“Sou
negra e não tenho um dia... tenho uma vida uma história uma cultura um valor um
sonho. Consciência? Mas o que é isso mesmo? Prefiro a inconsciência dos
desejos, dos ébrios, dos loucos e dos apaixonados. Meu dia são todos os dias.
De consciente mesmo só a minha negritude claramente estampada na retina do
branco-branco.” (Poema composto
para a peça teatral VAGABUNDOS, Teatro do Sesc, Fortaleza- CE)
Embora
não haja registros oficiais sobre a existência da Escrava Anastácia, sua
história é conhecida e divulgada por toda parte. A Escrava Anastácia era uma escrava muito linda,
que despertava o interesse e cobiça dos homens. Ela era muito atenciosa e era
curandeira, ajudava os doentes e com suas mãos, fazia verdadeiros milagres. Sendo
sempre assediada, mesmo sedo escrava, se negou a ir pra cama de seu dono e
senhor. Essa atitude causou-lhe extremo sofrimento: apanhou muito e foi
sentenciada a usar uma máscara de ferro por toda a vida. Alguns dizem que foi a
esposa do seu senhor que, por ciúmes, a obrigou usar a máscara. Outros, que
quando foi estuprada, arranhou o rosto do rapaz – por este motivo, foi
castigada com a máscara, só tirada às refeições. Foi muito espancada, e sofreu verdadeiros
martírios por toda a sua vida. Ela é um símbolo de força, garra e honra, da mulher
que jamais se dobrou às injustiças.
Em 1992, no decorrer do I
Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-caribenhas, foi instituído o
dia 25 de julho como dia internacional da mulher negra latino-americana e
caribenha.
Não é apenas um dia
comemorativo, mas sim um marco internacional da luta e resistência da mulher
negra contra a opressão de gênero, racismo e exploração de classe.
Contudo, é impressionante o
número de mulheres, negras ou brancas, que são escravizadas por seus
companheiros e patrões... Ainda, em pleno século XXI, continuam acuadas e
sofrendo assédios, agressões. Trabalham em igualdade de competência e período,
no entanto o salário ainda é inferior.
Muitas regras vêm sendo
alteradas no decorrer do tempo, mas ainda existe uma discrepância muito
acentuada a ser dizimada...
Temos urgência em preparar um mundo mais digno para nossas meninas. Que elas possam
ser respeitas, tratadas com a dignidade que merecem. Que
possam ter direito a uma casa, à saúde, à educação, ao trabalho (salário digno
e escolha da profissão), ao lazer, ao amor... sejam elas negras ou brancas!
Edição n.ª 945 - página 05
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