sexta-feira, 14 de março de 2014

FEMININO PLURAL



“Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes que aqui caleidoscopicamente registro.”
 (Clarice Lispector – escritora)

Feminino é mais, muito mais que um “adjetivo oposto a masculino”. Vai além de ser um substantivo masculino e um gênero. Feminino é plural, é múltiplo.
Múltiplo, por definição de Silveira Bueno, no Minidicionário da Língua Portuguesa, “abrange muitas coisas; que não é simples nem único; diz-se de um número que contém outro duas ou mais vezes exatamente”. Nunca vi definição mais poética num dicionário. Talvez haja outras. Talvez seja o olhar de hoje, feminino, plural, múltiplo, que faz ver além da semântica.
Mulheres são assim, além do significado. Se não forem, podem ser ainda meninas – e a fase de maturação, independe da idade.
Mulheres são multiplicadoras – de vida, ideias, sonhos e amores. São realizadoras, vibrantes. Se não forem, podem estar afastadas de si mesmas. Mas que o afastamento, se inevitável, seja breve. Senão, ofusca a essência.




O essencial é o indispensável. Assim como a palavra o é para a poesia, em verso ou prosa. Com ou sem rima.
Mulheres são essenciais, poéticas e muito modernas – da Idade da Pedra, ao século XXI. De diferentes estilos, cores e formas. De amores possíveis e impossíveis.
Mulheres são como caleidoscópios – multiformes, multicoloridas, multicelulares.
Talvez, por tudo isso e por muito mais, as mulheres diferem – de outros gêneros e espécies. E assim, por tamanha singularidade e pluralidade, conseguem, mesmo sem muito esforço, se fazerem notar. Se fazem presentes, independente de tempo e espaço, merecendo que todos os dias sejam seus. E são!
Por todas estas razões, reedito minha homenagem a todas as mulheres. Porque não há apenas um dia. Porque são nossos, todos os dias.












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