“Literatura faz falta em tudo: na música, no
teatro, no cinema, na arquitetura, na culinária, no amor. Um mínimo de poesia,
sutileza, refinamento: sem isso, a vida fica rasteira. Sem a literatura como
base, não se consegue dar nem mesmo uma opinião, quanto mais criar algo que
esteja dois degraus acima da mediocridade.” (Martha Medeiros, Zero Hora,
02/03)
Em homenagem ao “Dia Internacional da
Mulher”, e para justificar a epígrafe usada, ilustro este texto com o óleo sobre tela pintado em 1881
pelo artista belga Lawrence Alma-Tadema, que mostra uma plateia feminina a
ouvir os versos de Safo. E
também cito alguns versos da escritora, poeta e dramaturga
Renata Pallottini.
Safo (630-612 a.C.) era uma poetisa
grega. Ela viveu na ilha de Lesbos, ativo centro cultural na Grécia do século
VII a.C. Era muito respeitada, apreciada e considerada, naquela época, "a
décima musa". Mas sua literatura sofreu censura na Idade Média, devido ao
seu conteúdo erótico-emocional dirigido a outras mulheres. Por isso, o que
restou de sua obra foram apenas alguns fragmentos.
O termo “lésbica” é derivado da
associação desse gênero de poesia homoafetiva feminina com o nome da ilha onde
Safo vivia, Lesbos.
No Brasil, em
maio de 2011, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a união civil entre homossexuais, assegurando a eles os mesmos direitos
dos casais heterossexuais.
No entanto,
desde o início da década de 1980, Renata Pallottini, como uma moderna Safo
brasileira, já dedicava versos à mulher amada:
Cerejas, meu amor,
mas no teu corpo.
Que elas te percorram
por redondas.
E rolem para onde
possa eu buscá-las
lá onde a vida começa
e onde acaba
e onde todas as fomes
se concentram
no vermelho da carne
das cerejas...
E exortava
todas as mulheres:
que ninguém se aproveite
da força do teu sexo
da força do teu braço
da força do teu cérebro.
Porque “nada
é mais importante do que tu mesma, Irmã”, como sempre disse Renata Pallottini.
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