Finalmente a Petrobrás
divulgou na noite da última quarta-feira, dia 22, o balanço financeiro de 2014,
com a apresentação das demonstrações contábeis do 3º trimestre de 2014, auditado
por uma empresa independente, a PwC. Esse balanço deveria ter sido apresentado
pela empresa em novembro, implicando esse atraso em rebaixamento da nota da
estatal no mercado internacional, com todas as repercussões negativas e
prejuízos daí decorrentes. A razão desse adiamento se deve ao escândalo de
corrupção na Petrobras deflagrado pela Operação Lava Jato da Polícia Federal.
Os números do balanço mostram
que a companhia petroleira, agora presidida por Aldemir Bendine, teve um
prejuízo líquido de R$ 21,6 bilhões, impactados principalmente pela perda de
ativos imobilizados da companhia, no total de R$ 50,8 bilhões, segundo os dados
divulgados. A desvalorização dos ativos ficou em R$ 44,6 bilhões, enquanto a
baixa referente a gastos adicionais capitalizados indevidamente em decorrência
da Operação Lava Jato foi de R$ 6,2 bilhões. O valor da receita operacional
líquida registrado em 2014 foi de R$ 44,6 bilhões, enquanto a receita com
vendas chegaram a R$ 337,3 bilhões. A estatal fez investimentos no valor
total de R$ 87,1 bilhões, enquanto o Ebtida ajustado ficou em R$ 59,1 bilhões.
A dívida líquida da empresa em 31 de dezembro de 2014 era de US$ 106 bilhões.
De uma forma mais
compreensível, o balanço aponta baixa
referente a gastos adicionais capitalizados indevidamente em decorrência da
Operação Lava Jato de R$ 6,2 bilhões com corrupção e um prejuízo de R$
21,6 bilhões pela má administração imprimida à Petrobrás.
O balanço utilizou
metodologia baseada no conteúdo das investigações do Ministério Público Federal
– valores apurados pela Operação Lava Jato que se referem a 3% do valor de
contratos com 27 empresas membros de um esquema de cartel entre 2004 e 2012. Os
dados apontam que a diretoria de Abastecimento foi responsável pelo desvio de
R$ 3,4 bilhões, a de Exploração e Produção por R$ 2 bilhões, e a de Gás e
Energia por R$ 700 milhões.
Antes do anúncio dos
números, o presidente da estatal afirmou que a partir da divulgação do balanço,
a empresa retoma a normalidade de suas atividades. Mas calou quanto à apuração
das responsabilidades por esse espantoso rombo na maior empresa brasileira, que
mostra a má gestão a que foi submetida e ao esbulho dos seus cofres para
sustentar as campanhas políticas do PT e o bolso dos apaniguados do partido,
numa roubalheira nunca antes vista, suplantando de longe o escândalo do
mensalão. Quem responderá por isso? Quem será responsabilizado? Isso será
apurado? Alguém devolverá dinheiro? Os verdadeiros corruptos, os corruptores e
os incompetentes administradores que agiram com dolo, serão punidos? Ao menos
identificados, muito embora alguns já o tenham sido? Vocês, leitores, acreditam
que isso vai chegar a um fim que todos desejamos? Ou tudo vai terminar em
pizza, institucionalizando a corrupção e a impunidade, como soi acontecer nesta
tão castigada Pátria Educadora?
Edição n.º 984 - página 08
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