Matéria publicada na Edição n.º 75 de 22 de
agosto de 1997
Há 138 anos, em 1852, nascia Nicolau Parodi, em Gênova.
Dele descendem todos os
Parodi que conhecemos, daqui da Rua 13 de Maio. Isto é o mesmo que dizer que
uma significativa ramificação da história da fotografia brasileira mora em
Valinhos.
Para chegar ao moderníssimo
laboratório, hoje instalado por esta quinta geração dos Parodi, em Valinhos,
existe uma distância de mais de um século, no tempo, além de muita pesquisa,
tentativas e experimentos dos abnegados precursores!
Nicolau Parodi tinha
espírito de desbravador, e aventurou-se a viajar em navios para conhecer o mundo.
Indo de porto em porto,
chegou finalmente ao Rio de Janeiro, em 1866.
Com 18 anos, este marujo
encantou-se com o Rio e ficou por lá. Um ano mais tarde, veio para São Paulo,
esqueceu o gosto pelo mar e começou a trabalhar na maquete do Museu do
Ipiranga, dando vazão a uma outra habilidade sua: a marcenaria.
As saudades da Itália, no
entanto, fariam o jovem italiano retornar à Europa. Lá pelos idos de 1906P, arodi
conheceu Giuseppe Droghini, tido como mestre da fotografia, funcionário do
estúdio do Vaticano. Parodi logo se interessou pela novidade que surgia, e quis
saber mais a respeito dela. Este novo interesse e a amizade travada com Drogo
entusiasmaram demais, e ele mergulhou no mundo deslumbrante da fotografia.
O discípulo foi tão
dedicado, que quando estava com 55 anos, e quis vir morar no Brasil, conseguiu
convencer o mestre Droghini a acompanhá-lo, e a ficar por aqui durante três
anos!
Nesta volta ao Brasil,
Parodi veio com destino certo: Itatiba. Na bagagem que traziam da Itália, os
dois imigrantes também trouxeram seus equipamentos, dos quais fazia parte cinco
câmeras-caixão, de madeira e fole.
O que havia de profissional
na Europa, chegava ao Brasil pelas mãos desse Parodi, determinado e pioneiro.
Como Parodi e seu
filho João eram também marceneiros,
fizeram várias caixas diferentes para as máquinas fotográficas, o que tirou as
características orginais delas.
Os Parodi se deram muito
bem em Itatiba, mas também se expandiram para Campinas, Bragança e Lins.
Em 1955, há 42 anos Nicolau
Vinicio Parodi resolveu aventurar-se e abriu um estúdio fotográfico , em
Valinhos. O sucesso foi tão
significativo, que hoje, os Parodi podem afirmar que estão consagrados como a
família pioneira da fotografia brasileira, que tem, em sua quinta geração, a
seguinte seleção: Marcos Vinicio, Luiz
Henrique, Ana Maria, Paulo Sérgio e José Francisco (Chico)
Tom Santos
Edição n.º 999 – página 08
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