“A
política nunca será uma miséria enquanto sua capacidade de inverter
expectativas for superior à mesmice; enquanto dobrar espinhas diante da majestade
do “fato novo”. A adesão de Marina Silva ao PSB de Eduardo Campos é um desses
momentos que balançam certezas enrijecidas e reintroduzem o imperativo da
política sobre a resignação e o marketing.” (Carlos Melo, O Estado de
S.Paulo, 7/10, A4)
O
quadro eleitoral desenhado para 2014 se altera significativamente com a
aliança entre Marina Silva e o PSB:
mostra uma terceira via que desestabiliza a briga de gente grande entre PT e
PSDB, presente no cenário político brasileiro em todas as disputas presidenciais
desde 1994.
As
charges feitas por Jotapê (1), Clayton (2) e Nani (3) para diferentes órgãos de
imprensa ilustram o fato novo à perfeição.
“A tentativa de criar um partido a
tempo de concorrer por ele à eleição de 2014 foi uma boa ideia da cabeça, embora
a vida real não necessariamente obedeça aos preceitos do sonho, da fé, da
esperança e das boas intenções. Mas o desfecho ante a adversidade da recusa do
registro da Rede foi um lance político admirável, como há muito não se via.
Inesperado, surpreendente, competente e feito em termos decentes. Nesse
sentido, o acordo fechado é um ponto fora da curva no padrão lamacento em
vigor. É cedo para dizer se de fato muda o cenário da eleição, mas o quadro de
acordos e a correlação de forças nesse período pré-eleitoral se altera:
movimento taticamente irrepreensível, subverte o previsível e define um
objetivo claro: derrotar os atuais condôminos do poder”, comentou a articulista
Dora Kramer (O Estado de S.Paulo,
8/10, A6)
O
objetivo da escolha da ex-senadora é permanecer no cenário de 2014, sem perder
de vista 2018, ainda que, tendo sido “Lampião”, como candidata à presidência
pela Rede, se submeta (neste primeiro momento do acordo firmado) a ser apenas
“Maria Bonita” ‒ um papel de menor relevância, aparentemente.
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