sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Pra não dizer que não falei de consciência



Não há cidadania sem memória e não há memória sem arte. A arte é o espelho da pátria. O país que não preserva os seus valores culturais jamais verá a imagem de sua própria alma.” (Chopin, compositor)


Embora “a arte não reproduza a realidade, apenas a torne visível”, como disse o artista plástico suíço Paul Klee, os significados de obras de arte (música, pintura, escultura, literatura, arquitetura, teatro, cinema) lhes são atribuídos de acordo com as visões de mundo de quem as faz e de quem as aprecia.

Mas obras de arte são apenas “verdades” relativas, representação e ilustração da realidade construída por seus autores por meio de sons, imagens ou palavras que podem ser ouvidos, lidos e compreendidos de várias maneiras. Sendo o espelho que reflete a pátria, a obra de arte, no entanto, é propícia a muitas e diferentes interpretações.
Para tornar visíveis alguns aspectos da nossa memória, escolhi aqui algumas das alegres pinturas do artista plástico Gustavo Rosa para simbolizar o homem comum, no atual contexto histórico de nosso país.
Hoje em dia, o brasileiro se sente um palhaço suspenso no ar, devido à incerteza das políticas públicas (saúde, educação, segurança, transporte, moradia, saneamento básico, etc., etc., etc.) insuficientes, falhas e/ou mal gerenciadas.
Hoje em dia, o brasileiro tem de ciscar para “catar” a sobrevivência do dia a dia.
Hoje, a cada dia, o brasileiro tem de matar um touro à unha para vencer os obstáculos na vida de quem não é “amigo do rei”.
Hoje em dia, o brasileiro tem de roer todos os ossos dos ofícios (não os ofícios do poder instituído, evidentemente) pra manter o próprio emprego.
É de se lamentar que, quando roubam, enganam, manipulam dados, mentem e não gerenciam o bem comum da coletividade nacional, os homens públicos de alma negra não tenham consciência do mal que causam ao cidadão brasileiro de alma transparente e de todas as cores de pele: branca, negra, parda, amarela, vermelha, (ou a mistura delas, como as penas de um passarinho multicolorido).

Ou, se eles têm essa consciência, parece que ela não lhes pesa na alma...

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