sexta-feira, 10 de abril de 2015

O cordão encarnado




Esta foi a segunda encenação do TEATRO APLICADO, e estreou em 16/09/1975 dando continuidade à minha proposta, como fundador desse teatro, de só montar textos da dramaturgia brasileira.
Naquela época, após a apresentação da peça havia conversa e debate com o público, com o objetivo de promover e valorizar a dramaturgia nacional.
O texto de Luiz Marinho é inspirado na tradição dos cordões azul e encarnado, tão significativos na cultura nordestina. A montagem trouxe para o palco do APLICADO, em São Paulo, atores e músicos como João José Pompeo, Gracinda Freire, Antonio Pitanga,  Yolanda Cardoso, Sadi Cabral, Petrúcio Araújo e muitos outros.
Entre os mais jovens, brilhavam Tânia Alves e Elba Ramalho. Nas críticas de Sábato Magaldi selecionadas por Edla van Steen no livro “Amor ao teatro”, ele faz a seguinte referência a “O cordão encarnado”:



Quem puxa o Cordão, como já havia feito em “Lampião no inferno”, é Tânia Alves. Graça, malícia, boa voz, noção de tempo valorizam continuamente sua presença. Outra figura que chama a atenção é Elba Ramalho, que já se havia distinguido também em “Lampião no inferno”. Esqueçam-se as implicações teóricas do pastoril, deixe-se de lado a insuficiência básica do texto, aceite-se o Cordão como uma brincadeira popular, em que ficam a música simples de Marcus Vinicius e a animação permanente que faz dela o elenco. Nesses termos, é possível que o espectador se divirta espontaneamente com a montagem.

As imagens usadas nas fotomontagens que ilustram este texto foram tiradas do blog de Tânia Alves    .
O fato de um teórico, professor e crítico teatral tão abalizado como Sábato Magaldi ter dedicado dez críticas às produções do TEATRO APLICADO (situado na Av. Brig. Luiz Antonio 931, no centro de São Paulo) são motivo de muita alegria para mim, como produtor desse espetáculo, representante da literatura de cordel pernambucana.       
Passados 40 anos, restauram as muitas lembranças, algumas fotos amareladas pelo tempo e a sensação de ter feito o investimento certo na dramaturgia brasileira.













 Edição n.º 982 - página 02



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