Alegria maior não poderia
ter ao receber o comunicado da Cris, filha do Tom Santos, de que o jornal
“Notícias” iria continuar, ainda que via “on line” — por ora — e solicitando a
continuidade da minha colaboração. Alegria e também orgulho em poder emprestar
a minha colaboração, ainda que modesta.
E o auspicioso comunicado
dava conta de que o “Notícias” entraria nas redes sociais no dia do aniversário
do seu fundador e mentor — o Tom — que eu carinhosamente chamava de “Tom, o
Santo(s)”. Infelizmente não pude participar da primeira edição da ressurreição
do jornal por motivos alheios à minha vontade. Mas faço-o agora sob a promessa
da Cris de que iria integrar a minha matéria ao conteúdo já vinculado ou por
vincular.
Com a passagem do Tom para
outra dimensão, como ele gostava de se referir àquilo que conhecemos como
morte, espírita de quatro costados que ele era, o jornal parou de circular. Mas
volta agora pelas mãos da sua filha, gênese da sua continuidade.
Tom era um idealista e
tinha pelo “Notícias” um grande amor. Suas batalhas ocorriam nas trincheiras do
“Notícias”, divulgando os fatos da cidade de Valinhos e região, e trazendo a
opinião dos seus articulistas e colaboradores sobre as mais variadas matérias.
Quem não se lembra da épica
contenda que o Tom armou para provar que Adoniran Barbosa nasceu em Valinhos? E
que mesmo com a certidão de nascimento oficial estampada no jornal ainda
continuou por muito tempo?
Tom amava o jornal, amava
Valinhos!... Sua partida deixou um vazio imenso!...
Lembro-me que por ocasião
da comemoração dos 18 anos do “Notícias”, com todos os colaboradores presentes à
exceção do querido e saudoso Dr. Carlos Bissoto que não podendo comparecer mandou
a seguinte mensagem para a ocasião, dirigida ao Tom Santos: “Parabéns pelo
aniversário de 18 anos do ‘Notícias’. Sei da sua luta incessante para manter o
jornal com artigos de qualidade, contribuindo para informação e cultura da
população de Valinhos e região. Que Deus continue a te dar força para comemorar
muitos aniversários desse importante jornal.”
E, numa crônica sobre esse
acontecimento, dei razão ao inesquecível Carlinhos afirmando: “o Notícias é o
Tom Santos. Não há como desassociar um do outro. São unha e carne. Hoje,
percebo, do alto dos meus anos de vida, que um não existiria sem o outro.
Criatura e criador estão indissociavelmente unidos. Um vive e dá vida para o
outro.”
Tom Santos era o editor,
revisor e distribuidor do “Notícias”. Era a peça que lhe dava estrutura, tanto
física, quanto moral. Que montava o seu arcabouço dentro de uma linha que buscava
a informação segura, verdadeira e não mentirosa, a transmissão da cultura
naquilo que ela tinha de melhor para contribuir com a elevação do espírito
humano.
Tom Santos passava por sérias
dificuldades para manter um jornal de ideias sadias e de informações imparciais
e objetivas circulando. E apesar das
críticas e das dificuldades, nunca esmoreceu. O diretor teatral premiado com o
disputado e invejado prêmio “Governador do Estado de São Paulo”, pela sua
brilhante direção de peças teatrais na Capital, sempre buscou para o “Notícias”,
a ética na produção das suas matérias, na condução dos artigos, ensaios e
crônicas dos seus colaboradores. Sempre se revelou incansável em tentar dar
tudo de si para aprimorar a cultura de Valinhos e da região. Sempre lutou — com
elegância, diga-se de passagem —, por esses ideais, contra os seus tenazes e
gratuitos críticos. Nunca matou os seus sonhos e o eterno menino que vivia dentro
de um corpo que já dava sinais de fragilidade, se agigantava quando se referia ao
“Notícias”.
E
agora o “Notícias” revive. Tom, o Santo(s) deve estar muito feliz!
Edição n.º 1001
Página 08
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