sexta-feira, 9 de maio de 2014

O bem e o mal



Q
uantas lutas entre essas forças antagônicas! Uma defendendo a felicidade do homem e a outra tentando, desviá-lo de sua senda, de viver como filho de Deus.
Com o entendimento primário em relação aos aspectos do bem e do mal, a impressão que o ser mantinha como verdadeira, é que ambos os sentimentos encontravam-se fora de sua realidade íntima.
Tanto é que criamos figuras tenebrosas para representar o mal. Algumas meio homem, meio animal que tentavam seduzir as pobres criaturas e faziam-nas de joguete quando estas caíam em suas garras.
Apesar da inconsciência de suas potencialidades, de forma intuitiva, o ser não podia admitir que estivesse dentro de si algo que pudesse ser contrário àquilo que é da sua própria natureza. Somos filhos de Deus, herdamos do Criador sua genética, se assim podemos nos expressar por falta de analogia melhor. Logo, é inadmissível que as atitudes contrárias a sua essência, pudessem provir dela mesma.
O ser que é bom, não pode equivocar-se e praticar o mal. Foi por conta dessa postura que resolvemos terceirizar responsabilidades que são nossas.
O Demônio, Lúcifer, Satanás e tantas outras definições, ainda utilizadas por uma boa parcela da humanidade, continuam sendo o terceiro responsável, que busca incansavelmente tirar as criaturas do bom caminho, para se realizarem com a infelicidade delas.
Chegou-se mesmo ao absurdo de admitir que o Criador, disputava com a criatura, porque só poderia ter sido criada por ele próprio o infeliz desgarrado de seu rebanho, um verdadeiro anjo decaído, os pobres mortais. Deus sendo único luta contra o demônio que passou a ter status de divindade e poder semelhante.
Quando mais evoluídos e conscientes em relação aos enganos desta natureza, entendemos que essas figuras folclóricas serviram para uma época, ou ainda servem para parte da população do planeta, a insistência em terceirizar o mal ainda é hábito de muitos. São famosas as justificativas, tais como: sou assim por culpa do meio em que vivo; costumo agir desta forma, porque todo mundo age assim; cansei de ser bom; vivo dessa maneira por responsabilidade dos outros.
É o velho desculpismo e a fuga da responsabilidade que aos poucos foi criando insensatos, os cegos que não querem ver, conforme ensinamento de Jesus.
A realidade estampada para aqueles que estão interessados em distingui-la, é que a ignorância ao direito do outro, produz o mal dentro de nós mesmos e se espalha no coletivo. O egoísmo é a mola propulsora que faz e mantém aberta a ferida, onde os interesses da criatura, não permitem a sua cicatrização.
Emmanuel, na psicografia de Francisco Cândido Xavier, ensina com sabedoria a respeito do bem e do mal, simplificando para o nosso entendimento e desmontando as estruturas viciosas da transferência para o outro. Diz ele: “o bem é quando é bom para mim e para os outros e o mal, quando é bom só para mim.”
É obvio o ensino do iluminado mentor. Fica patente que o cultivo do egoísmo, em detrimento do direito e felicidade de nossos semelhantes, mesmo que trazendo ilusoriamente nossa felicidade é a representação do mal.
Por isso, a enfermidade nos acompanha há tanto tempo. Somos enfermos de nós mesmos porque nos viciamos em nós, e não transpusemos as barreiras para o relacionamento fraterno com o outro. Vivendo com justificativas para o comportamento ególatra, permitimos que as diferenças se acentuassem, em torno da etnia, credo, cor, posição social, entre outras.
É urgente que trabalhemos nossos pontos de vista, em relação não somente ao outro, mas principalmente a nosso respeito, dentro da lição clara de Jesus de que deveríamos fazer para o outro aquilo que gostaríamos dele receber.
Dessa forma, as mudanças para melhor que aguardamos em nossa presente morada, deixa de ser responsabilidade alheia e passa a ser assumida por nós, na exata conscientização de nossos compromissos conosco e com o semelhante.

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