Se estivesse fisicamente entre
nós, Bezerra de Menezes estaria hoje, 29 de agosto de 2014, completando 183
anos.
Quando se fala em Bezerra
de Menezes a maioria das pessoas o associa ao assistencialismo. O que mais se
destaca em sua biografia é uma determinação em auxiliar. Ele deu, até mesmo, o
seu anel de formatura para ajudar aos pobres. Em outra ocasião, doou o dinheiro
do bonde e foi a pé para casa.
Essas histórias são reais,
mas não esclarecem sua verdadeira personalidade.
Bezerra foi médico
homeopata. O apelido “médico dos pobres” não significava, na época, que ele
agia de forma assistencialista.
Os homeopatas, no tempo do
Império brasileiro (1822-1889), sabiam da necessidade social da medicina
atender ao povo e não só à elite. Criaram então, dezenas de clínicas para
atendimento gratuito.
Isto aconteceu antes da chegada
do Espiritismo no Brasil. Bezerra agia à maneira dos homeopatas.
O médico era bem informado.
Estudou Filosofia com profundidade, lia livros importados de Paris, conhecia
ciência e religiões.
Quando recebeu a primeira
edição de O livro dos Espíritos, o que
chamou sua atenção foi a inscrição acima
da primeira página: “Filosofia Espiritualista”.
Conforme descrito em Grandes
Vultos do Espiritismo, de Paulo Álvares de Godoy, Bezerra estava no bonde,
quando, com o livro nas mãos, comentou: “É ridículo confessar-me ignorante
desta filosofia, quando tenho estudado todas as escolas filosóficas. Pensando assim,
abri o livro e prendi-me a ele, como acontecera com a Bíblia. Lia. Mas não
encontrava nada que fosse novo para meu espírito. Entretanto, tudo aquilo era
novo pra mim! Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se achava em O Livro dos Espíritos. Preocupei-me
seriamente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia: parece que eu era
espírita inconsciente, ou, mesmo como se diz vulgarmente, de nascença.”
Depois de estudar
profundamente a Doutrina, Bezerra, que já fora político famoso, assumiu
publicamente sua condição de espírita. Algum tempo depois, passou a escrever
uma coluna no mais lido jornal da época, O
País, que tinha como diretor o senador Quintino Bocaiuva (1893-1912), que
também acabou tornando-se simpatizante do Espiritismo.
Edição n.º 950 - página 02
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