Embora o urologista seja visto atualmente como o médico
do homem, frequentemente abordando assuntos clínicos não associados a problemas
urológicos, uma grande parte do atendimento do médico urologista, nos
consultórios e ambulatórios, é dedicada às doenças renais e de vias urinárias
da mulher (sub-especialidade chamada Uro-ginecologia).
Um problema muito frequente na mulher, com importante
repercussão na vida social e na sua auto-estima, é a Incontinência Urinária. Muitas
mulheres, portadoras deste problema, tem sua vida social e sexual alteradas.
A Incontinência Urinária é definida, de maneira simples,
como “qualquer perda involuntária de urina”. É classificada como:
Incontinência
Urinária de Esforço (IUE).
Incontinência
Urinária de Urgência.
Incontinência
Urinária Mista.
A diferenciação entre os 3 tipos é feita pela avaliação clínica
detalhada (história clínica e exame físico) e, para um estudo mais completo, a
avaliação urodinâmica, que é o estudo funcional da bexiga e da uretra. Recomenda-se
ainda nesta investigação um exame de urina tipo1 com urocultura e antibiog., para
excluir infecção urinaria e, eventualmente, uma Ultra-sonografia do aparelho
urinário. A avaliação ginecológica simultânea também é recomendada.
A Incontinência Urinária de Esforço (IUE), que significa
a perda involuntária de urina mediante um esforço, como tosse, espirro, risada,
salto, etc., ocorre devido a uma mobilidade da uretra feminina. A uretra da
mulher é um órgão fixo, mas ao longo do tempo, as estruturas que a mantém fixa
sofrem modificações, levando a uma mobilidade que altera a função do esfíncter,
estrutura muscular ao redor da uretra que é responsável por manter a urina na bexiga.
Também, alterações do próprio esfíncter, podem levar a perda de urina sob esforço.
O tratamento da incontinência urinária de esforço é cirúrgico, sendo a técnica
de Sling a mais utilizada. Nesta cirurgia, uma fita de tecido do próprio organismo
ou de material sintético (hoje praticamente só se faz esta cirurgia com o
Sling, que é uma fita, sintético) é colocada ao redor da uretra, para
sustentação desta, sem compressão. O resultado costuma ser excelente, com a
cura da incontinência na grande maioria dos casos.
Na Incontinência Urinária de Urgência, a paciente sente
vontade intensa e súbita de urinar, não sendo possível chegar ao banheiro,
apresentando perda de urina. A bexiga que é um órgão de armazenamento de urina,
sofre contração súbita e sem finalidade, por estímulo neurológico. O tratamento
nesta forma de incontinência é clínico, com uso de medicamentos
anticolinérgicos ou fisioterapia específica para incontinência urinaria.
A Incontinência Urinaria Mista, em que os mecanismos das
incontinências de esforço e de urgência estão associados, responde muito
bem
ao tratamento cirúrgico pela técnica citada de Sling, com 90% de cura. Muitas vezes
há necessidade de complementação com medicamentos anticolinérgicos, como o
retemic, detrusitol ou vesicare, por exemplo.
Existem medidas preventivas que podem ajudar a evitar a incontinência urinária:
praticar algum tipo de
atividade física regularmente. Isto ajuda a melhorar ou manter o tônus muscular.
A ginástica pélvica fortalece os músculos do períneo que sustentam a bexiga.
Evite excesso de peso. A
obesidade aumenta a possibilidade de incontinência urinária.
Durante a gravidez e também
logo após, faça ginástica para o tônus da musculatura pélvica e para a rápida
perda de peso.
Concluindo, a Incontinência Urinária não deve
ser vista como natural nas
mulheres idosas, que as vezes
aceitam passivamente esta
condição, entendendo como “normal”
para a idade. A Incontinência
Urinária da mulher nunca é
normal, independente da faixa etária, devendo sempre ser tratada , para melhora da sua qualidade de vida.
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