Lamentável
o comportamento do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no G20, em
matéria ambiental.
O
G20, em reunião em Hamburgo, na Alemanha, isolou os Estados Unidos pela sua
posição contrária ao Acordo de Paris sobre o Clima, assinado por 195 nações do
mundo, mas que não obteve adesão de Donald Trump.
O
próprio Papa Francisco (autor da encíclica ecológica Laudato Si) é também
defensor do Acordo de Paris sobre o Clima, tendo entregue pessoalmente a sua
encíclica a Trump, e solicitado que ele pensasse e revertesse sua posição. Mas
Trump anunciou, em 1º de junho de 2017, que os Estados Unidos estariam fora do
Acordo de Paris, por considerar esse acordo danoso à economia norte-americana,
e ainda por acatar o parecer de certos cientistas que convenceram Trump de que
a tese do aquecimento global é uma falácia. Por isso, os Estados Unidos não se
preocuparam em ficar isolados, mantendo a posição contrária ao referido acordo,
que já havia sido defendida por Trump, durante a sua campanha presidencial, no
segundo semestre do ano passado.
A
presidente da Alemanha, Angela Merkel (que irá concorrer ao quarto mandato, em
setembro), disse que “ficou claro que não há um consenso, e o desacordo está em
evidência”, mas Merkel lidera os países que aderiram ao Acordo de Paris sobre o
Clima. A França, por exemplo, garantiu que até 2040, terá a maior parte de seus
automóveis movidos à eletricidade, diminuindo assim o consumo de combustíveis
fósseis. Mesmo assim, há muitos questionamentos sobre os interesses econômicos
que movem a política ambiental internacional, com a introdução de novos padrões
energéticos, com o discurso de preservação do meio ambiente. Para Trump, no
entanto, as medidas propostas pelo Acordo de Paris sobre o Clima não asseguram
o progresso. Por isso, ele manterá os padrões atualmente vigentes.
O
que precisamos, na verdade, é de um meio termo, evitando extremismos, ainda
mais os eminentemente ideológicos. O ambientalismo não pode também ser mais uma
camisa de força ideológica, com radicalismos irracionais. É preciso manter o
que há de realmente positivo nos avanços da ciência e da tecnologia, e evitar
aquilo que degrada o ambiente, mas sem excessos. Hoje, o progresso conseguiu
debelar muitas doenças e melhorar a vida das pessoas, mas é necessário coibir
os abusos e viabilizar políticas que garantam a qualidade de vida para todos. Em
razão disso o debate continuará em aberto, com polêmicas e questionamentos, mas
o importante é que consigamos avançar com o que trará, de fato, melhorias para
a sociedade, em todos os aspectos.
E
quanto ao presidente Trump, no futuro, especialmente os Estados Unidos, pagarão
um preço considerável por suas atitudes extemporâneas e retrógradas.
Edição
n.º 2017
Página
08
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