sábado, 9 de março de 2013

FEMININO PLURAL


“Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes que aqui caleidoscopicamente registro.”
 (Clarice Lispector – escritora)

            Feminino é mais, muito mais que um “adjetivo oposto a masculino”. Vai além de ser um substantivo masculino e um gênero. Feminino é plural, é múltiplo.
            Múltiplo, por definição de Silveira Bueno, no Minidicionário da Língua Portuguesa, “abrange muitas coisas; que não é simples nem único; diz-se de um número que contém outro duas ou mais vezes exatamente”. Nunca vi definição mais poética num dicionário. Talvez haja outras. Talvez seja o olhar de hoje, feminino, plural, múltiplo, que faz ver além da semântica.
            Mulheres são assim, além do significado. Se não forem, podem ser ainda meninas – e a fase de maturação, independe da idade...
            Mulheres são multiplicadoras – de vida, ideias, sonhos e amores. São realizadoras, vibrantes. Se não forem, podem estar afastadas de si mesmas. Mas que o afastamento, se inevitável, seja breve. Senão, ofusca a essência.

            O essencial é o indispensável. Assim como a palavra o é para a poesia, em verso ou prosa. Com ou sem rima.
            Mulheres são essenciais, poéticas e muito modernas – da Idade da Pedra, ao século XXI. De diferentes estilos, cores e formas. De amores possíveis e impossíveis.

            Mulheres são como caleidoscópios – multiformes, multicoloridas, multicelulares.

Nenhum comentário:

Postar um comentário