A verdade marcou um encontro com a mentira. A
verdade chegou na hora, pontual e certa. A mentira chegou atrasada, e se
justificou: “Minhas pernas são curtas e bambas. Mas não conte a ninguém.” A
verdade não disse nada. Apenas sorriu. A mentira prosseguiu: “O que você quer
de mim? Eu sou bonita, você é feia. Eu sou jovem, você é velha. Eu sou
extrovertida, você é tímida. Eu sou agradável, você é desagradável. Enfim, eu
sou aquilo que as pessoas querem. Posso ser qualquer coisa, estar em qualquer
lugar. Posso fazer tudo o que quero, e francamente, não vejo o motivo de estar
aqui nesse momento, perdendo o meu tempo com alguém que não é bem aceita em
todos os lugares. O que você quer de mim, afinal?”, disse a mentira com uma voz
ligeiramente esganiçada.
A verdade, com voz límpida e cristalina, respondeu
apenas: “Quero lhe dizer que apesar da sua beleza e formosura, as pessoas
querem a mim. As pessoas buscam a mim, mesmo quando encontram você.”
Na hora de ir embora, sempre apressada, a mentira
botou o casaco da verdade e saiu correndo. A verdade para não passar frio,
botou a roupa da mentira.
E todo mundo achou que a verdade era a mentira e a
mentira era a verdade. “Mas foi só por um tempo, pois, logo o vento forte
soprou revelando as pernas curtas e bambas da mentira disfarçada”.
Esse pequeno relato da escritora Diléa
Frate, nos convida a refletir sobre o nosso convívio diário com a família, com
os colegas de trabalho e nas atividades sociais...
No relacionamento com as pessoas no dia
a dia, em todos os setores da vida, nos deparamos sempre com os dois pólos: O
que é verdade, e o que não é verdade. No meio disso está em jogo a confiança, a
transparência, a lealdade, a autenticidade, a honestidade, a sinceridade, a
empatia...
Em algumas situações, só o tempo vem
mostrar a verdade ou a constatação da mentira.
Os meios de comunicação, muitas vezes
manipulam e distorcem os fatos. Quantos segredos! Quanta verdade guardada!
Quanta mentira vestida de verdade!
Então é preciso viver nossa verdade
pessoal, aquilo que acreditamos o que nos torna únicos e inspiradores de
confiança.
Para ser ao mesmo tempo convicto e
bastante flexível requer uma grande força de caráter.
Pretender ser “dono da verdade” pode ter
efeitos negativos, porque é possível que a pessoa se engane na maneira de
perceber a verdade.
É necessário que busquemos sempre a
nossa unidade interior, nosso ponto de referência, sem nos deixar “quebrar por
dentro”.
Deus, nosso Pai, nos ilumina sempre nas
mais diversas situações para que encontremos a verdade que nos liberta.
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