sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Tomie, 100 anos de vida, 60 de arte



Tua arte está impregnada do teu ser. Ela é o teu ser. É o que és. Se tua arte é monumental, cuidado com o lugar onde a colocas! O povo não entra nos bancos nem nos palácios. O povo está na praça, onde tua arte também pode estar.” (Renata Pallottini, poeta)




Tomie Nakakubo Ohtake nasceu em 21 de novembro de 1913, em Quioto, no Japão; chegou em Santos em 1936, após 40 dias de viagem de navio. Encantou-se com o que viu: “Brasil tem sol muito claro. Quando saí do navio, olhei para o céu e senti cheiro de amarelo. Ali, gostei do Brasil!”
Aos 40 anos de idade, depois de os filhos Ruy e Ricardo estarem criados e independentes, começou a pintar ̶ no princípio, arte figurativa (seu primeiro quadro, de 1953, representa um vaso de flores) e depois arte abstrata (nas imensas telas, cores que definem diferentes formas e texturas).
Naturalizada brasileira, construiu uma carreira consagrada  ̶  é considerada a dama das artes plásticas brasileiras e realiza exposições em várias partes do mundo.
Suas obras “têm uma característica singular, revelando um processo contínuo de reinvenção, aliando rigor pictural, liberdade expressiva e intensidade emocional, gesto e razão geométrica”, segundo a crítica especializada.
A arte monumental de Tomie celebra a energia envolvida no ato de pintar ou de criar esculturas: “todo o espaço está tomado por uma espécie de imantação, em que a geometria sensível conforma o vazio zen”.

Tudo isso pode ser visto nas bonitas obras espalhadas pelo Brasil: em São Paulo; Santo André; Santos; no Rio de Janeiro; em Minas Gerais e no Ceará.
A arte de Tomie está impregnada do ser dela, é ela e é o que ela é.

E, generosamente, ela a distribui por grandes espaços abertos sob o céu (praias, lagoas, lagos, praças, canteiros), iluminados pelo radiante sol do Brasil, que cheira a amarelo!

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