“Eu
não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações
faiscantes que aqui caleidoscopicamente registro.”
(Clarice Lispector – escritora)
Feminino é mais, muito mais
que um “adjetivo oposto a masculino”. Vai além de ser um substantivo masculino
e um gênero. Feminino é plural, é múltiplo.
Múltiplo, por definição de
Silveira Bueno, no Minidicionário da Língua Portuguesa, “abrange muitas coisas;
que não é simples nem único; diz-se de um número que contém outro duas ou mais
vezes exatamente”. Nunca vi definição mais poética num dicionário. Talvez haja
outras. Talvez seja o olhar de hoje, feminino, plural, múltiplo, que faz ver
além da semântica.
Mulheres são assim, além do
significado. Se não forem, podem ser ainda meninas – e a fase de maturação,
independe da idade.
Mulheres são
multiplicadoras – de vida, ideias, sonhos e amores. São realizadoras,
vibrantes. Se não forem, podem estar afastadas de si mesmas. Mas que o
afastamento, se inevitável, seja breve. Senão, ofusca a essência.
O essencial é o
indispensável. Assim como a palavra o é para a poesia, em verso ou prosa. Com
ou sem rima.
Mulheres são essenciais,
poéticas e muito modernas – da Idade da Pedra, ao século XXI. De diferentes
estilos, cores e formas. De amores possíveis e impossíveis.
Mulheres são como
caleidoscópios – multiformes, multicoloridas, multicelulares.
Talvez, por tudo isso e por
muito mais, as mulheres diferem – de outros gêneros e espécies. E assim, por
tamanha singularidade e pluralidade, conseguem, mesmo sem muito esforço, se
fazerem notar. Se fazem presentes, independente de tempo e espaço, merecendo
que todos os dias sejam seus. E são!
Por todas estas razões,
reedito minha homenagem a todas as mulheres. Porque não há apenas um dia. Porque
são nossos, todos os dias.
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