sexta-feira, 14 de julho de 2017

Traição tem solução?






A traição é um assunto de extrema importância para se tratar na relação do casal, e se não for bem trabalhada, mesmo que ambas as partes desejem reconstruir uma relação pós-traição, haverá grandes dificuldades de superação. Quantas pessoas não carregam grandes “traumas” de traição, às vezes por uma vida toda, e sentem dificuldade de se relacionar e confiar outra vez?
Sentir-se traído aciona vários botões internos nas pessoas: “não sou boa o suficiente”, “o que eu fiz de errado?”, “o outro não me ama mais”, ” o outro não sente mais atração por mim”, “eu não conhecia a pessoa que estava ao meu lado esse tempo todo”, “o outro é mal”. Confiamos no parceiro e ele nos decepcionou; nos vemos obrigados a dividir o companheiro com uma terceira pessoa sem que possamos fazer nada em relação a isso; nos sentimos impotentes diante da decisão do outro.  
Esse processo é extremamente dolorido por diversos motivos:
Confiança: com a mesma confiança da criança em seu pai quando se joga de algum lugar alto na certeza de que ele não vai deixá-la cair, nós nos jogamos em um relacionamento, porém esquecemos que relacionamento é brincadeira de adulto, brincadeira entre dois adultos. Somos responsáveis por nossas atitudes e por nossas escolhas assim como o outro é pelas dele. 
A maneira que as pessoas lidam com a traição tem a ver com a maneira com que elas sentem as relações. Para muitas pessoas, uma das bases do relacionamento é a confiança e a traição representa então a quebra dessa confiança. Quando quebramos a confiança de alguém estamos desconstruindo algo maior do que isso, estamos modificando os sonhos e as expectativas, estamos quebrando aquilo que a pessoa esperava de uma relação.
Acordos: Quando nos relacionamos em uma dinâmica monogâmica existem alguns acordos entre o casal, sejam eles explícitos ou implícitos. Antes de qualquer coisa para que um relacionamento tenha sucesso é preciso que os acordos e contratos estejam às claras, não é possível que o outro siga as regras se elas são implícitas. Dessa maneira, cada parte envolvida terá a sua expectativa, que pode ou não ser divergente da do parceiro. Só é possível ao casal sair do “achismo” se eles conversarem abertamente sobre isso. 
Esse assunto acaba sendo um tabu entre os casais, não se fala o que se espera do outro, espera-se que o outro sinta a mesma necessidade que a nossa. Muitas vezes esses acordos implícitos são explicitados em brincadeiras, mas não se fala abertamente ao outro os significados de estar em um relacionamento sério para si, tampouco o que se espera dele. Vivemos a relação acreditando que o outro sabe o que se passa na nossa cabeça ou no mínimo deveria saber!
Sem diálogo não há relacionamento, sem comunicação não há verdade às claras. Sem conversa não é possível ao casal entrar em acordos e, portanto, a relação torna-se frágil, qualquer vento balança, visto que não há pilares estabelecidos!

Continua...











Edição n.º 1016

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