sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Desordem e retrocesso



A República Federativa do Brasil ao se formar escolheu como divisa nacional a expressão “Ordem e Progresso”, forma abreviada do lema de autoria do positivista francês Auguste Comte: “O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim”. Seu sentido é a realização dos ideais republicanos: a busca de condições sociais básicas (respeito aos seres humanos, salários dignos etc.) e o melhoramento do país (em termos materiais, intelectuais e, principalmente, morais).

O que vemos hoje? A República está desgovernada. Sim, porque governar é administrar, dirigir, conduzir. O dicionário exemplifica: governa o país com firmeza e sabedoria, conduz bem o barco. O país está sendo governado com firmeza e sabedoria? O barco está sendo bem conduzido? A nau ruma a porto seguro?


Quem tem olhos de ver e quer ver, sabe que não! Pobre Brasil, triste mulato inzoneiro, não vejo porque cantar-te...

A população já está fazendo “justiça” com as próprias mãos. No Rio de Janeiro, adolescente de 15 anos acusado de roubo foi preso nu e acorrentado com trava de bicicleta a um poste na orla carioca por pseudos “justiceiros”, à semelhança das cenas repugnantes e brutais dos escravos acorrentados e sendo açoitados no Pelourinho, no século 19. Outro, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, acusado de roubo, foi imobilizado por dois homens no meio da rua e executado sumariamente por um motoqueiro com três tiros à queima-roupa, tendo os seus miolos estourados. Em tudo essas cenas, ocorridas em plena luz do dia, lembram os linchamentos ocorridos na República Centro-Africana, um dos países mais pobres do mundo. E os transeuntes nem se incomodaram. A rotina de quem passava pela rua sequer foi abalada. As imagens divulgadas tampouco geraram comoção.

Um bando de torcedores de um time de futebol invade a sede e quase consegue surrar os jogadores que, por pouco, escapam.

As manifestações de rua têm provocado danos a bens públicos e particulares, com significativos prejuízos de ordem material. Pessoas são feridas, a última delas, o repórter fotográfico fatalmente vitimado por uma explosão. Quadrilhas de bandidos comandam as cidades. As favelas pacificadas já voltaram à sua condição anterior e agora com maior agressividade.

Esses vândalos, autores dessa barbárie, são presos, são punidos? Ao contrário, são tratados como vítimas, numa cruel inversão de valores. São pobres coitados, marginalizados pela sociedade. Os menores quase são pegos no colo, os criminosos são logo soltos (isto quando são apreendidos) e os policiais são crucificados.

A população está desamparada (o que não a autoriza a agir com as próprias mãos). Por que as autoridades não agem, não cuidam da segurança pública? A quem interessa esse estado de coisas? A propósito, o povo está desarmado e os bandidos estão armados! Sintomático não?!...

A única obra acabada deste “governo” foi feita na ilha dos irmãos Castro, em Cuba, o porto de Muriel, a um custo de 900 milhões de dólares.

Na verdade, o desgoverno é tanto que quem está cansado de esperar que o Brasil dê certo, se encontra no limite da desesperança — e tem condições —, abandona essa nau sem rumo e vai se refugiar em Miami. Mas não é este o caminho. Nós somos a sociedade. Nós somos culpados se permitirmos que este desgoverno continue. Nós temos que mudar este estado de coisas. E quero acreditar que só faremos isso nas urnas, escolhendo bem os que irão governar, excluindo aqueles que desgovernam com a única preocupação de se beneficiarem dos cargos onde nós os colocamos.











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