Porque “recordar é viver”, é bom lembrar dos
projetos, publicações e realizações...
Há anos, em Valinhos, foi
feito um exercício teatral para dramatizar essa situação preocupante de
gravidez na adolescência.
Com um elenco formado por
seis meninas, de 11 a 13 anos, e a mãe de duas delas – todas do bairro Castelo
- , o diretor Tom Santos encenou “E agora? O que será?”, cujo roteiro foi feito
baseado em letras de músicas de Chico Buarque.
A escolha dos versos teve o
objetivo de encontrar palavras que transmitissem a sensibilidade à flor da
pele; o desalento causado pela gravidez não imaginada, mas já estabelecida; e a
profundidade das estranhas emoções dessa situação indesejada, em meninas que
apenas entraram na adolescência.
A montagem tratou do
assunto , muito sério, sem brincadeiras e sem referência jocosa ou leviana sobre
a gravidez precoce, que termina por “entornar sonhos” e transformar o jovem
coração em “um pote de mágoas”: a menina se defronta com o tempo como num
redemoinho, numa ciranda em que ela perde a inocência, ganha filho, e tem o
destino à deriva – “a mais linda roseira, levada pra lá”...
A maior encenação teatral
foi provocar uma reflexão sobre as possíveis consequências de uma gravidez não
programada, sem pretender dar lição de moral nem receita de como evitar, ou
solucionar, essa complexa situação.
Naquela época (dados de
1997), 228 meninas adolescentes tinham dado á luz seus bebês, na maternidade da
Santa Casa de Valinhos.
Em 2007, foram registrados
175 partos com jovens com menos de 20 anos de idade, no mesmo local, o que
comprova os dados da secretaria Estadual da Saúde de São Paulo e da Fundação
SEADE: “antes de qualquer ação específica, é o acesso à educação e a métodos
anticoncepcionais que protege a adolescente de uma gravidez indesejada”.
Edição n.º 1000 – página 07
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