Podemos
até discordar de Pelé, em razão de posturas pessoais por ele assumidas quanto
ao não reconhecimento da paternidade da sua filha que, logo depois de tê-la
reconhecida pela justiça, veio a falecer. Não sabemos por que Pelé adotou essa postura
e não somos ninguém para estabelecer um juízo de valor ou mesmo julgar alguém,
tarefa que compete à justiça humana e num patamar mais elevado à justiça
divina. Contudo, não podemos desconhecer que Pelé é um patrimônio nacional, um
embaixador do Brasil, seja que governo esteja instalado no país. Nesse sentido,
precisamos entender a postura do rei Pelé — que não está circunscrita a esse ou
àquele governo —, mas ao apelo que ele faz para que o Brasil faça bonito na
Copa, não só em campo, mas, sobretudo, na recepção dos jornalistas e turistas
estrangeiros, com o seu patriotismo sincero, de amor ao Brasil, de quem honrou
a camisa verde e amarela enquanto brilhou nos campos, garantindo a fase de ouro
do futebol brasileiro, especialmente com a conquista do tricampeonato em 1970.
Mas
os tempos hoje são outros e sabemos que os sentimentos negativos do momento têm
as suas justificativas, mas o rei Pelé está certo em defender o Brasil e
procurar levantar a autoestima do povo. Por causa disso ele está sendo criticado
nas redes sociais, pois o pessoal associa esta defesa do Brasil com a defesa do
atual governo. Não é bem assim. Pelé é mais do que tudo isso. Pelé não está
interessado em ver o governo ou quem quer que seja se valer desse magno evento para
dele tirar proveito. Por isso a sua posição deve ser entendida. Não vamos
esperar um Pelé contaminado pelo pessimismo. Ele sempre será um patriota.
Aliás, Pelé é, ao lado de Ronaldo, um dos embaixadores da Copa do Mundo e já se
declarou envergonhado pelo não cumprimento da pauta de obras e serviços
assumidos pelo Brasil com a Fifa para sediar o evento, visto que os estádios
(arenas) estão inacabados e quando acabados, mal acabados, ausentes das obras
de infraestrutura dos entornos e dos acessos — que continuam precários —, e que
deveriam melhorar a qualidade e a mobilidade da vida urbana da população.
Mas
o fato é que o tempo da Copa está começando. Aos poucos vamos nos dando conta
de que, apesar dos inúmeros problemas políticos e econômicos, e de um
pessimismo que não é característico do povo brasileiro, o megaevento esportivo
do mundial do futebol vai acontecer agora, no dia 12 de junho (dia dos
namorados, não esqueçam), e aqui no Brasil. É certo. E salvo melhor e mais
abalizado juízo, a festa vai contagiar, como em outros tempos, pois o futebol,
e de modo especial o futebol-arte faz parte da identidade nacional.
Esperamos
que a Copa seja mesmo uma catarse e possa fazer explodir a alegria do povo, e
que esses dias sejam de entretenimento e confraternização, um antídoto natural
contra esta onda de violência. Quem sabe — a exemplo do que aconteceu com a
visita do Papa Francisco — a Copa seja um sucesso. Quanto ao descontentamento
do povo com relação ao governo, não se esqueçam de que as eleições virão logo depois,
e a resposta deverá ser dada nas urnas. Por ora, pra frente Brasil!
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