Foram
16 cães contaminados em três regiões do município
A Prefeitura de Valinhos,
por meio da Secretaria da Saúde, divulgou nesta quarta-feira (21) a confirmação
dos primeiros casos de Leishmaniose Visceral canina no município. A doença,
causada pelo protozoário Leishmania (I.) chagasi, transmitida pela picada do
mosquito flebótomo, Lutzomyia longipalpis, também conhecido como palha ou asa
dura, ataca o ser humano e cães e não tem cura completa. Quando não é tratada,
pode levar à morte em mais de 90% dos casos.
Ao todo foram confirmados
16 casos de Leishmaniose Visceral canina. Desses, quatro cães morreram, um foi
submetido à eutanásia, pois estava em estado avançado de sofrimento, e outros
seis aguardam resultado de exame de sangue, para constatar se estão em
condições de serem submetidos a tratamento. Ainda há 114 cães em investigação.
Segundo os médicos
veterinários, o primeiro caso de Leishmaniose Visceral canina foi registrado em
maio, no Jardim Paraná, a partir de notificação de uma clínica veterinária
particular. Logo após, outros casos foram confirmados nos bairros Nova Suíça e
Clube de Campo.
Desde 2013, a Sucen
(Superintendência de Controle de Endemias) vem registrando a presença do
mosquito vetor no município e a chegada de cão contaminado de alguma área
endêmica possibilitou a proliferação da doença, explicam os médicos
veterinários da Secretaria da Saúde.
Pelo protocolo de controle
da doença, para cada caso positivo devem-se investigar outros 100 cães que
vivem nas proximidades. O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) realiza
gratuitamente a coleta de exame para investigação da Leishmaniose Visceral, que
é encaminhado para o Instituto Adolfo Lutz. O resultado sai dentro de
aproximadamente 15 dias. Os interessados devem fazer o agendamento pelos
telefones 3829-1252 ou 3829-2197.
Sintomas e tratamento – Os principais
sintomas da doença em humanos são febre de longa duração, aumento do fígado e
do baço, perda de peso e fraqueza. Já no cão ocorre emagrecimento, queda de
pelos, lesão nos olhos, crescimento e deformação das unhas, paralisia das
pernas e desnutrição.
Um ou mais desses sintomas
podem começar a se manifestar em até dois anos, porém, mesmo sem a manifestação
da doença o cão infectado pode transmitir o protozoário ao mosquito, porque
fica alojado mais em nível cutâneo. Já em humano a transmissão não é
registrada, pois a doença acomete mais as vísceras.
Os médicos explicam que o
tratamento para os animais deve ser prolongado durante toda a vida, a base de
medicação com várias contraindicações e reavaliações periódicas. Não há
comprovação científica de que o animal em tratamento deixe de transmitir a
doença. É um tratamento caro e nem todo cão, dependendo das condições de saúde,
tem condições de recebê-lo.
Prevenção – Para o controle
da reprodução do vetor, a recomendação é para manter as áreas ao redor da casa
e o pé das árvores limpos e com espaço para a passagem da luz do sol no solo. O
mosquito se reproduz em matéria orgânica em decomposição, como montes de
folhas, restos de grama e de poda de árvores deixados em lugares úmidos e
sombreados.
A orientação também é para
a colocação de telas nas portas e janelas e, se possível, no abrigo dos cães
para impedir a entrada do mosquito, que tem hábito noturno. Também é
recomendado o uso de repelentes, de camisa de manga comprida e calça nos
trabalhos ao redor de casa e a colocação de coleira repelente para mosquito
flebótomo nos cães.
Edição n.º 1014
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