A
Organização Odebrecht é um conglomerado brasileiro de capital fechado que atua
em diversas partes do mundo nas áreas de construção e engenharia, infraestrutura,
indústria, energia, transportes e meio ambiente.
Mas
a Odebrecht não é só isso. Como estamos vendo, as delações de empresários da
Odebrecht expuseram o modus operandi de grupos de poder instalados na
República há mais de trinta anos, no sentido de favorecer
políticos alçados às mais altas esferas do poder, que se aproveitaram de
informações privilegiadas para formar um cartel. Não apenas o PT, mas outros
partidos políticos, inclusive do atual presidente da República, com muitos
ministros denunciados pelo envolvimento em esquemas de corrupção, na maior
investigação feita no país cujos desdobramentos são imprevisíveis, diante do
volume de dados ainda por serem obtidos com novas delações. Enquanto isso, no
Senado Federal, está em tramitação projeto de lei que atualiza a lei do crime
de abuso de autoridade. Políticos acuados pela operação Lava Jato querem conter
a ação do Judiciário e minar o trabalho que vem sendo feito pelo Ministério
Público e a Polícia Federal.
A
operação Lava Jato, cujo nome decorre do uso de uma rede de postos de
combustíveis e lava a jato de automóveis para movimentar recursos ilícitos
pertencentes a uma das organizações criminosas inicialmente investigadas, é,
hoje, a maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o Brasil já
teve.
No
dia 10 de maio está marcado, em Curitiba, um tête-à-tête do ex-presidente Lula
com o juiz federal Sérgio Moro, protagonista da cruzada contra a corrupção no
Brasil, que já colocou na cadeia políticos e empresários graúdos. Esse fato tem
mobilizado acaloradas opiniões diversas nas redes sociais, com muitos querendo
a prisão do líder petista e ex-presidente, enquanto outros, como Rui Costa
Pimenta, do Partido da Causa Operária, fez circular na internet vídeo dizendo
esperar mais de cem mil guarda-costas formados por militantes, defensores de
Lula, que não deixarão que o prendam. Enquanto isso, o governo faz apressar a
reforma trabalhista no Congresso Nacional, para evitar que se agrave a crise
econômica no país, dando também munição para os partidos de esquerda acusarem o governo de colocar em risco direitos sociais dos
trabalhadores.
Tudo
isso revela que a crise atual não é só política, mas uma crise moral.
Certamente o Brasil ganhará com tudo isso, na medida em que tais acontecimentos
façam amadurecer as instituições democráticas. Queremos que a lei valha para
todos, mas que todos também tenham os seus direitos de defesa. As eleições de
2018 refletirão, portanto, os resultados de toda essa mobilização, que esperamos,
sejam para o bem do povo brasileiro, de todos nós.
Edição
n.º 1007
Página
08
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