sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Incontinência Urinária da mulher

Embora o urologista seja visto atualmente como o médico do homem, frequentemente abordando assuntos clínicos não associados a problemas urológicos, uma grande parte do atendimento do médico urologista, nos consultórios e ambulatórios, é dedicada às doenças renais e de vias urinárias da mulher (sub-especialidade chamada Uro-ginecologia).
Um problema muito frequente na mulher, com importante repercussão na vida social e na sua auto-estima, é a Incontinência Urinária. Muitas mulheres, portadoras deste problema, tem sua vida social e sexual alteradas.
A Incontinência Urinária é definida, de maneira simples, como “qualquer perda involuntária de urina”. É classificada como:
Incontinência Urinária de Esforço (IUE).
Incontinência Urinária de Urgência.
Incontinência Urinária Mista.
A diferenciação entre os 3 tipos é feita pela avaliação clínica detalhada (história clínica e exame físico) e, para um estudo mais completo, a avaliação urodinâmica, que é o estudo funcional da bexiga e da uretra. Recomenda-se ainda nesta investigação um exame de urina tipo1 com urocultura e antibiog., para excluir infecção urinaria e, eventualmente, uma Ultra-sonografia do aparelho urinário. A avaliação ginecológica simultânea também é recomendada.
A Incontinência Urinária de Esforço (IUE), que significa a perda involuntária de urina mediante um esforço, como tosse, espirro, risada, salto, etc., ocorre devido a uma mobilidade da uretra feminina. A uretra da mulher é um órgão fixo, mas ao longo do tempo, as estruturas que a mantém fixa sofrem modificações, levando a uma mobilidade que altera a função do esfíncter, estrutura muscular ao redor da uretra que é responsável por manter a urina na bexiga. Também, alterações do próprio esfíncter, podem levar a perda de urina sob esforço. O tratamento da incontinência urinária de esforço é cirúrgico, sendo a técnica de Sling a mais utilizada. Nesta cirurgia, uma fita de tecido do próprio organismo ou de material sintético (hoje praticamente só se faz esta cirurgia com o Sling, que é uma fita, sintético) é colocada ao redor da uretra, para sustentação desta, sem compressão. O resultado costuma ser excelente, com a cura da incontinência na grande maioria dos casos.
Na Incontinência Urinária de Urgência, a paciente sente vontade intensa e súbita de urinar, não sendo possível chegar ao banheiro, apresentando perda de urina. A bexiga que é um órgão de armazenamento de urina, sofre contração súbita e sem finalidade, por estímulo neurológico. O tratamento nesta forma de incontinência é clínico, com uso de medicamentos anticolinérgicos ou fisioterapia específica para incontinência urinaria.
A Incontinência Urinaria Mista, em que os mecanismos das incontinências de esforço e de urgência estão associados, responde muito
bem ao tratamento cirúrgico pela técnica citada de Sling, com 90% de cura. Muitas vezes há necessidade de complementação com medicamentos anticolinérgicos, como o retemic, detrusitol ou vesicare, por exemplo.
Existem medidas preventivas que podem ajudar a evitar a incontinência urinária:
praticar algum tipo de atividade física regularmente. Isto ajuda a melhorar ou manter o tônus muscular. A ginástica pélvica fortalece os músculos do períneo que sustentam a bexiga.
Evite excesso de peso. A obesidade aumenta a possibilidade de incontinência urinária.
Durante a gravidez e também logo após, faça ginástica para o tônus da musculatura pélvica e para a rápida perda de peso.


Concluindo, a Incontinência Urinária não deve ser vista como natural nas mulheres idosas, que as vezes aceitam passivamente esta condição, entendendo como “normal” para a idade. A Incontinência Urinária da mulher nunca é normal, independente da faixa etária, devendo sempre ser tratada , para melhora da sua qualidade de vida.




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