver que o petrolão ajudou a financiar a reeleição de Dilma. E agora?
Agora é hora de mostrar que o rei está nu. Sem medo do "exército" de
aluguel do MST que Lula convocou — nas palavras dele para defender o PT nas
ruas — e que farão o diabo para defender o que é nosso (deles)”, como ressaltou
Guilherme
Fiuza na revista ÉPOCA (08/03/2015).
Talvez por causa de todas as críticas
e gozações virulentas surgidas depois dessa
“bestice”, a presidente achou um outro culpado pela situação, como
consta no editorial do Estadão (10/03, A3): “A questão central é a seguinte:
estamos na segunda etapa do combate à mais grave crise internacional desde a
grande depressão de 1929." Foi com essa estarrecedora desculpa que Dilma
Roussef jogou no lixo todos os indicadores econômicos e se eximiu de qualquer
responsabilidade pela grave crise nacional que o Brasil enfrenta depois de
quatro anos de seu desgoverno. A grande responsável pelo desastre é a
presidente da República, como ficou claro em seu patético discurso do Dia das
Mulheres. Atrás da sua soberba assoma a absoluta incapacidade de admitir os
próprios erros, uma característica marcante de Lula e do PT que ela se
encarregou de levar a extremos e que a torna uma governante medíocre.”
Seria cômico, se não fosse tão
trágico...
Edição n.º 978 - página 04
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