sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

E o galo cantou!...




Na região do Minho, norte de Portugal, fica Barcelos. Uma bela cidade povoada de inúmeros monumentos, o maior deles, um simples galinho. Em barro, multicolorido, cabeça erguida, crista vermelha, e certo ar viril de desafio. É o Galo de Barcelos.
Conta a lenda portuguesa que a vila andava alarmada com um crime praticado nessas terras que constituíam o primeiro condado de Portugal.
Quem seria o criminoso?
Aquele homem tornara-se suspeito. Os juízes o prenderam e o julgaram à moda de então, e o condenaram à forca. Em vão ele jurava a sua inocência, mas ninguém o ouvia.
Vencido, pediu uma graça: “Levem-me à presença daqueles que me condenaram!”
Chegou precisamente no momento em que se preparavam para comer um bom galo assado.
O homem se proclamou inocente, e perante os risos de gozação e a incredulidade dos juízes, lançou um desafio: “É tão certo eu estar inocente como é certo esse galo cantar três vezes quando me enforcarem.”
Nada adiantou. O pobre homem foi levado novamente à prisão e dali para a forca. Mas o galo permaneceu intocado, ninguém tinha coragem de comer.
Grande foi o espanto quando, no momento em que o homem ia subindo à forca, o galo esperneou e cantou três vezes.
Os juízes correram em direção à forca e encontraram o pobre homem com o laço no pescoço. Imediatamente foi solto e mandado embora em paz.
Passados alguns anos ele voltou a Barcelos e fez erguer o monumento em louvor à Virgem e a São Thiago. Mas as pessoas de Barcelos perpetuaram sua história modelando simples e coloridos galos de barro.



A convivência entre as pessoas requer uma comunicação constante. E, a credibilidade ao que se fala ou escreve é de suma importância.
Quantas vezes vivemos situações em que duvidam de nossa palavra!  Como isso é constrangedor para nós e nos entristece!...
Também por isso, precisamos sempre pensar no que vamos falar, afirmar ou negar. Nossas palavras devem ter o peso do que conhecemos, do que acreditamos, do que experimentamos...
E porque muitas vezes, duvidamos das pessoas? Elas nos dão motivo para tanto?
A convivência supõe confiança recíproca, diálogo, abertura e espontaneidade nos relacionamentos. Quando isso acontece, nos sentimos confiantes e tranqüilos. Podemos “ser nós mesmos”, sem insinuações ou máscaras. Sem recorrer aos truques, mágicas ou “sorte”.
Queremos paz! Queremos nos entender, nos comunicar com clareza. Queremos acreditar!
Que tenhamos a luz necessária para nos libertar dos julgamentos alheios e do ímpeto de julgar.
O “Galo de Barcelos”, objeto de expressão artística de uma comunidade, pode nos motivar à reflexão destas idéias...
Mas... Sem que necessariamente, venha a cantar!...
























Edição n.º 964 - págia 03




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