“Ah, eu quero subir e abrir a minha asa! E
te dar meu canto, que não é cantado com palavras. É um canto de dentro, que o
que tem de alegria não tem de lamento”. (Hilda Hilst, poeta)
No próximo 19 de outubro fará exatamente 112
anos que Santos Dumont fez o primeiro voo
controlado com o balão dirigível nº 6 ao
redor da novíssima Torre Eiffel, construída para a exposição mundial de 1900,
em Paris! (1)
Com esse feito, ele ganhou um prêmio de cem mil
francos, e os distribuiu entre seus funcionários e mecânicos, e entre operários
desempregados.
Imaginem, há pouco mais de um século, em 19 de outubro de
1901, o homem conseguiu realizar a enorme façanha, o sonho ancestral de voar
como os pássaros!
E foi um brasileiro o autor
desse prodígio!
Santos Dumont nasceu em 1873 em Palmira,
MG (hoje rebatizada de Santos Dumont),
mas fez seus primeiros estudos em Campinas,
SP, antes de frequentar escolas
em São Paulo e Ouro Preto. Seu bisavô materno era um médico português que veio
para o Brasil em 1808, com a corte de D. João VI, fugindo do imperador francês
Napoleão Bonaparte. Não é no mínimo irônico que seu
bisneto, filho da aristocracia cafeeira brasileira, fazendo o caminho inverso,
tenha conquistado a França e o mundo, com seu gênio criativo e sua incríveis invenções?
(Não podemos esquecer que Santos Dumont inventou o relógio de pulso para
facilitar medir o tempo de voo.)
Entre 1905 e 1906, ele fez planador, helicópteros e um híbrido
de planador e dirigível, o nº 14, sem
motor. E então, em 23 de outubro de 1906, com o 14-Bis, uma aeronave mais pesada que o ar − o biplano, Santos Dumont voou 60
metros: estava inventado o avião! (2)
Voltou para o Brasil em
1914, quando eclodiu a Primeira Guerra Mundial, mas durante muito tempo continuou a ir e vir entre Brasil e França.
No entanto, melancólico,
doente (com esclerose múltipla) e triste por ver aeronaves (que considerava
obras de arte para uma nova e grandiosa fase da humanidade) sendo usadas para a
guerra, enforcou-se em 1932, no Guarujá, SP.
Hoje, aviões supersônicos
ou asas delta, planadores ou parapentes,
teco-tecos ou balões, ultraleves ou helicópteros estão ao alcance de quem puder
pagar, ser transportado por eles ou possuí-los.
Texto Tom Santos |
Mas as asas da imaginação
são livres, soltas, próprias e nossas, de cada um, sem limitações e sem
fronteiras, para sonharmos e imaginarmos o que nossa vontade fantasiar, desejar
e construir.
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