sexta-feira, 4 de outubro de 2013

UMA DOCE LIÇÃO!



“Meu pai gostava muito das abelhas. Quando uma abelha selvagem chegava zumbindo, ele parava o que estivesse fazendo para esperar a abelha fartar-se de néctar. Assim que estava satisfeita, ela levantava vôo, precisa como uma flecha, em direção a sua colméia, no bosque. Papai então partia em seu encalço. Mesmo que a perdesse de vista sabia, mais ou menos, onde ela terminaria, já que as abelhas traçam uma reta quando se encaminham para casa.
Papai construiu um apiário que passou a ser a maior fonte de renda de nossa família.
Durante a Primeira Guerra Mundial, nosso país passou por uma escassez de açúcar. Devido à necessidade de fornecer mel para a população, os apicultores recebiam uma ração a mais de açúcar para manter suas abelhas vivas durante o inverno com um xarope de água e açúcar. Em nossa casa guardávamos a porção num barril na cozinha externa. As crianças sabiam que era estritamente para a alimentação das abelhas. Fomos avisados de que nossos parentes distantes viriam nos visitar no dia seguinte. Ficamos todos animados! Mamãe começou a planejar o jantar que faria e triste declarou: Como eu gostaria de fazer um bolo! No entanto, como a pequena ração de açúcar destinada a nossa família já fora consumida ficava impossível fazer o tal bolo.
É claro que nós, as crianças, queríamos o bolo tanto quanto ela! Imploramos para que pegasse o açúcar da ração das abelhas para prepará-lo. Nosso argumento era que o governo jamais saberia. Finalmente, ela cedeu e o bolo foi servido.
Alguns dias depois, papai chegou em casa com nossa parte de açúcar. Mamãe olhou para o pequeno pacote. Então, pegou o mesmo medidor que usou para o açúcar do bolo, mediu exatamente a quantidade e o despejou no barril das abelhas. O que restou de açúcar no fundo do pacotinho era para uma família de sete pessoas, mas teria de ser suficiente para durar um mês.
A idéia foi um banho de sobriedade para crianças tão pequenas e apaixonadas por doces. Minha mãe não fez o menor discurso sobre o acontecido, o menor barulho. Não pregou sobre a honestidade. “Para ela, aquele era um ato natural, de acordo com a integridade com a qual meu pai e ela viveram as suas vidas”.


Como uma simples atitude na hora certa pode ensinar uma grande lição! E aqui no caso foi uma doce lição sobre honestidade. Ficamos a pensar que talvez a escassez tenha favorecido esse clima de integridade e seriedade com as coisas que não são nossas. Ou... Talvez não!
Hoje a nossa sociedade carece de honestidade com as coisas públicas, particulares, com as coisas pessoais, com a vida...
Já estamos cansados de ver e ouvir nos meios de comunicação sobre os desvios, os desmandos, a usurpação dos bens públicos feitos por quadrilhas e pessoas que possuem o poder de decidir pelo povo.
Como fica a escala de valores morais e humanos das crianças que participam destas discussões dos adultos? E os jovens que iniciam sua vida profissional?Conhecem e vivem a sobriedade na sua convivência diária?
Realmente é desde a infância que aprendemos os valores importantes para a vivência em família e na comunidade. A escola é o espaço favorável para a concretização destas atitudes de partilha, de respeito ao bem comum, de valorização das pessoas, de serenidade para enfrentar as dificuldades...
Queremos inspirar confiança nas pessoas com quem convivemos e temos capacidade para isso. Queremos ser sóbrios e íntegros na nossa vida familiar e profissional. Queremos viver em paz e harmonia com as pessoas.
Que Deus, nosso Pai, nos inspire e nos dê coragem para vivermos as verdades que acreditamos.











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