Como é bom refletir ao ler ou ouvir as
experiências das pessoas. A escritora Sue Bender nos conta sobre uma das
situações que ela viveu numa viagem que fez: “Há muitos anos, eu estava em uma
pequena aldeia no Marrocos, no alto da montanha.
Quando me registrei no hotel, vi em cima do
balcão um vaso rústico, alaranjado, encantador, com duas alças salientes, cheio
de flores.
Era uma imagem magnífica.
Sua simples forma arredondada e
monocromática contrastava com a magnitude das flores coloridas. Todos os dias
eu olhava para o vaso e ficava chocada com a sua beleza. Em geral, sou uma
viajante disciplinada e raramente tentada a levar alguma coisa para casa, mas
aquela era uma exceção.
No quinto dia perguntei ao gerente se
poderia comprar aquele vaso. “Sem dúvida”, disse ele. “Há muitos exatamente
iguais a este em uma loja da praça.”
Fiquei encantada e saí imediatamente para
comprar meu vaso. O gerente estava certo
e ao mesmo tempo errado. Na verdade, havia cerca de cem vasos rústicos com o
mesmo formato, e nenhum tinha aquele algo a mais que eu poderia chamar de sua
alma. Ninguém iria me convencer a levar uma daquelas peças tão frágeis para
casa.
Quando voltei ao hotel, disse ao gerente o
que tinha visto. E, apontando para o vaso que estava em cima do balcão,
perguntei: “Eu poderia comprar aquele vaso?”
“É claro”, disse ele. “Não faz diferença.
Todos eles são iguais.”
É interessante perceber, no relacionamento
com as pessoas, como as coisas e acontecimentos têm um peso, uma conotação
diferente para cada um.
Tudo depende do que acreditamos o que valorizamos
como enxergamos... Nós somos sensíveis aos fatos, às palavras, aos sons, aos
gestos, aos olhares conforme nos tocam e falam ao coração.
Como é importante a auto educação da
sensibilidade, do saber ver, do apreciar, do analisar, do trocar idéias, do
comunicar, do agir na direção daquilo que nos faz bem!...
Na convivência diária, na família, no grupo
social e de trabalho, essa atitude coerente e acolhedora ao que sensibiliza,
cria um clima de entendimento e harmonia. Significa que todos e tudo ao nosso
redor têm um valor especial.
Que tenhamos a alma aberta para sentir,
perceber e acolher as pessoas e coisas...
Que nossos olhos vejam além das aparências,
para apreciar a beleza escondida nas pessoas que convivem conosco.
Quantas qualidades, talentos e dons para
serem repartidos e compartilhados... Porque é tão difícil percebê-los?
Que nossa percepção, nossa ação criativa,
nosso bom senso, nos ajudem a “fazer a diferença”, onde quer que estejamos...
Queremos viver, sentir, admirar, reconhecer
e nos deixar envolver pela grandeza da vida!...
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