“Não há cidadania sem memória e não há memória sem arte.
A arte é o espelho da pátria. O país que não preserva os seus valores culturais
jamais verá a imagem de sua própria alma.” (Chopin, compositor)
Embora “a arte não reproduza a realidade, apenas a torne
visível”, como disse o artista plástico suíço Paul Klee, os significados de
obras de arte (música, pintura, escultura, literatura, arquitetura, teatro,
cinema) lhes são atribuídos de acordo com as visões de mundo de quem as faz e
de quem as aprecia.
Mas obras de arte são apenas “verdades” relativas,
representação e ilustração da realidade construída por seus autores por meio de
sons, imagens ou palavras que podem ser ouvidos, lidos e compreendidos de várias
maneiras. Sendo o espelho que reflete a pátria, a obra de arte, no entanto, é
propícia a muitas e diferentes interpretações.
Para tornar visíveis alguns aspectos da nossa memória,
escolhi aqui algumas das alegres pinturas do artista plástico Gustavo Rosa para
simbolizar o homem comum, no atual contexto histórico de nosso país.
Hoje em dia, o brasileiro se sente um palhaço suspenso no
ar, devido à incerteza das políticas públicas (saúde, educação, segurança,
transporte, moradia, saneamento básico, etc., etc., etc.) insuficientes, falhas
e/ou mal gerenciadas.
Hoje em dia, o brasileiro tem de ciscar para “catar” a
sobrevivência do dia a dia.
Hoje, a cada dia, o brasileiro tem de matar um touro à
unha para vencer os obstáculos na vida de quem não é “amigo do rei”.
Hoje em dia, o brasileiro tem de roer todos os ossos dos
ofícios (não os ofícios do poder instituído, evidentemente) pra manter o
próprio emprego.
É de se lamentar que, quando roubam, enganam, manipulam
dados, mentem e não gerenciam o bem comum da coletividade nacional, os homens
públicos de alma negra não tenham consciência do mal que causam ao cidadão
brasileiro de alma transparente e de todas as cores de pele: branca, negra,
parda, amarela, vermelha, (ou a mistura delas, como as penas de um passarinho
multicolorido).
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