sexta-feira, 28 de abril de 2017

Efeitos das delações da Odebrecht



A Organização Odebrecht é um conglomerado brasileiro de capital fechado que atua em diversas partes do mundo nas áreas de construção e engenharia, infraestrutura, indústria, energia, transportes e meio ambiente.

Mas a Odebrecht não é só isso. Como estamos vendo, as delações de empresários da Odebrecht expuseram o modus operandi de grupos de poder instalados na República há mais de trinta anos, no sentido de favorecer políticos alçados às mais altas esferas do poder, que se aproveitaram de informações privilegiadas para formar um cartel. Não apenas o PT, mas outros partidos políticos, inclusive do atual presidente da República, com muitos ministros denunciados pelo envolvimento em esquemas de corrupção, na maior investigação feita no país cujos desdobramentos são imprevisíveis, diante do volume de dados ainda por serem obtidos com novas delações. Enquanto isso, no Senado Federal, está em tramitação projeto de lei que atualiza a lei do crime de abuso de autoridade. Políticos acuados pela operação Lava Jato querem conter a ação do Judiciário e minar o trabalho que vem sendo feito pelo Ministério Público e a Polícia Federal.




A operação Lava Jato, cujo nome decorre do uso de uma rede de postos de combustíveis e lava a jato de automóveis para movimentar recursos ilícitos pertencentes a uma das organizações criminosas inicialmente investigadas, é, hoje, a maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o Brasil já teve.

No dia 10 de maio está marcado, em Curitiba, um tête-à-tête do ex-presidente Lula com o juiz federal Sérgio Moro, protagonista da cruzada contra a corrupção no Brasil, que já colocou na cadeia políticos e empresários graúdos. Esse fato tem mobilizado acaloradas opiniões diversas nas redes sociais, com muitos querendo a prisão do líder petista e ex-presidente, enquanto outros, como Rui Costa Pimenta, do Partido da Causa Operária, fez circular na internet vídeo dizendo esperar mais de cem mil guarda-costas formados por militantes, defensores de Lula, que não deixarão que o prendam. Enquanto isso, o governo faz apressar a reforma trabalhista no Congresso Nacional, para evitar que se agrave a crise econômica no país, dando também munição para os partidos de esquerda acusarem o governo de colocar em risco direitos sociais dos trabalhadores.




Tudo isso revela que a crise atual não é só política, mas uma crise moral. Certamente o Brasil ganhará com tudo isso, na medida em que tais acontecimentos façam amadurecer as instituições democráticas. Queremos que a lei valha para todos, mas que todos também tenham os seus direitos de defesa. As eleições de 2018 refletirão, portanto, os resultados de toda essa mobilização, que esperamos, sejam para o bem do povo brasileiro, de todos nós.

























Edição n.º 1007

Página 08

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