sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Brasil bonito por natureza



Em vez de transformar a eleição num "ringue", os candidatos deveriam discutir os principais problemas, como o fiasco do turismo num país tão "abençoado por Deus e bonito por natureza." (Eliane Cantanhêde, Folha de S.Paulo, 17/10)



O número de turistas estrangeiros que viajam pelo Brasil gira em torno de 5 milhões por ano, com um "crescimento monótono", segundo o ministro do Turismo.
Isso é uma vergonha para um país com 200 milhões de habitantes, litoral de fazer inveja com suas praias de areias brancas e macias , sol o ano inteiro, Cidade Maravilhosa (1), Nordeste, Itaipu (2), Amazônia, Pantanal (3), e inúmeros outros pontos turísticos de grande beleza.  
A explicação recorrente para esse medíocre número de visitantes é a distância. "Mas por que um milhão de russos vão a Cuba a cada ano e não tem russo desembarcando aqui?", pergunta-se o próprio ministro. Porque o Brasil é caríssimo, com impostos de amargar, infraestrutura (hoteleira, aeroviária, rodoviária e de serviços) péssima e constrangedora falta de segurança e/ou de investimento na melhoria dos aeroportos (tem sentido esperar 40 minutos por uma mala?).
Além disso tudo, as passagens aéreas já estão custando dez vezes mais por conta da Copa, o que afugenta de vez os turistas.
Os aviões para os EUA, a Europa, e a Ásia estão sempre lotados porque brasileiros vão para esses lugares, mas os estrangeiros estão vindo muito pouco para cá. E os brasileiros preferem ir para fora do país, em vez de viajar por aqui, por causa dos preços e das condições. A articulista da Folha conta que “o embaixador de um grande país queria levar a família a Salvador, mas, ao ver os preços, ficou em Brasília mesmo. Vai acabar no Caribe...”
Talvez fosse o caso de se instituir, no Brasil, um “tour da corrupção” como atrativo turístico,  nos moldes do que já existe em Praga, capital da República Tcheca: um passeio pela cidade expondo os escândalos da corrupção institucional tcheca (hospitais superfaturados; canteiros de obras inacabadas;  mansões de políticos e empresários acusados de desvios de verba; e ministérios e outros órgãos públicos onde “trabalham” os tais).

Criada há pouco mais de um ano, a agência “Corrupt Tour” afirma com orgulho ser a única empresa no mundo especializada em passeios temáticos focados nesse “nicho”, e tem o objetivo, segundo o site da agência, de dar concretude a um fenômeno mundial “que muita gente não sabe que cara tem”.
 Entretanto, às vezes, a face “corrupta” de pessoas públicas notórias é revelada e punida. Nesta quarta-feira, por exemplo, o papa Francisco anunciou que o bispo de Limburg, na Alemanha, deveria ser mantido fora de atividade, depois que o tal bispo gastou 31 milhões de euros (aproximadamente R$ 93 milhões) para renovar sua residência oficial! Com essa suspensão, o Vaticano deu um exemplo ao mundo e mandou uma mensagem ao clero: não vai tolerar ostentação!
E neste país abençoado por Deus e bonito por natureza, quando os candidatos às eleições de 2014 irão dar importância ao tema do Turismo e discutir como e o que investir na área, para que o Brasil possa mostrar a sua melhor cara na Copa, nos Jogos Olímpicos e no resto do tempo?
           




Missão de fé




Os muladeiros de Valinhos completaram a 26ª Romaria à Aparecida do Norte, exultantes com a alegria do dever da fé cumprido.
Os membros da devoção (iniciada em 1988) pela Padroeira do Brasil, em reunião recente com o patrono Adriano Maçaira consideraram que, mais uma vez, tudo ocorreu muito bem.
Joaquim e Marcelo, que aderiram ao grupo de muladeiros pela primeira vez, prometeram: estaremos juntos no próximo ano!
Um pequeno contratempo aconteceu com a mula “Pretinha” do presidente dos muladeiros, Moacir: enquanto ela pastava, ao levantar a cabeça, chocou-se com uma ponta de ferro que feriu levemente a pele acima do olho. Como sempre, os muladeiros viajam com o suporte veterinário de Marcio Luiz Fagnani Jr. Ele fez o que precisava ser feito, e “Pretinha” continuou garbosamente, trotando até Aparecida, às vezes, se refrescando com a chuvinha leve que perdurou durante o trajeto dos sete dias de romaria.
Os muladeiros retornaram tão animados que já prometeram uma romaria mais bem alinhada para o próximo ano. E confirmaram à reportagem de NOTÍCIAS que, para a próxima romaria, já adquiriram um ônibus mais confortável e um caminhão mais espaçoso para a acomodação dos animais.
Como os romeiros de Valinhos chegaram em Aparecida com tempo firme e no dia do padroeiro dos animais, São Francisco, evidente que fizeram questão de aguardar a chegada do Arcebispo Dom Raimundo Damaceno para a benção dos romeiros e de suas montarias.
Texto
Tom Santos
Os romeiros valinhenses deram entrevistas para a TV de Aparecida e retornaram expressando a alegria de serem tão bem atendidos na Pousada Equestre Marcos Turri.

O QUE NOS MOVE E NOS FAZ VIVER!

                               
Existem situações na nossa vida pessoal, familiar e mesmo profissional, nas quais nos sentimos muito abatidos e achamos que não vamos conseguir superar os obstáculos.
O escritor Jim Stovall, conta uma história que nos propõe uma reflexão:
“Havia nos Andes duas tribos em disputas. Uma vivia na parte baixa; a outra, na parte alta das montanhas.
Um dia, a parte baixa foi invadida pelos povos do alto que além de saquearem os inimigos, raptaram um bebê e o levaram para as montanhas.
Os povos da parte baixa não conheciam os caminhos usados pelos povos da montanha. Não sabiam como chegar ao alto, como chegar aos inimigos ou rastrear seus passos pelos terrenos escarpados. Mesmo assim, enviaram seus melhores guerreiros para subir a montanha e trazer a criança de volta.
Os homens tentaram diferentes métodos de escalada. Primeiro um caminho, depois outro. Após vários dias de esforços, não tinham subido nem quinhentos metros.
Sentindo-se impotentes e sem esperança, os homens da parte baixa consideraram a causa perdida e se prepararam para voltar para sua cidade.
Enquanto arrumavam o equipamento para a descida, viram a mãe do bebê andando na direção deles. Perceberam que ela estava descendo a montanha que eles não tinham conseguido subir.
E então descobriram que o bebê estava amarrado às costas da mulher. Como era possível?
Um dos homens a saudou, dizendo: “Nós não tivemos êxito em subir a montanha. Como você chegou ao alto e nós, os homens mais fortes e capazes da cidade, não conseguimos?”
Ela encolheu os ombros e respondeu: “É que não era o filho de vocês que estava lá.”





Sabemos que na realidade só o amor, a compreensão, o perdão, a amizade, a confiança, a solidariedade e todos os sentimentos positivos podem nos mover e conduzir no caminho difícil e arriscado da superação dos problemas e barreiras do dia a dia...
Na escalada da montanha, para alcançar o objetivo, a nossa persistência é muito importante. É preciso não desistir facilmente! É preciso cultivar a esperança, buscar o conhecimento, ter uma atitude crítica e analisar todos os passos...
É preciso ter a consciência de que não estamos sozinhos nessa empreitada.
Deus, nosso Pai está sempre junto, nos inspirando e fortalecendo, e depois, todos os que nos querem bem. A vida é uma constante superação. Não importa o tamanho do obstáculo, por menor que seja ele vai nos animar porque o superamos.
Cada um de nós sabe das suas dificuldades pessoais e comunitárias, e sabe também da necessidade de ser forte e confiante para realizar seus planos, suas metas e propostas.
Essas, não são somente palavras bonitas que estamos acostumados a ouvir ou ler, mas expressam atitudes que precisamos tomar no cotidiano da vida.

Quando a personagem da história diz “não era o filho de vocês que estava lá”, ela resume toda a nossa reflexão. O amor resolveu o grande problema!









PROVA DE CARINHO

Olá boa tarde,
Resolvi escrever para vocês com o propósito de prestar um elogio ...
Assim que pego a edição do jornal NOTÍCIAS no mesmo instante procuro o texto da Josefina Palácio, pois suas palavras me tocam profundamente e me fazem refletir com a questão de como vemos o mundo.
Como eu adoro escrever e os meus textos são sobre reflexão e tudo mais, achei que ela gostaria de saber que uma das minha fontes de inspiração são suas palavras...
Bem, acredito que ela ficará feliz em saber que alguém aqui fora lhe da o devido valor. Gostaria que retornassem esse e-mail me informando o que ela achou do meu gesto.
Desde já agradeço!
Atenciosamente,
Fernanda Leslye



PREZADA FERNANDA LESLYE.
AGRADEÇO AS SUAS PALAVRAS DE CARINHO E ATENÇÃO.
REALMENTE FICO FELIZ COM SUA MANIFESTAÇÃO.
E SE VOCÊ TAMBÉM ESCREVE, GOSTARIA MUITO DE RECEBER ALGUNS TEXTOS SEUS.
COMO É IMPORTANTE QUE TENHAMOS TODOS, UMA ATITUDE DE REFLEXÃO E AÇÃO SOBRE O MUNDO E A VIDA!
MUITO OBRIGADA!
ABRAÇOS.

JOSEFINA PALÁCIO









Seus Melhores Momentos







Empresa estabelecida a quase 30 anos em Valinhos com consultoras especializadas onde você encontra tudo que precisa no Ramo de Joalheria.
Anéis, brincos, pingentes, pulseiras em prata 925, ouro 18K, joalheria e aço.
Anéis de formatura, mais de 300 modelos de alianças em ouro, prata e folheado.
Oficina própria de consertos e remodelagem de jóias.
No final de outubro nossa loja da rua 13 de maio no centro, será atualizada completamente para seguir as tendências do mercado da moda.

D´Luan Jóias sempre procura as melhores opções para fazer parte de “Seus Melhores Momentos”.







Edital de convocação








COMUNICAÇÃO CORPORATIVA E MARKETING – PROJETOS DE SUCESSO!


Conceitos de dados podem virar o jogo!” – Fabiana Galetol, da IBM


Busque, inove, ouse, apaixone-se, faça acontecer – as premissas do Grupo Comunique-se, realmente permearam o evento realizado em 21 de outubro, no Hotel Transamérica, em São Paulo.
Estudo de caso (case) é uma forma bastante interessante de aprendizado. Toda teoria é testada, comprovada ou refutada. E o mais importante: compartilha conhecimentos, de forma prática e realista. Sem devaneios!
Foi um dia especial, pautado pelo entusiasmo e experiência dos palestrantes e dos organizadores do evento.
A abertura foi feita por Marilei Schiavi, Diretora de Jornalismo da Rádio Metropolitana, como Mestre de Cerimônia; Rodrigo Azevedo e Maisa Dóris – CEO  e Diretora de Conteúdo e Educação do Grupo Comunique-se, respectivamente.
Fabiana Galetol, Diretora de Branding e Comunicação Externa da IBM, expôs o Ei! – projeto efetivado durante a Copa das Confederações, com o objetivo de ampliar a relevância da marca IBM para o grande público. Em poucas palavras, desenvolveram um aplicativo capaz de analisar sentimentos, a partir das manifestações postadas através da rede social Twitter, transformando-os em infográficos, em tempo real! Sim, isto é possível!
Paulo Marinho, Superintendente de Comunicação Corporativa do Itaú Unibanco, mostrou que é possível transformar expertise em conhecimento jornalístico. Como? Através de um programa modular de workshops para jornalistas, blogueiros e líderes de movimentos de defesa do consumidor. Principalmente para aqueles que escrevem sobre Economia e Finanças. Afinal, formadores de opinião precisam de conhecimentos consistentes.
Alexandre Lures, Diretor de Comunicação da Ambev, mostrou como garantiram o abastecimento dos mais de um milhão de PDV (ponto de venda) da companhia, durante as manifestações populares. Com este projeto, a área de Comunicação ganhou relevância na empresa, diminuindo o absenteísmo, as devoluções de produtos e melhorando a relevância da marca.
Beth Garcia, CEO da Approach Comunicação – a vencedora do Destaque 2013, falou do Rock In Rio 2011, que marcou a volta do maior festival de música do mundo – uma cobertura que não cabe em 140 caracteres. Fantástico.
Adryana Almeida, Sócia-Diretora da Agência Textual, falou sobre o UFC Brasil (Ultimate Fighting Championship) – que foi do preconceito à consagração.
Mônica Ferreira, Gerente Geral de Relacionamento com a Imprensa e Mídias Digitais da Vale, mostrou como uma empresa tradicional como a Vale, se relaciona com seus 550 mil seguidores nas redes sociais.


É mesmo muito bom estar entre os melhores, entre os que provocam mudanças!










O Advogado é indispensável



O inquérito policial é um procedimento policial administrativo, previsto no Código de Processo Penal Brasileiro como principal instrumento investigativo da polícia judiciária, com o objetivo de apurar a prática de uma infração penal e sua autoria. É instrução provisória, preparatória, destinada a reunir os elementos necessários (provas) a essa apuração. É o instrumento formal de investigações, compreendendo o conjunto de diligências realizadas por agentes da autoridade policial e também por ela mesma (delegado de polícia) para apurar o fato criminoso e descobrir quem o praticou. Em suma, é a documentação das diligências efetuadas pela polícia judiciária, conjunto ordenado cronologicamente e autuado das peças que registram as investigações.
O inquérito policial tem natureza administrativa, sendo exceção ao princípio da publicidade e tem caráter inquisitivo, já que nele não se entende presente o contraditório e a ampla defesa. É indisponível posto que não cabe à autoridade policial determinar, de ofício, o término do inquérito policial. Como no inquérito não há acusado e não é processo, mas sim procedimento, não se lhe aplica a disposição emergente do inciso LV do art. 5° da Constituição Federal, que dispõe que "aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ele inerentes". Em decorrência, ao advogado é assegurado apenas a consulta aos autos, mas não lhe é permitido acompanhar os atos desse procedimento.
Objetivando reverter essa situação, a OAB nacional apresentará à Câmara dos Deputados, por meio da Frente Parlamentar dos Advogados, projeto de lei estabelecendo que "ao investigado deve ser assegurado o direito de apresentar suas razões e requerer diligências, assistido por advogado".
O presidente nacional da OAB, Marcus Vinícius Furtado Coelho, apresentou esse projeto na abertura do Colégio de Presidentes de Subseções da OAB de São Paulo, realizado em Atibaia, afirmando que "necessitamos instituir o contraditório mínimo nos inquéritos, para evitar abusos e erros da investigação. Muitas denúncias podem ser evitadas se houver o esclarecimento sobre a matéria investigada".
Presente à solenidade, o presidente da frente parlamentar dos advogados, deputado Arnaldo Faria de Sá, endossou a proposta e confirmou o seu pleno apoio ao projeto, pela conveniência e oportunidade da iniciativa.
Para o presidente da OAB nacional, "contraria o Estado de Direito o cidadão tomar conhecimento apenas pela imprensa que está sendo investigado, sem direito a sequer ser ouvido e apresentar sua versão sobre os fatos. Por outro aspecto, com a aprovação do projeto, as pessoas pobres serão as mais beneficiadas, pois passarão a serem assistidos por defensores públicos ou advogados da assistência judiciária".
O presidente da OAB-SP e todos os presidentes das 226 subseções do Estado apoiaram a proposição, considerada essencial para a garantia dos direitos do cidadão.







sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Fábula ou farsa?



A presidente Dilma, que anda em fase de paz e amor, não abre mão de fazer o diabo na pré-campanha eleitoral antecipada, aliás, por ela mesma. Na hora do expediente, reuniu-se com seu mentor e mais conselheiros políticos, como o ex-ministro Franklin Martins e o 40º ministro, o marqueteiro João Santana, para discutir a corrida presidencial. Não deveria ser assim, mas, no Brasil, nada que é impedido por lei deixa de ser feito, pois as sanções pecuniárias são ridículas, e as morais já há muito não fazem mais efeito em nossos políticos.” (Merval Pereira, O Globo, 11/10)

Em reportagem da última 4ª-feira na Folha de S.Paulo, os articulistas constataram que, neste ano pré-eleitoral, a presidente e pré-candidata à reeleição passou 51 dias em deslocamentos pelo país, com agendas repetidas e entrega de moradias.
O governo federal tem focado as cerimônias de viagens em ações de alcance local, priorizando moradias, formaturas de escolas técnicas (como as do Pronatec, programa de ensino profissionalizante do governo, vendido como "porta de saída" do Bolsa Família, por oferecer cursos aos beneficiários do programa) e distribuição de retroescavadeiras e outras máquinas a prefeitos.
Isso porque não tem obras de impacto para entregar, já que “vitrines” como ferrovias e transposição do rio São Francisco continuam muito longe das metas iniciais, segundo aquela reportagem.

Nesta semana, em Vitória da Conquista (BA), a presidente participou de um evento para entrega de 1.740 moradias (ainda que sem infraestrutura completa) do “Minha Casa Minha Vida”. De acordo com o governo baiano, dessas 1.740 unidades entregues, mesmo todas já com os novos moradores, apenas 378 têm energia elétrica e água encanada nas torneiras!
Os restantes 1.362 beneficiários passam as noites à luz de velas, usam baldes com água trazida de outros locais e contam com ajuda desses vizinhos que já têm água e luz em suas casas (portanto, nada tão colorido ou alegre como a ilustração anexa sugere).
A escritora, ensaísta e membro da Academia Brasileira de Letras  Rosiska Darcy de Oliveira comentou no jornal O Globo (12/10) que, “no nosso triste país das condenações embargadas, das candidaturas proibidas, da política desgastada, impõe-se uma interrogação: será a esperança, aqui, o fantasma que morre sempre ao amanhecer ou ainda encontrará encarnação no dia a dia das pessoas honestas e solidárias? E ressurge um velho enigma: no mundo de hoje, o que é, onde está, para que serve o poder?”
Sim, será que o poder só serve para essa fabulação, que tira moradias incompletas de uma caixinha de surpresas, como uma farsa de atendimento aos anseios da população?
Ou não será tudo isso uma enganação em tempo de paz e amor?




Repensando o relacionamento


A terapia comunitária propõe que a partir de suas vivências, o indivíduo crie habilidades e condições de superar os problemas. É a terapia que deve promover o resistir, o retirar-se do problema.



Participei de uma sessão de terapia comunitária, coordenada por Élida Maria Espontão Castanho.
Depois de longa experiência com assistência social, Élida procurou novas técnicas para o trabalho de orientação de pessoas com entraves no relacionamento dentro do contextos em que vivem, o que envolve família, amigos e estranhos.

Somos parte de um todo.
Na teoria da linha sistêmica, que entende as pessoas como uma organização que não vive isolada, Élida descobriu a importância da conversa reflexiva, em que todos escutam todos.

Formação
Isto exigiu estudos, estágios e mais conhecimentos sobre as inter-relações pessoais, para poder promover o espaço de escuta e conversa.

Diferenças não apartam as pessoas
Constatei que a terapia comunitária é o espaço da conversa, da escuta do outro, no qual cada um coloca seu problema sem julgar se o problema vivido é pequeno ou grande perante o do outro. Cada problema é proposto como “próprio”, e não o “nosso’, ou o “da gente”.
Identificando as diferenças, a conversa reflexiva leva as pessoas a entenderem que as diferenças não constituem motivos para apartarem os diferentes.
Elimina-se o “ou” como eu quero “ou” como você quer.
Instala-se a coerência do “e” você “e” eu vamos formar um organismo social.

Ninguém é, mas pode estar!
Observei que na proposta da terapia comunitária, o terapeuta não dá receitas nem indica credos ou remédios.
No desenvolvimento da conversa destaca-se a substituição da expressão “fulano é” por “fulano está”.
Isso muda completamente a perspectiva de um fechamento para uma abertura de entendimento.
Porque, por exemplo, se uma pessoa está ciumenta ao invés de ser ciumenta, isso que dizer que ela não está isolada ou sozinha, e sim que, no momento, ela tem um problema na relação com alguém. O foco passa a ser o da relação.
E a reflexão terapêutica vai contribuir para um provável entendimento das causas de inquietações e desconfianças.

Narrando e escutando
Na terapia comunitária, o terapeuta-coordenador sugere que todos coloquem seu problema prioritário e, após a exposição de todos os participantes, o próprio grupo escolha o tema – problema do encontro.
A justificativa da Élida é que à medida que uma pessoa faz a narrativa de seu interesse, o narrador é o primeiro a se escutar e perceber que ele não está isolado do corpo social, porque os outros estão atentos ao seu problema.
A terapia comunitária é aberta e o terapeuta não faz análise. Ele é apenas um facilitador da conversa reflexiva.
É ali que surge o conhecimento de cada um a partir de sua própria vivência e não de um discurso pré-elaborado.
Ninguém fica na dependência de outro. Cria-se uma nova visão.

A música
“Mas acima de tudo e apesar de me expor, aprendi que para esse problema eu mesmo é que sou doutor”.
Este verso criado por Fernando Kachan, membro do grupo, foi musicado por Onivaldo Fornaro, outro participante. Percebe-se, assim que a terapeuta contou com a contribuição voluntária de vários participantes. Dessa maneira, com a moldura musical, os encontros se tornam mais agradáveis, de acordo com o filósofo Nitzsche, que afirmava que “sem música a vida seria insuportável”.

Esta foi uma reportagem especial, porque participei da minha primeira sessão de terapia comunitária. Saí mais aliviado comigo mesmo.
Texto
Tom Santos

Cumprimento a Élida
por seus dez anos de missão
tão importante.