Em
cadeia nacional de rádio e televisão na quarta-feira (dia 11), a presidente
Dilma Rousseff justificou a razão de o Brasil estar sediando a Copa do Mundo e
ter construído 12 estádios de futebol a um custo de R$ 8 bilhões, visto que o
governo federal, os estados e os municípios gastaram juntos, R$ 1,7 trilhão em
educação e saúde. Portanto, esses gastos são ínfimos se comparados ao
investimento realizado nas importantes áreas da educação e da saúde.
Quero
deixar claro que outros governos que passaram, além do de Dilma, também não foram
um primor de estratégia e planejamento. Mas não se pode negar que quem
estabelece prioridade para a realização das políticas públicas, em detrimento
de outras, é o governo, notadamente quem o chefia. No caso, o presidente da
república. A decisão de trazer a Copa para o Brasil foi de Lula e a de
continuar mantendo essa postura foi de Dilma. Só não imaginaram que o povo
brasileiro tem outras prioridades, inclusive quanto à atenção que deve ser dada
à saúde, à educação e à segurança, que são básicas para a formação da
consciência e identidade nacionais e que, no momento, se encontram sucateadas,
para dizer o mínimo.
Os
números referidos pela presidente Dilma em seu pronunciamento revelaram-se eleitoreiros,
posto que levantamento do Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira)
aponta que o governo federal, entre 2010 e 2013, teria aplicado R$ 478,1
bilhões na saúde e educação. Isto significar dizer que o que foi dito pela
presidente e — repetindo, R$ 1,7 trilhão —, apenas 28,1% foram gastos pelo
governo dos presidentes Lula e Dilma. A maior parte da conta, ou seja, 71,9%
foi paga pelos estados e municípios.
Ademais
disso, parece importante lembrar que os gastos feitos por Dilma não foram uma
generosidade do Executivo e sim uma obrigação constitucional. E de resto, os
dados apurados mostram que o governo não se empenha em aplicar os recursos para
saúde e educação. Nesse sentido, entre 2004 e 2013 o governo federal foi
autorizado pela Lei Orçamentária a investir R$ 66,5 bilhões na educação.
Contudo, o governo utilizou apenas R$ 14,8 bilhões, ou seja, 22,5% daquilo que
havia sido estipulado. A situação se repete nos gastos com a saúde. No mesmo
período, os empenhos aprovados para o setor foram de R$ 55,3 bilhões, mas foram
liberados apenas R$ 5,5 bilhões ou 9,95% daquilo que havia sido previsto pelo
orçamento.
Infelizmente
o pronunciamento presidencial resvala para a propaganda tendenciosa, já que se
o governo quisesse teria realizado investimentos substanciais em ambos os
setores, pois estava autorizado para tanto. É mais um discurso retórico para a
plateia, configurando campanha eleitoral antecipada com o claro objetivo de
enganar o povo brasileiro. É preciso que a sociedade esteja alerta para a
manipulação de números e resultados pela equipe de propaganda do governo com
objetivo eleitoreiro.
Mas,
por ora — já que a Copa está aí —, e sem parecer ufanista, PRA FRENTE BRASIL!
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