sexta-feira, 24 de abril de 2015

ELE SÓ QUERIA ESPERAR!...





“Outro dia, atravessando a rua, me deparo com um cego”. Ele estava parado na esquina.
Pensei, pensei, e com a melhor das intenções peguei no seu braço e o ajudei a atravessar a rua. Quando cheguei do outro lado deixei-o e segui meu caminho. Estava feliz e pensava: Hoje cumpri minha missão, fiz um gesto muito bonito...
Quando olho para trás, eis que vejo outra pessoa atravessando novamente o cego.
Pensei... O que teria acontecido!
Sem pensar duas vezes, fui correndo busca-lo agora já do outro lado da rua. Novamente ajudei-o a atravessar e fui embora.
Segui meu caminho. Mas, para meu espanto, quando olhei para trás, estavam atravessando outra vez o cego.
Ah! Não! Desta vez não agüentei e gritei: Parem com isso, vocês não estão vendo que ele quer ficar deste lado de cá?
E para minha admiração, o cego abriu a boca e falou: Pessoal, agradeço-lhes pela ajuda, mas não seria mais interessante vocês me perguntarem o que eu realmente quero fazer?
Nesta hora todos ficaram parados.
E... Para resumir, o cego estava esperando seu parente na esquina.
Como? É, “ele não queria ir nem para a direita, nem para a esquerda, ele só queria esperar!”.


Que grande aventura é conviver! Conhecer as pessoas é tarefa para toda a vida.
A convivência humana supõe tempo para ouvir, para falar, para se comunicar, para trocar idéias, para dialogar...  Para que haja crescimento e desenvolvimento pessoal e social, é necessário o conhecimento próprio e dos outros com quem nos relacionamos.
Muitas vezes no dia a dia, fazemos coisas, tomamos atitudes sem saber se é importante para o outro porque não nos preocupamos em conhecer a opinião dele.
É imprescindível o respeito às idéias, ao pensamento, aos valores de cada um. Sempre alguém tem alguma opinião sobre alguma coisa ou acredita num valor ou princípio diferente do nosso.
No cotidiano da vida familiar, no convívio social, no ambiente de trabalho acontecem os encontros, as descobertas dos talentos pessoais, a constatação da maneira peculiar de cada um ver o mundo e os acontecimentos. Mas, isso se torna concreto através da comunicação, do escutar e da expressão das pessoas.
Alguém pode ser realizado e feliz se vive só, fechado em si mesmo, sem partilhar, sem se permitir conhecer, sem sair ao encontro?
Que Deus nosso Pai nos ilumine para descobrirmos os meios necessários que nos ajudem a conviver na harmonia, no conhecimento e no respeito mútuo.















Edição n.º 984 - página 03

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