“Outro
dia, atravessando a rua, me deparo com um cego”. Ele estava parado na esquina.
Pensei,
pensei, e com a melhor das intenções peguei no seu braço e o ajudei a
atravessar a rua. Quando cheguei do outro lado deixei-o e segui meu caminho.
Estava feliz e pensava: Hoje cumpri minha missão, fiz um gesto muito bonito...
Quando
olho para trás, eis que vejo outra pessoa atravessando novamente o cego.
Pensei...
O que teria acontecido!
Sem
pensar duas vezes, fui correndo busca-lo agora já do outro lado da rua.
Novamente ajudei-o a atravessar e fui embora.
Segui
meu caminho. Mas, para meu espanto, quando olhei para trás, estavam
atravessando outra vez o cego.
Ah!
Não! Desta vez não agüentei e gritei: Parem com isso, vocês não estão vendo que
ele quer ficar deste lado de cá?
E
para minha admiração, o cego abriu a boca e falou: Pessoal, agradeço-lhes pela
ajuda, mas não seria mais interessante vocês me perguntarem o que eu realmente
quero fazer?
Nesta
hora todos ficaram parados.
E...
Para resumir, o cego estava esperando seu parente na esquina.
Como?
É, “ele não queria ir nem para a direita, nem para a esquerda, ele só queria
esperar!”.
Que
grande aventura é conviver! Conhecer as pessoas é tarefa para toda a vida.
A
convivência humana supõe tempo para ouvir, para falar, para se comunicar, para
trocar idéias, para dialogar... Para que
haja crescimento e desenvolvimento pessoal e social, é necessário o
conhecimento próprio e dos outros com quem nos relacionamos.
Muitas
vezes no dia a dia, fazemos coisas, tomamos atitudes sem saber se é importante
para o outro porque não nos preocupamos em conhecer a opinião dele.
É
imprescindível o respeito às idéias, ao pensamento, aos valores de cada um.
Sempre alguém tem alguma opinião sobre alguma coisa ou acredita num valor ou
princípio diferente do nosso.
No
cotidiano da vida familiar, no convívio social, no ambiente de trabalho
acontecem os encontros, as descobertas dos talentos pessoais, a constatação da
maneira peculiar de cada um ver o mundo e os acontecimentos. Mas, isso se torna
concreto através da comunicação, do escutar e da expressão das pessoas.
Alguém
pode ser realizado e feliz se vive só, fechado em si mesmo, sem partilhar, sem
se permitir conhecer, sem sair ao encontro?
Que
Deus nosso Pai nos ilumine para descobrirmos os meios necessários que nos
ajudem a conviver na harmonia, no conhecimento e no respeito mútuo.
Edição n.º 984 - página 03
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