sexta-feira, 26 de abril de 2013

Mi Buenos Aires querido

   
Buenos Aires é uma metáfora da Argentina, concentrando em suas ruas e arredores mais da metade da população: é o centro político, econômico e cultural de todo o país.(em: www.mibuenosairesquerido.com)

            O título se refere ao tango de Carlos Gardel e expressa bem a admiração que essa cidade exerce sobre todos os que a conhecem, habitantes ou turistas.
Metrópole cosmopolita e contraditória, dinâmica e tradicional, histórica e vanguardista, lá há atrações para todos os gostos: a arquitetura dos prédios (monumentos, igrejas, museus, galerias de arte e teatros); a beleza de praças, parques e jardins; os modernos centros comerciais e as feiras de antiguidades; os (ótimos) restaurantes típicos e os de cozinha internacional; além do encanto sempre presente do tango!
Passear pelo Jardim Botânico e pelo Jardim Japonês, ou visitar o Jardim Zoológico ─ e se distrair, por exemplo, com a vaidade do pavão se mirando na porta espelhada (1) e se deixando fotografar ─ é uma delícia!
Desfrutar de um café da manhã num restaurante tão charmoso como o “Las Violetas” (2) é uma experiência muito gostosa!
Na Argentina (e em muitos outros países, já que as histórias foram traduzidas para 15 idiomas) é famosa a personagem de tirinhas Mafalda ─ uma menina de seis anos de idade, criada por Quino em 1962. Ela se comporta como uma típica criança da sua idade, mas tem uma visão aguda da vida, questionando tanto a situação mundial, como a realidade política e econômica da Argentina, no contexto dos anos 1960.
O escritor, filósofo, semiólogo, linguista e bibliófilo italiano Umberto Eco definiu a personagem como "uma heroína zangada que recusa o mundo como ele é, reivindicando seu direito de continuar a ser um menina que não quer assumir um universo corrompido".
Em 1976, para promover uma campanha da UNICEF, Quino fez um pôster da Mafalda para ilustrar a Declaração Universal dos Direitos da Criança.
Em Buenos Aires, há uma engraçada escultura da garota sentada em um banco da Praça Mafalda (3).


Por tudo isso e pela gentileza e atenção com que os portenhos tratam os brasileiros, a visita a Buenos Aires é uma aventura em que tudo agrada!




Educação tem dia?


Os calendários indicam o dia 28 de abril para se comemorar o Dia da Educação.
Em 2003, o Relatório do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade recomendou: “o único caminho para países pobres conseguirem acompanhar o desenvolvimento das nações mais ricas é investindo na produção de conhecimento e tecnologia.”
E não há dúvida de que é mais que relevante a importância da educação na formação, informação e construção dos indivíduos, para enfrentarem os desafios e as concorrências, num mundo cada vez mais informatizado, equipado e competitivo.


A educação é o princípio da solução de problemas e é no que se deveria investir, com rigor, força e seriedade, se não se quiser perder o “trem” da história.
A ignorância implica escravidão. Uma pessoa ignorante é mais fácil de ser dominada, convencida e enganada: uma pessoa que não participa, não critica, não contesta é uma pessoa excluída dos processos e das decisões políticas, e que não exerce ação no seu meio social nem na sua própria vida. Há uma indiscutível sintonia entre o saber (a instrução, por meio da qual se engrandece a percepção dos fenômenos da vida) e o exercício da liberdade (que garante a todos os direitos e deveres de cidadania).
A importância dos cursos de primeiro grau e de formação profissionalizante deve ser sempre ressaltada.
É preciso dar às pessoas condiçõs de fazer distinção entre olhar e ver, ouvir e escutar, saber e compreender, acumular informações pré-concebidas e pensá-las.
Emoções e atitudes, como alegrias e tristezas, memórias e ambições, senso de identidade pessoal e livre arbítrio, são melhor vividas e experimentadas quando se pode apreciar perfeitamente esse caleidoscópio  de mil e tantos cacos de cores e formas tão diferentes, que é a vida.
Texto
Tom Santos


E isso pode ser alcançado por meio da educação formal, seguida de uma educação continuada, com finalidade bem definida: maior sensibilidade para procurar, pesquisar, estudar e aprender, para viver melhor.












ATITUDES SIMPLES DE GRANDEZA INFINITA!



         “Que tal, praticar atos gratuitos de amor?
         Disse a meu marido que o amo. Não custou nada.
         Pus um bilhete na lancheira do meu filho dizendo como ele é especial. Não custou nada.
         Abri a porta da loja para uma senhora em cadeira de rodas. Não custou nada.
         Deixei uma lata de biscoitos de presente para o carteiro. Não custou nada.
         Dei minha vez na fila do supermercado. Não custou nada.
         Telefonei para meu irmão dizendo que estava com saudades. Ele também estava!
         Pedi desculpas a um amigo com quem tinha sido agressiva. Custou um pouco, mas deu muita alegria.
         Enviei uma carta para o prefeito elogiando sua administração. Não custou nada.
         Levei flores e chocolates para uma tia idosa. Não custou nada.
         Dei passagem para um carro no cruzamento e sorri para o motorista. Não custou nada e ele sorriu de volta.
         Comprei um presentinho para minha filha. Era uma coisa de nada, mas ela ficou feliz.



         Agradeci ao rapaz que embalou minhas compras. Ele ficou satisfeito.
         Dei um dia de folga ao meu assistente, mas lhe paguei. Custou só um pouco, mas nós dois ficamos contentes.
         Convidei uma amiga para um passeio e um cinema. Nós nos divertimos.
         Fiz uma massagem relaxante. Senti-me maravilhosa.
         Atos gratuitos de amor. “Como me fizeram bem”!

         A escritora Sandy Ezrine relata atitudes simples do dia a dia, e que são de uma grandeza infinita, pelo bem que provocam, pelo resultado positivo e de bem estar que proporcionam.
         Podemos até pensar que esses gestos não resolvem a violência que envolve o mundo. Os meios de comunicação se incumbem de nos atualizar sobre as conseqüências dos atentados, dos terremotos, dos assaltos ousados, das perseguições, do furor do trânsito...
         O que fazer então? Vamos só assistir, ler ou ouvir os relatos tristes e violentos, esperando que se aproximem de nós?
         Acreditamos que temos a possibilidade de fazer algo contra essa corrente, procurando viver bem, em paz, no lugar onde estamos, na vida familiar, no convívio com os amigos e colegas de profissão...
         São os gestos gratuitos de atenção, carinho, afeição, gentileza e simpatia que fortalecem o clima amistoso, harmônico e saudável ao nosso redor e na nossa comunidade.
         Precisamos desenvolver sempre nossa inteligência emocional que é justamente essa capacidade de conhecermos nossos processos interiores. Sobre a inteligência emocional se constroem as demais habilidades emocionais, como automotivação, reconhecimento das necessidades alheias, condução com êxito de nossas relações interpessoais.

         E Deus que é Luz, nos inspire na vivência cotidiana dos gestos simples de amor e respeito.



Salve-se quem puder!


“Acaso não terás receios do infortúnio que te ameaça?” (Eugênio de Castro, obras poéticas)



Após 15 dias do último desastre ocorrido na Estrada do Jequitibá, na última terça-feira uma equipe “socorrista” da Prefeitura de Valinhos esteve no local e fez um “quebra-galho”, visando a amenizar o risco que é transitar pelo trecho mais curvo e ameaçador da única estrada que liga Valinhos (terra do figo) a Itatiba (terra do caqui).


Texto e Fotos
Tom Santos
Apenas umas placas foram fincadas bem na “boca” do precipício que tem mais de 70 metros de abertura e exibe os restos de um antigo e frágil "guard rail".











Alunos recebem certificados do Proerd


A Polícia Militar de Valinhos, com o apoio da Secretaria da Educação da Prefeitura, formou no último dia 12, 41 alunos dos 7º anos, com idade entre 12 e 14 anos, da EMEB (Escola Municipal de Educação Básica) Horácio de Salles Cunha, no São Bento do Recreio, no Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência). O prefeito Clayton Machado, além dos vereadores Kilo Beloni e Popó (ambos PSDB) e Dinho (PC do B) participaram da formatura.
            O programa foi aplicado pelo policial militar Robson Polizeli. Segundo o diretor da escola, Frederico Tovoa Leal, a ação em parceria com a Prefeitura é importante para a prevenção às drogas. “É uma grande conscientização quanto aos riscos e problemas que o uso das drogas pode causar às crianças, adolescentes e às famílias. O tráfico de drogas está presente também aqui no bairro e este programa permite uma maior sensibilização dos nossos alunos”, disse o diretor.



“O Proerd é um belo programa de combate às drogas. Traz às crianças e aos jovens esclarecimentos do que podem causar de mal. Quero parabenizar a Policia Militar porque isto é prevenção, é cuidar do amanhã, para que as nossas crianças e jovens não sejam vítimas da violência ou no futuro se envolvam com a criminalidade e o tráfico de entorpecentes”, destacou o prefeito Clayton que também esteve presente na formatura.






 A  Associazione Italo-Brasiliana “Abruzzo Forte”, e a Secretaria da Cultura da Prefeitura de Valinhos, continua a apresentação do projeto  “Cine Viva Itália”, iniciando este ano com o filme “La Finestra di Fronte”, (A Janela de Frente),com Giovanna Mezzogiorno e Massimo Girotti,  dia 03/05/13 às 19:30 horas, no Centro Cultural Vicente Musselli, 
Av. Joaquim Alves Correia, 627 – Valinhos.


Venha e convida seus amigos e vizinhos. É uma apresentação  interessante. Vale a pena ver!    
                                       
Apos a apresentação teremos o lanche tradicional e o vinho!

DOAÇÃO DE ÓRGÃOS – VIDA MULTIPLICADA


Akin Ribas
            Num dia, que parecia ser um dia como outro qualquer, Roberto soube, por intermédio de sua esposa Rita, que Akin – filho de um grande amigo da família, precisava de um transplante de rim. Foi assim, num dia como outro qualquer, que começou mais uma nova e linda história.

            Acredito que a vida seja assim, composta de muitas histórias, que se entrelaçam com tantas outras histórias. Interdependentes, uma não acontece sem a outra – assim como nós. Somos indivíduos, únicos, insubstituíveis. Mas é a interação com os outros que nos transforma, nos dá significância.


            Às vezes pode parecer que a humanidade está perdida, fadada a um triste fim. As coisas andam meio complicadas mesmo. Mas é aí que uma bela história cruza nosso caminho e mostra que ainda há possibilidade de esperança. Que ainda há espaço para o amor incondicional acontecer.
            Não conheço pessoalmente as famílias desta história. Mas acredito ter sido um misto de fé, esperança e amor incondicional, que as uniu de forma singular.
            Ao saber que os familiares de Akin não eram compatíveis, Roberto se ofereceu para ser doador. Era final de julho de 2012. Os primeiros exames confirmaram compatibilidade. A partir de então, foram realizados inúmeros exames, avaliações, esclarecimentos e orientações, com vários especialistas.
Roberto Bianchi
        Conforme me contou Rita, esposa de Roberto, um dos médicos disse a ela que aquela era uma “decisão de família”. E assim foi.
        Depois da aprovação pela Comissão de Ética do Hospital Albert Einstein, por se tratar de doador vivo e não parente, foi necessário também solicitar liminar na justiça, autorizando o transplante.
       Enfim, nove meses depois de dado o primeiro passo, foi feito o transplante, em 23 de abril de 2013 – um dia para ser lembrado. Roberto e Akin se recuperam bem e logo estarão aptos a viver muitas outras histórias, plenas de significado e amor à vida.
        Agradeço a Cristina Morse, minha irmã, que é amiga de Roberto. A Rita Borgato, que prontamente me ligou, no dia da cirurgia, para contar como tudo aconteceu. Aos pais do jovem Akin, que também autorizaram a divulgação dos fatos e das fotos. E a Roberto Bianchi (42 anos) e Akin Ribas (18 anos), que ainda terão muito o que viver e contar, com fé e saúde renovadas.

            Seja um doador em vida – de sangue, plaquetas e medula. Seja um doador de órgãos e comunique sua família, porque em caso de falecimento a família precisa autorizar. As filas ainda são grandes. A meta do Ministério da Saúde é chegar a 15 doadores por milhão de população em 2015.  











Tecnologia a serviço da Educação



Este artigo quer afirmar que os meios tecnológicos são indispensáveis para o acesso à informação, mas o Professor é indispensável para o acesso à educação.

Com o Google os internautas passaram a ter um sistema de busca eficiente, ampliando assim as oportunidades de pesquisar temas e assuntos, mesmo que superficialmente, o que até então era restrito a privilegiados. Facilitou-se o acesso à informação, de todas as formas. Hoje é possível acessar músicas, vídeos, filmes inteiros etc., alargando de modo formidável a captação de notícias, documentos, informes, estudo. Este é um aspecto positivo que precisa ser ressaltado, que ajuda muito àqueles que gostam de pesquisa, pois através desses sistemas chegamos muito mais rápido a dados com custo bem reduzido. Quem tem impressora em casa pode imprimir o que precisar, ficando assim mais ágil o processo. É claro que informação não é conhecimento, mas faz parte da experiência saber das coisas, e mais do que isso, saber fazer as associações adequadas, principalmente em termos de conceitos, para que uma pesquisa seja efetivamente qualitativa. A Internet, portanto, é uma ferramenta importante que não podemos deixar de usar. Nesse sentido, tecnologia e conhecimento andam juntos, especialmente quando sabemos fazer bom uso desses meios.

            A tecnologia, no entanto, não substitui o educador, é apenas um instrumento auxiliar no processo da aprendizagem. Os estudantes podem se utilizar desse recurso para ampliar a gama de conhecimentos, mas é preciso saber pensar, saber refletir e ter discernimento. O excesso de informação pode também intoxicar, quando não se sabe o que fazer com ela. Por isso o papel do professor é fundamental, na orientação, na direção intelectual, para que os alunos saibam o que fazer com a informação recebida, que saibam pensar a realidade em que vivem, de modo que o que aprendem possa torná-los pessoas que trabalhem pelo bem da sociedade, nas mais diversas áreas existentes. Este direcionamento é imprescindível para que haja capacidade crítica, reflexiva, e também criativa. A tecnologia, portanto, é meio e não fim.


            Antigamente um bom professor era capaz de dar aulas com apenas um giz e um apagador. Nada mais. Hoje, os recursos tecnológicos propiciam facilidades de interação e maiores atrativos. Quando o professor prepara a sua aula, tem domínio do assunto e sabe motivar, então os meios tecnológicos irão realmente ajudar. Mas se o professor não fizer bem a sua parte, a tecnologia poderá servir de muleta, e aí não dá certo. 

           Não adianta utilizar um projetor multimídia, o conhecido data show, cheio de imagens e frases, se o professor ficar na chamada decoreba. Então o que poderia servir de atrativo, acaba sendo até um empecilho na aprendizagem. Por isso, os meios tecnológicos não substituem o esforço do professor em sala de aula, seu talento, sua dedicação. É isso que faz a diferença. Quando isso acontece, então a tecnologia será sempre bem vinda, estando muito bem a serviço da educação.






Vereador Montero deu a partida


Em entrevista ao Notícias de Valinhos, o vereador Paulo Roberto Montero (PMDB) mostrou com otimismo os resultados superpositivos de seus primeiros dias como vereador atuante nesse novo mandato.
Montero afirmou estar animado com o anúncio do “Centro Dia”, uma creche de apoio ao idoso, bandeira de sua campanha eleitoral, agora já sacramentada com o convênio assinado entre o Governo do Estado de São Paulo e a Prefeitura de Valinhos.
Outro motivo de entusiasmo revelado pelo vereador Montero justifica-se: “Desde 2009 venho sempre cobrando da empresa prestadora de serviço ao município mais ônibus adaptados para um atendimento mais humananizado aos portadores de necessidades especiais.
Com a apresentação feita pela Rápido Luxo ao prefeito (16 ônibus adaptados para portadores de necessidades especiais), sinto-me feliz e esperançoso.
Mais um motivo de alegria revelado pelo vereador foi a professora Miriam Santos ter lhe apresentado um Projeto muito positivo e ele resolveu adotar como mais uma bandeira de sua campanha de 2012. Ele disse: “fiquei entusiasmado agora, porque a administração municipal já anunciou que o colocará em prática.
Notícias: Limitações existem?
“Quando nos candidatamos a cargos legislativos sabemos de todas as limitações que iremos encontrar. Cabe ao vereador propor e finalizar. E ao prefeito cabe executar. Meu mandato atual será como o anterior, sempre pautado na defesa da vida e da família. Quero ver as pessoas sendo tratadas com dignidade, principalmente os idosos, que contribuíram com a nossa cidade e com o nosso país. Os portadores de necessidades especiais me motivam para continuar na luta, porque o fardo é pesado.”
Paulo Roberto Montero

Finalizando, o vereador Montero fez questão de afirmar: “Não me acomodarei, continuarei trabalhando ao lado do povo, sendo imparcial, voltado para o bem coletivo. Muitas idéias já tenho para propor, como o Médico de Família. Nestes primeiros 100 dias de mandato já apresentei três Projetos de Lei, 20 requerimentos, 15 indicações e sete moções ao prefeito municipal”.













sexta-feira, 19 de abril de 2013

A talentosa Lygia

                                                        
Autora de uma obra de estilo elegante, ecos machadianos e um permanente estado de espírito que permite manipular a escrita com firmeza e serenidade, Lygia sempre oferece ao leitor a oportunidade de pensar sobre suas existências.” (Ubiratan Brasil, em O Estado de S.Paulo, 13/4)

            Hoje, a escritora Lygia Fagundes Telles completa 90 anos cheia de energia,  madura beleza e serena felicidade, como mostra a foto de Eduardo Nicolau (Estadão, 13/4/2013).

             Praticamente uma unanimidade, entre os críticos, para ela a literatura sempre foi um caminho para mudar o mundo, seja pelos detalhes do cotidiano, ou pelo devaneio  criativo. Seus temas são universais: o amor, a paixão, a loucura, o medo, a morte.

            Autora de inúmeros romances e contos (“Ciranda de Pedra”, “Verão no Aquário”, “As meninas”, “Antes do Baile Verde”, “Seminário dos Ratos”, entre outros), Lygia afirma que “A Disciplina do Amor” é seu melhor livro. Nele, os contos se constituem de reflexões minúsculas ou anotações cotidianas a respeito de um tipo de disciplina a do amor sobre a qual não se tem controle. A escritora reinventa discursos apaixonados (e apaixonantes) de sua memória de vida e os traduz para a realidade ficcional. Os textos são fragmentos dispersos, partes de diários, escritos de viagens, fantasias e reminiscências, como neste belo trecho:

Por que não lhe disse antes?
Apertá-lo demoradamente contra o meu peito e dizer: não disse porque pensava que tinha pela frente a eternidade. Só me resta agora esperar que aconteça outra vez, vislumbro esse encontro, mas vou reconhecê-lo? E vou me reconhecer nos farrapos da memória do meu eu?
Peço que me faça um sinal e responderei ao código secreto na mente e no silêncio dos navios que se comunicam quando cruzam no mar.

            Em todas as entrevistas que concede, Lygia Fagundes Telles sempre relembra seu encontro com Monteiro Lobato (preso de março a abril de 1941, sob a ditadura do Estado Novo de Getúlio Vargas), fato que a marcou profundamente:

Seus personagens não eram culpados pela sua prisão, mas sim as cartas que andou escrevendo, ou melhor, as denúncias que andou fazendo através dessas cartas. Porque livros os governantes não liam mesmo. Deviam ler, mas não liam e daí a ideia das cartas curtas e diretas, "para avisar que o petróleo é nosso", ele me disse. Quando contei que estava na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, ele abriu os braços num gesto radiante: "Pois foi lá que eu me formei! Só que na nossa turma não tinha meninas, só marmanjos. Quer dizer que a mocinha vai advogar?" Comecei gaguejando, bem, era difícil explicar, eu era uma estudante pobre, queria me formar para ter um diploma e assim arranjar um bom emprego. Na realidade queria ser escritora, escrever contos, romances...

            Do mesmo modo, sua amizade com Hilda Hilst e Clarice Lispector também são sempre relembradas.
            Os versos de Hilda:

De espaço-tempo/ de corpo e campo/ teu fundamento. // E teu nome é matéria./ Única./ De estrutura/ infinitamente múltipla.

e o miniconto de Clarice:

Começou a cantar, interrompeu-se e disse: “estou cantando em minha homenagem. Mas, mamãe, eu não aproveitei bem os meus dez anos de vida”. Aproveitou muito bem, respondeu a mãe. “Não, não quero dizer aproveitar fazendo isso e fazendo aquilo. Quero dizer que eu não fui contente o suficiente.”

são o tributo de NOTÍCIAS a essa talentosa Lygia pelos seus 90 anos cheios de issos, aquilos e contentamentos suficientes, apesar de todos os pesares da vida.

Semente, fermento e fruto!


No dia 15 de abril comemoramos o Dia Nacional da Conservação do Solo.

Numa cidade como Valinhos, em que grande parte dos munícipes vive da exploração da fruticultura, essa é uma data mais que significativa. As tantas e tão variadas espécies de sementes plantadas vão se transformar nos bons frutos colhidos da terra fermentada pelo trabalho e suor dos trabalhadores rurais valinhenses.

No dia 18 de abril comemoramos o Dia Nacional do Livro Infantil. Ler é nutrir-se, aumentar conhecimentos, e também voar em imaginação. Que a semente das novas ideias que estão nos livros seja fermentada pela curiosidade infantil e cresça e se transforme nos frutos de uma educação e cultura mais aprimoradas; que sejam nutrição da mente, vida e vôo do espírito.

Dia 19 de abril é dedicado ao Dia do Índio e ao Dia do Exército. O índio foi uma das sementes do povo brasileiro. Fez parte do nosso fermento cultural e frutificou em algumas belas tradições!

Dia 21 de abril será o dia do aniversário de Brasília (inaugurada em 21 de abril de 1960), além de ser o Dia de Tiradentes e o início da Semana da Inconfidência. Tiradentes é a própria semente da liberdade política nacional, adubada e fermentada com seu sangue, frutificado no desejo incontido de independência e libertação de qualquer jugo externo ao Brasil. É interessante notar que, embora sempre tenha sido considerado o “Martir da Independência”, Tiradentes só foi elevado à categoria de “herói nacional” durante a execrável ditadura militar. Um grande paradoxo, mas foi, de fato, o que aconteceu!
Texto e foto
Tom Santos

Dia 22 de abril festejaremos o Dia do Descobrimento do Brasil.
Dia 23 de abril comemoramos o Dia do Escoteiro e o Dia Mundial do Livro, por iniciativa da UNESCO. Este último, em homenagem ao espanhol Miguel de Cervantes e ao inglês William Shakespeare, que morreram no mesmo dia 23 de abril de 1616. “Os prazeres da leitura são múltiplos. Lemos para saber, para compreender, para refletir. Lemos também pela beleza da linguagem, para nossa emoção, para nossa perturbação. Lemos para compartilhar. Lemos para sonhar e para aprender a sonhar. Lemos até para esquecer” (Fernando Pessoa).

TODOS NÓS TEMOS RIQUEZAS PARA COMPARTILHAR!



         “Era inverno e elas entraram às pressas pela porta dos fundos; duas crianças em casacos surrados e pequenos para o seu tamanho.
         - “A senhora tem aí uns jornais velhos”?
         Eu estava ocupada. Queria dizer não, mas olhei para os seus pés e vi que usavam sandálias abertas. “Entrem, que eu faço uma xícara de chocolate para vocês”. Suas sandálias encharcadas deixaram marcas na pedra da lareira, mas não consegui reclamar.
         Servi o chocolate quente acompanhado de torradas com geléia e voltei para a cozinha, onde retomei meu trabalho.
         Estranhando o silêncio na sala da frente, fui até lá ver o que estava acontecendo.

         A menina segurava a xícara e a olhava atentamente. O menino me perguntou numa voz sem emoção:
         -“Moça, a senhora é rica”?
         - “Rica? Eu? Misericórdia”!- Olhei para meus sofás já gastos.
         A menina pôs a xícara sobre o pires, cuidadosamente.
         - “Suas xícaras combinam com os pires”. Sua voz era a de uma pessoa mais velha, com uma fome que não vinha do estômago.
         Eles saíram, segurando os maços de jornal, lutando contra o vento. Nem agradeceram, mas não era necessário. Tinham feito muito mais do que isso. Xícaras e pires tão simples, de louça azul. Mas combinavam. Virei o assado e coloquei as batatas no molho. Batatas com molho ferrugem, um teto sobre a cabeça, meu marido com um emprego estável; essas coisas também combinavam.
         Tirei as cadeiras de perto da lareira e limpei a sala. As pegadas cheias de lama ainda estavam por ali, e eu as deixei ficar. “Quero que permaneçam no mesmo lugar, caso eu me esqueça novamente de como sou rica”.
         Os dias passam, as coisas acontecem, o tempo corre, e nós muitas vezes nos esquecemos de todos os dons e talentos que possuímos. A nossa tendência é reclamar e sofrer por coisas que ainda não temos ou não conseguimos...
         Por onde anda nossa sensibilidade? Por onde caminha a nossa capacidade de sentir a necessidade dos que estão perto de nós?
         Se olharmos atentamente ao nosso redor, contatamos que temos muitas coisas boas, agradáveis, bonitas... Podemos realizar muitos desejos, por pequenos que sejam, pois, há condições para isso.
         Cada dia o sentimento de gratidão deve crescer em nosso coração! Precisamos ser agradecidos pela vida, pela saúde, pela família, pelo trabalho, pelos sonhos e projetos...
         O convívio com as pessoas exige de nós a atitude da partilha, da troca, da disponibilidade em ajudar, em retribuir...
         O simples caso contado pela escritora Marion Doolan, nos propõe a pensar o quanto somos ricos e cheios de talentos, que podem e devem ser repartidos com as pessoas que estão perto de nós. São habilidades físicas, são habilidades emocionais, são gestos e atitudes de atenção que abrem perspectivas, que incentivam a viver, que enriquecem a vida com alegria e beleza.

         Podemos promover para nós mesmos e para os outros, importantes descobertas, como: perceber significados especiais, reacender esperanças, promover mudanças, curar mágoas e feridas, iluminar o coração...

         E, tantas outras coisas que Deus nos inspira e nos dá a  possibilidade de ver se quisermos enxergar!...