Muitas vezes pensamos que as pessoas valem
pelas riquezas que têm, pelos cargos que ocupam. A felicidade é anunciada e
procurada como prosperidade econômica, com quanto mais dinheiro melhor...
Vamos pensar com a história de “um pai de
família que levou seu filho para viajar pelo interior, com o firme propósito de
mostrar o quanto as pessoas podem passar dificuldades. O objetivo era convencer
o filho da necessidade de valorizar os bens materiais que possuía e o prestígio
social. Queria desde cedo passar esses valores para seu herdeiro.
Eles passaram um dia e uma noite numa
pequena casa de taipa de um morador da fazenda de seu primo. Quando retornaram
da viagem o pai perguntou ao filho:
- O que achou da viagem?
- Muito boa papai!
- Você viu a diferença entre viver com a
riqueza e viver na pobreza? O que você aprendeu?
O filho respondeu:
- Eu vi que nós temos um cachorro em casa e
eles têm quatro. Nós temos uma piscina que alcança o meio do jardim; eles têm
um riacho que não tem fim. Nós temos uma varanda coberta e iluminada com
lâmpadas, eles têm as estrelas e a lua. Nosso quintal vai até o portão de
entrada, eles têm uma floresta inteira.
Quando o pequeno garoto acabou de responder
seu pai estava perplexo.
O filho acrescentou:
- Obrigado papai, por me mostrar o quanto
pobre nós somos!”
Vivemos uma parte da nossa
vida na busca dos bens materiais com esforço e muito trabalho considerando que
isso é o mais importante. Mas, não é só isso!
A vida existe, além disso.
Precisamos valorizar os relacionamentos humanos, as emoções, o prazer das
coisas simples... O dinheiro é necessário, mas há coisas que ele não compra.
Quanto vale uma amizade sincera? Quanto vale o amor na família e entre pais e
filhos? Quanto vale um sorriso quando estamos tristes? Quanto vale o esforço da
descoberta e a alegria da superação de um obstáculo? Quanto vale o apoio de uma
mão amiga quando estamos cansados? Quanto vale a palavra pronunciada no momento
certo que ilumina e esclarece? Quanto
vale a emoção de enxergarmos a flor ou o canto do pássaro porque nos dispusemos
a ver e ouvir com calma?
Em várias situações
certamente já falamos: “Nossa! Não há dinheiro que pague isso!”
Quando nos sentimos
sensíveis às coisas simples da vida somos mais felizes!
Provavelmente também já
pensamos: “Não posso perder tempo, pois tempo é dinheiro!”
Porém, o tempo também não é
só dinheiro. O tempo é uma preciosidade que temos para viver a capacidade
interior de realizar nossos objetivos, de acreditar que somos fortes e sabemos
nos emocionar diante da natureza exuberante. O tempo nos ajuda a perceber a
necessidade dos outros e fazer alguma ação para supri-la. O tempo nos torna
sensível à beleza, à arte e à música. O tempo nos permite admirar o que é essencial
e o que é passageiro e banal. O tempo nos mostra a importância do respeito
mútuo e da confiança recíproca.
As desigualdades sociais, a
riqueza e a pobreza, diante desses pensamentos se misturam. O pobre em dinheiro
pode ser muito rico na sua alma e no coração quando é generoso e sábio em viver
a vida, dando o justo valor às coisas. O rico em dinheiro pode ser pobre de
coração, pois sua cobiça, sua soberba e sua ganância, o tornam inconveniente ao
tratar com as pessoas com quem ele convive.
Então podemos considerar
que o rico pode ser duas vezes rico e o pobre pode ser duas vezes pobre,
dependendo de suas atitudes e reações diante da vida e das pessoas.
Que Deus nosso Pai nos
ilumine a encontrar o justo equilíbrio na vida. Refletir sobre tudo isso nos
faz bem e nos anima a encontrar o melhor caminho.
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