O escritor
Rubem Alves no seu livro “A alegria de ensinar” nos conta este fato que pode
parecer simples, mas, é pleno de reflexões:
“Um amigo tinha um sítio. Colocou
nele uma vaca, que lhe dava uma enorme despesa! Teve de construir um estábulo, além
de comprar uma picadeira de cana para a ração. As pessoas ajuizadas da família tentaram
trazê-lo à razão”.
“Com as despesas todas que a vaca
lhe dá, o leite dela é o mais caro da cidade! Seria mais barato e prático
comprar o leite nos pacotes plásticos”.
Mas ele me confessava: “Eles não
entendem... Eu não tenho a vaca por causa do leite. Eu tenho a vaca porque
gosto de ficar olhando para ela, com aqueles olhos tão mansos, aquele ar
plácido, tão diferente do das pessoas com quem convivo... Tenho a vaca porque
ela me faz ficar tranqüilo...”
É
interessante!
O sentido do
útil e do aparentemente inútil! Do prático, do que deve ser transformado em
lucro, e do suposto prejuízo...
O sonho, a
fantasia, a satisfação, a alegria, o entusiasmo, os planos e objetivos, o que
nos toca o coração, acreditamos, ficam no entremeio desses valores.
São sempre os
dois lados. Como enxergamos, sentimos e entendemos as coisas, os objetos e as
pessoas... Como cultivamos os sonhos, aquilo que nos dá prazer, tranqüilidade, alegria.
Mas, para a
sociedade atual, o lucro e os resultados são o mais importante. Vamos nos
deixar levar por essa força inconsciente? Ou vamos nos respeitar como seres inteligentes,
emocionais e espirituais? Vamos nos deixar levar pelo consumismo exagerado e
frio ou pela propaganda enganosa e alienante?
A complexidade
do ser humano nos assusta!
Somos ricos em
potencial. Somos capazes de fazer, sentir e viver muitas coisas, de várias maneiras...
Somos capazes de mudar de transformar para melhor aquilo que nos perturba e
entristece.
Por que então,
ficamos insensíveis à beleza das pequenas coisas, dos gestos mais simples? Por que
nos fechamos quando o apelo é a solidariedade, a compreensão, a comunicação, a
convivência, o perdão, a paz?
Precisamos
respeitar a forma de viver das pessoas com quem nos relacionamos. Precisamos respeitar
o olhar que elas têm sobre a vida e o mundo...
Somos pessoas criativas,
capazes de transformar as situações adversas. Vamos alimentar os sonhos, os
projetos, as coisas que gostamos de fazer...
Encontrando
mais equilíbrio pessoal, a nossa convivência será mais pacífica e feliz. E sabemos
que podemos contar sempre com a luz que vem de Deus.
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