sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Tempo do Advento





É tempo de montar o presépio! Em cada lar, por mais humilde que seja, em cada igreja, em cada templo, pobre, luxuoso, surge um presépio, preparando-nos para o Natal, data em que os cristãos celebram o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Presépio sem a figura do Deus-Menino, pois segundo o simbolismo adotado ele preencherá a manjedoura somente no dia 25 de dezembro. É o advento!...
Ao olhar o presépio, não posso deixar de pensar nas figuras simples, humildes, de Maria grávida e José aflito e angustiado, a caminho de Belém, procurando na noite fria um lugar para repousar da longa jornada. Uma porta, um pedido, uma recusa. Outra porta, outra rejeição. E de recusa em recusa, eles muito caminharam noite adentro, batendo em todas as portas, até, finalmente, obterem acolhida, em lugar onde não havia portas. Um lugar que lhes deu guarida e pousada. Hospedeiros que não recusaram dividir com eles sua morada: um boi e um burro, num pequeno estábulo de Belém. Além da Virgem Santíssima e do seu fiel esposo José, estava apenas o boi. E o burro. De recusa em recusa, o Menino Jesus encontrou leito apenas entre as palhas do estábulo de Belém e na companhia desses dois animais. E foi somente quando um Anjo anunciou a boa-nova aos pastores e a estrela guiou os reis, que judeus e gentios, pastores e reis magos, acorreram ao estábulo onde um Menino os esperava.




Era a noite da Natividade. O boi e o burro foram, assim, testemunhas do maior mistério da história, naquela noite que dividiria para sempre os tempos, acolhendo o Criador que nascia de Maria Santíssima no escuro presépio.
Boi e burro tomaram o lugar destinado aos homens, na recepção do Deus feito homem. Boi e burro, que sempre serão lembrados em nossos presépios. Símbolos do povo eleito e dos pagãos. Mas símbolos, igualmente, da frieza do coração humano, que recusou, em sua chegada ao mundo, acolher o Menino Deus. O boi e o burro passaram a representar a humanidade. O burro e o boi são elementos presentes em cada representação do presépio; motivos tão obrigatórios que, quando a cena por razões de espaço ou de sobriedade, se reduz aos elementos essenciais, o par de animais não é tirado.
É certo que vivemos um tempo cada vez mais descristianizado e mais paganizado, mas o Natal ainda permanece uma festa que faz o apelo à confraternização, à reconciliação, ao encontro e à família. Devemos, mais uma vez, nos preparar para esse tempo festivo, de passagem para o novo ano que se aproxima. Tempo de reflexão e melhor ordenamento de nossas atividades, buscando melhor organização e otimização de nossas atividades e possibilidades. Tempo de recolhimento e reabastecimento interior, para que possamos dar um sentido novo ao nosso viver, a partir de princípios e valores que promovam a vida humana. 
Em tempos de descrédito, de crise moral, de ceticismo e indiferença, é preciso que redescubramos o sentido do Natal, lembrando sempre que a mensagem de Jesus é eterna, ontem, hoje e sempre. Mensagem de paz e harmonia, de amor e união, mensagem do bem. Por isso que o tempo do advento — que é a preparação para o Natal —, constitui um período de graça, para que possamos, em família, e com quem convivemos no dia-a-dia, cultivar o calor humano que emerge dessa vivência.
Que o boi e o burro consigam enternecer nossos corações e espalhar amor por este mundo, que tem rejeitado Deus e se esquecido de Jesus!








 Edição nº 965 - página 08




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