sexta-feira, 9 de maio de 2014

Dilma ou Lula?



O governo da presidente Dilma Rousseff sofreu uma queda de popularidade em abril, segundo pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), realizada em parceria com o Instituto MDA e divulgada no final do mês passado. Nesse levantamento, a avaliação positiva do governo, que era de 36,4% em fevereiro caiu para 32,9%. A avaliação negativa, por sua vez, subiu de 24,8% em fevereiro para 30,6% no período de realização da pesquisa.




O levantamento também mediu a aprovação pessoal de Dilma, que oscilou negativamente. Em fevereiro, 55% aprovavam o desempenho pessoal da presidente, número que passou para 47,9% dos entrevistados nesta edição. A desaprovação, por sua vez, subiu de 41% em fevereiro para 46,1% em abril.

A queda nas intenções de voto da presidente Dilma para as eleições deste ano, segundo oposicionistas e mesmo governistas, se deve às denúncias de irregularidades na Petrobras. Os oposicionistas vão além. Atribuem ainda essa queda a uma conjuntura negativa de inflação alta, descontrole econômico, crescimento pífio, serviços públicos de péssima qualidade e à ação para barrar a investigação da Petrobras, sobretudo a participação da presidente na compra da refinaria Pasadena (EUA). “É o conjunto da obra de uma presidente que foi apresentada como grande gestora e revelou-se uma administradora incompetente. Foi uma fraude que aconteceu em 2010", disse o líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA). O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE) também reconheceu o impacto das denúncias sobre a Petrobras na queda da presidente na pesquisa. "Nenhum governo passa incólume a um bombardeio desse tamanho”, afirmou.

Quanto aos adversários mais significativos da presidente Dilma, a pesquisa registrou que o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), tem 21,6% das intenções de voto, frente a 17% no início deste ano. O ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), soma 11,8%, variação positiva de pouco menos de dois pontos porcentuais em relação a fevereiro, portanto, dentro da margem de erro do levantamento. Brancos e nulos chegam em 20% e o porcentual dos que não sabem ou não responderam atingiu a 9,6%.

Esses resultados mostraram o crescimento de Aécio e de Campos, que passam a capitalizar votos que a presidente vem perdendo. Com a perda de seis pontos porcentuais nas intenções de voto para presidente entre fevereiro e abril e o crescimento dos pré-candidatos de oposição, vislumbra-se a possibilidade da realização de um segundo turno nas eleições presidenciais deste ano. Muito embora, segundo a pesquisa, Dilma venceria Aécio e Campos em um eventual segundo turno, caso as eleições fossem hoje, a situação muda para o segundo turno. Essa a razão do movimento "Volta, Lula", cujo objetivo era substituir a candidatura de Dilma pela do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esse movimento ganha força na base aliada do governo, o que não preocupa a presidente Dilma, visto que ela acredita na lealdade do ex-presidente. Diz que convive com Lula desde 2000 e está com ele todos os dias desde 27 de abril de 2005 quando assumiu a Casa Civil e tem total confiança no líder petista. Dilma avaliou também que a Copa do Mundo não deve ter efeito na sua reeleição e as recentes pesquisas de intenção de voto são importantes, mas não decidem a eleição.

Todavia, parece que essa situação, pelo menos no momento, se encontra superada, posto que no 14º Encontro Nacional do PT, ocorrido em São Paulo, na última sexta-feira, dia 2, a presidente Dilma foi indicada como pré-candidata à reeleição pelo partido. Mas a oficialização da candidatura se dará somente em junho, na convenção nacional do PT.

No evento, petistas buscaram esvaziar o chamado movimento "Volta Lula", tanto assim que Dilma e Lula entraram juntos no auditório do centro de convenções Anhembi onde se realizava o encontro, sendo recepcionados pela plateia de cerca de 800 delegados do PT sob aplausos e aos gritos de "um, dois, três, Dilma outra vez".

Para a presidente Dilma e, em decorrência, para o PT, “alea jacta est”, ou seja, a sorte está lançada, caso a convenção nacional do partido não altere o andar da carruagem sufragando o nome de Lula.





 








Nenhum comentário:

Postar um comentário