Edição n.º 998 - página 01
sexta-feira, 31 de julho de 2015
PROVA DE CARINHO
Em 22 de março de 1996 no
número 1 do NOTICIAS DE VALINHOS, o amigo Tom Santos escreve no seu editorial: “Nasce hoje em Valinhos um outro jornal:
Noticias de Valinhos. Ele vem juntar-se aos já crescidos irmãos da comunicação:
Folha de Valinhos, Jornal de valinhos e Terceira Visão. Este novo veículo não
tem vínculo político isolado, embora seus articulistas ou colaboradores tenham
definidas suas metas políticas ou partidárias. Notícias terá como princípio a
postura de um veículo de comunicação que estará a favor da informação e dos
acontecimentos políticos, sociais, educacionais, religiosos, culturais e
comerciais deste município. Assuntos de interesse do centro, dos bairros ou da
zona rural serão cobertos com enfoque à unificação e entrosamento da população
como um todo. Qual é o problema de seu bairro ou de sua comunidade?
O
leitor de Notícias está convidado a ser um “leitor repórter”. Ligue e passe uma
informação de interesse comunitário ou relate “um causo” que identifique a
cultura de Valinhos e você receberá a atenção de um jornalista que dará à sua
informação um destaque de acordo com sua importância. Quando o leitor estiver
recebendo Notícias, que o faça com a certeza de quem está recebendo um jornal
semanal que se propõe a ser um veículo de expressão refletida do passado e do
presente de Valinhos. Você “leitor e anunciante de Notícias, é o padrinho desta
“criança” que vai crescer para cumprir a missão de bem informar”.
Amigo TOM, agora o Notícias
já é um jovem de quase 20 anos e já tem 998 edições. Você não está mais aqui...
Porém, você o fez crescer, tomar corpo, se tornar presença obrigatória todas as
semanas. Os seus leitores o esperavam e comentavam o conteúdo que trazia.
Você sonhou e batalhou incansavelmente
para realizar seu projeto. E, conseguiu!
Foram grandes as lutas, os
debates, as incompreensões, os sucessos, os aplausos, as contestações...
Foram surpreendentes as
notícias dos acontecimentos, dos fatos, das situações inesperadas, da vida de
nossa cidade. Você cumpriu o que prometeu para o seu leitor, quando o convidou
para ser o padrinho do Notícias.
TOM, você construiu sua
história em Valinhos, marcou sua presença e fez da comunicação a expressão da
sua verdade. Você vivenciou sua fé nas pessoas, acreditou no poder da imprensa,
valorizou a comunidade onde viveu...
TOM SANTOS fica em paz!
A cidade de Valinhos
agradece a sua contribuição como pessoa e jornalista, para o engrandecimento da
nossa comunidade.
E, seus amigos que tiveram
a oportunidade de conviver este tempo precioso com você estão unidos na oração
e na amizade...
Josefina Palácio.
Edição n.º 998 - página 02
A CONTRIBUIÇÃO DA IMPRENSA
“O valor das coisas não
está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por
isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas
incomparáveis.” (Fernando Pessoa)
Produzir um
jornal independente, fora dos grandes centros urbanos, constitui um
desafio gigantesco para que ele se viabilize como alternativa de reflexão, nas
mãos dos leitores.
É preciso contar com
abnegados colaboradores, que dominem conhecimentos variados para
a elaboração de matérias com conteúdos alternativos,
mas equivalentes aos dos jornais diários já estabelecidos
comercialmente há muitos anos.
É preciso definir pautas e
artigos que lhe dêem uma identidade própria, sem que pareçam uma colcha de
retalhos e, ao mesmo tempo, oferecer ao leitor opções de ideias variadas,
provocativas ou polêmicas, que o instiguem a avaliar os fatos de maneira
crítica e significativa, quer haja concordância ou discordância com o texto
escrito pelo colunista.
Além disso, o jornal independente precisa
encontrar meios de autofinanciar sua manutenção, para não depender de
aportes financeiros que lhe imponham restrições políticas, religiosas ou
ideológicas, de qualquer natureza, à linha editorial adotada.
Um jornal como NOTÍCIAS, cuja
atividade jornalística completa este mês 18 anos, enfrenta enormes
desafios semanais para bem informar a comunidade a que se destina, uma das
quais é a distribuição gratuita em todas as bancas de jornais, escolas, faculdades,
padarias, restaurantes, postos de abastecimento, bancos, supermercados,
quitandas, consultórios, clínicas, Fórum, agências de correios, açougues e
comércio em geral.
Pelo extenso alcance na sua
distribuição, pela rapidez com que os exemplares desaparecem dos pontos de
distribuição, e pela boa receptividade e interlocução com seus
leitores — como atestam as inúmeras “provas de carinho” recebidas ao
longo desses anos —, o NOTÍCIAS é um veículo de
comunicação, divulgação e agente de atualizações essencial para a comunidade.
Tom Santos
Publicado em 07/03/2014
Edição n.º 998 – página 07
sexta-feira, 24 de julho de 2015
Amigos!...
No dia 20 último
comemoramos a data dedicada no calendário ao Amigo e também ao Dia
Internacional da Amizade!...
Refleti muito sobre essas
comemorações que, coerentemente, são celebradas em conjunto, até porque o amigo
deriva da amizade, já que sem esta não há aquele.
Temos amigos? Somos amigos?
São questões que somente a nossa existência, o nosso viver do dia a dia
respondem. Como escolher os nossos amigos ou são eles que nos escolhem?
Os amigos devem ser eleitos
da melhor forma possível. Devemos nos afastar de pessoas que nos desviam de
nossos caminhos, ainda que de modo inconsciente. Não são maldosas, mas
descuidam-se de si mesmas e empregam na sua conversação pensamentos turvos e
palavras danosas, adotando condutas pueris e mesquinhas.
Embora devamos ser corteses
para com todos, devemos escolher os que serão os nossos amigos não pelo simples
fato de conviver com eles ou por nos acharmos dedicados a um negócio comum ou
mesmo pelo motivo de viajarmos em sua companhia. Aproximemo-nos de pessoas com
quem pudemos aprender alguma coisa que se deram ao trabalho de nos ensinar; ou
que pelo menos nos ajudaram com o estímulo de perguntas inteligentes ou com o
calor da sua simpatia.
Muito da felicidade e
pureza de nossas vidas reside na sábia eleição de nossos amigos e companheiros.
Como diria Lubbock, “se mal eleitos, nos farão cair; se os escolhermos bem,
far-nos-ão levantar”.
Um amigo é um refúgio e um
abrigo seguro quando estamos em meio de uma tormenta. O amigo vê com os olhos
do outro o mundo que nos cerca; permite que abracemos com os seus sentidos o
que a vida nos oferece; sofre conosco porque mesmo o sofrimento é alegria
quando se sofre com o outro e pela dor do outro.
Feliz aquele que tem amigo!
E feliz aquele que é amigo!
Nesta altura da minha
existência posso dizer que tenho amigos. Não são muitos; são poucos. Mas foram
eleitos e espero que assim também me considerem.
Apenas desejo estar
preparado para quando partirem antes de mim! Sim, partirem, porque os amigos,
os verdadeiros amigos, não morrem, apenas partem antes!... Tomam o trem da
espera porque já prepararam o seu bornal de viajem de antemão, muito antes de
nós. Mas sua partida nunca ficará esquecida, pois sua memória estará sempre
viva nas nossas lembranças, sempre presente o calor das emoções que
vivenciamos, as angústias e aflições que dividimos e os sucessos que
partilhamos. Amigo não morre, apenas viaja na frente!
Boa viagem meu amigo Tom
Santos! Que o trem da sua jornada te leve ao abraço do Pai, que, tenho certeza,
o aguarda para recebê-lo como sempre você viveu: com amor e dignidade!
Edição n.º 997 – página 02
ENGOLIR SAPOS?!
Quantas
vezes já ouvimos ou falamos que temos que “engolir sapos” nos relacionamentos
humanos de trabalho, na família, em sociedade, enfim, no cotidiano da vida.
Para
o professor de comunicação e palestrante, Eduardo Zugaib, “para ser bem
sucedido naquilo que pretende é inevitável, uma vez ou outra, engolir um
sapinho. A diferença entre ter ou não sucesso está na forma de digestão.
Enquanto um avalia as causas e efeitos e, com humildade e visão, procura
reinventar-se, o outro fica com o sapo entalado na garganta”.
Já,
o professor, filósofo, escritor Luis Sérgio Lico, “acredita que engolir sapos
nunca foi aconselhável, mas destaca que é importante perceber se o desafio é,
de fato, um sapo. O que é um sapo? É aquilo que você é obrigado a fazer sem
querer, contra seus interesses, é humilhação pública, o chamado mico. É o
ridículo, o cômico, uma coisa que afeta a auto-estima, o ego”.
“Se
a pessoa encarar o sapo como um desafio e transformar uma negativa em
oportunidade, ele já não será mais algo que diminua a auto-estima e poderá se
tornar, até mesmo, uma mola propulsora para o sucesso.”
Um
pequeno fato sobre a arte de engolir sapos traz uma boa reflexão: “Certa vez
uma pessoa fez três experiências, numa panela com água colocou cenouras e
batatas, em outra, ovos e numa terceira, café e açúcar. Depois de certo tempo,
ela voltou para observar as panelas e descobriu que a cenoura e a batata, que
eram duras ficaram moles. O ovo, que era mole, ficou duro. E o café com açúcar
misturou-se à água e ficou maravilhoso. Os três passaram pelo mesmo processo,
água fervente, mas, devido à natureza de cada um, a reação foi diferente”.
Que
tenhamos sempre um conhecimento maior de nós mesmos para conseguirmos “temperar
o sapo”, e assim reduzir a tensão que ele acarreta.
Que
sejamos fortes e criativos para transformar as adversidades e obstáculos em
degraus de crescimento profissional, emocional, mental e espiritual.
E,
acreditamos que Deus nos inspira e nos fortalece nessa caminhada.
Edição n.º 997 - página 03
Prova de Carinho
Tom Santos, jornalista e
fomentador cultural,
morreu na manhã da última
quinta-feira, 23/7
Morava em Valinhos desde
1989 e era especialista em Adoniran Barbosa
O jornalista e fomentador cultural, Tom
Santos, 77 anos, cidadão honorário do município e editor do jornal Notícias de
Valinhos, morreu na manhã da última quinta-feira, 23/7, vítima de um acidente
vascular cerebral (AVC) em São Paulo. Segundo a família, o corpo foi sepultado
ainda quinta, às 17h, no Cemitério Araçá, na Capital Paulista.
O prefeito Clayton Machado e a primeira-dama
Sueli Machado lamentaram profundamente a morte de Tom Santos e manifestaram os
mais sinceros sentimentos a toda a família. O prefeito decretou luto
oficial por três dias, a partir de quinta-feira, 23/7, e a bandeira do município
ficará hasteada a meio mastro.
“A
cidade perde uma grande personalidade, especialmente os setores de comunicação
e cultura. Sempre propagando os valores artísticos e humanos, sua participação
ativa ficará marcada para sempre na história do município”, destacou o
prefeito.
Tom Santos era casado com a dentista Maria
Inês Otranto, colunista no Notícias de Valinhos, e deixa as filhas Cristina e
Beatriz e os netos Karen, Raphael e Bárbara. Ele era especialista em retratar a
história do compositor Adoniran Barbosa.
Nascido em Garça, interior do Estado de São
Paulo, Tom Santos residia em Valinhos desde 1989. Foi um incansável divulgador
do compositor Adoniran Barbosa e do artista plástico Flávio de Carvalho.
Em 1996 passou a editar Notícias de Valinhos
em formato tabloide, com uma nova forma de comunicação impressa, utilizando-se
da fotomontagem e uma linguagem objetiva e direta.
Jornalista, professor, diretor, produtor e
ator de teatro, Tom Santos construiu amigos nas diversas áreas artísticas. Em
2011, ele recebeu o título de Cidadão Honorário concedido pela Câmara
Municipal.
Currículo
Como professor, selecionou em várias escolas
municipais e particulares na cidade de São Paulo e na função de jornalista
trabalhou na Rádio Record, editando o Jornal da Manhã e produziu os programas
televisivos de Blota Júnior e Ferreira Neto.
Fundou, em 1978, o Teatro Aplicado, situado
na Avenida Brigadeiro Luis Antônio, em São Paulo. Como diretor de teatro,
dirigiu peças infantis e, como produtor teatral, ganhou o Prêmio Governador do
Estado pela produção do espetáculo "Tempo de Espera", do
maranhense Aldo Leite.
Como ator, atuou em várias peças tanto do
teatro adulto como infantil, no Aplicado; atuou em novelas do SBT, como ‘Chiquititas’,
‘Brasileiros e brasileiras’ e outras...
Sandra
Helena Persichitti
Jornalista
Departamento
de Imprensa
Prefeitura
de Valinhos
Edição
n.º 997 – página 04
Entre tempestades e dias de sol.....
É assim que ando me
sentindo nos últimos dias, entre tempestades e dias iluminados.
Não há como explicar esse
mosaico de sentimentos.
Família é nosso bem mais precioso, e cada instante que passamos juntos é um aprendizado. Aprendemos o que é amor incondicional, o que é limite, respeito, companheirismo, amizade... Aprendemos a conviver...e a viver!
Família é nosso bem mais precioso, e cada instante que passamos juntos é um aprendizado. Aprendemos o que é amor incondicional, o que é limite, respeito, companheirismo, amizade... Aprendemos a conviver...e a viver!
Cada fotografia que olho,
me traz a lembrança do momento, as risadas, as conversas, as divergências de
opiniões. Momentos felizes e outros nem tanto, cada abraço, tapinhas nas
costas, cafuné nos cabelos branquinhos e macios... cabelinho de algodão!
Assim como meu pai, também
estudei a doutrina espírita, e também sou médium. Mas quando a passagem é de
alguém tão próximo, tão querido, apesar
de todo o conhecimento, ainda assim desabamos. Falta chão. Daqui pra frente estou
por conta própria. Nem mãe, nem pai.... Somente lembranças e muita saudade!
Breve estaremos juntos novamente.
Até lá, espero conseguir transmitir aos
meus filhos e sucessores o legado que você nos deixou: Honestidade, determinação,
força, garra, ética, paixão pelo trabalho, e incansável amor pela vida!
Foi uma honra ser sua filha
Tom Santos!
Te amo pra sempre!
Edição n.º 997 - página 05
Paradoxos por amar...
É impossível despedir-se de
um amor sem ver partir alguns sonhos, porque amar é projetar futuros. Amar é
isso , afinal. Deixar os sonhos livres, ainda que voem pra futuros diferentes
dos nossos. Um eterno ato de desapego. (Lucas Lujan)
Sempre gostei de escrever.
Desde a adolescência, de tempos em tempos meu pai me pedia para escrever alguma
coisa pra ele.
Foi assim que demonstrou
reconhecer este meu talento. Sim. É um talento, pelo qual sou sincera e
humildemente grata...
Que pude desenvolver,
graças aos estudos que minha família proporcionou. Graças a cada vez que alguém
me pediu que escrevesse algum texto, fosse qual fosse. Outro dia chorei ao
assistir um programa cujo tema era o analfabetismo no Brasil.
Nem me lembro se foi antes
ou depois do dia 23... só sei que chorei. Por aqueles que não tiveram o mesmo
privilégio que eu. Pelos que nunca terão.
E fiz uma prece de
agradecimento - por mim; outra para que haja mais oportunidades de crescimento
no nosso país. Paradoxalmente estou há dias sem saber o que escrever. Justo
agora...
Por isto estou aqui. Com
poucas palavras, só sendo grata.
Edição n.º 997 - página 07
Prova de Carinho
Querida Maria
Inês...respondo com lágrimas nos olhos pois assim como vc, também estou
consternada e muito triste pela partida do nosso grande Tom Santos...mas com a
certeza da alegria que ele está sendo recebido no plano espiritual...grande Tom
Santos!!!
“Imagine que você está à
beira-mar e que você vê um navio partindo. Você fica olhando, enquanto ele vai
se afastando e afastando, cada vez mais longe, até que finalmente parece apenas
um ponto no horizonte, lá onde o mar e o céu se encontram. E você diz: Pronto,
ele se foi. Foi aonde? Foi a um lugar que sua vista não alcança, só isto. Ele
continuou tão grande, tão bonito e tão importante como era quando estava perto
de você. A dimensão diminuída está em você, não nele. E naquele exato momento
em que você está dizendo “ele se foi”, há outros olhos vendo-o aproximar-se e
outras vozes exclamando com júbilo: “ele está chegando” (Henry
Sobel)
Acreditamos que estamos
nesse mundo de provas e expiações apenas como uma passagem nessa nossa vida
terrena para tentarmos evoluir fazendo o bem...coisa que nosso querido Tom
Santos sempre foi Mestre em fazer...e ele ficará para sempre conosco em nossa
lembrança...com todo nosso carinho e admiração...
Sinto muito não estar no
Brasil nesse momento...mas sei que nem os quilômetros podem separar as pessoas
pois o que sentimos transcende tempo e espaço...sinta-se fortemente abraçada
querida Maria Inês...sinta-se fortemente abaraçado querido Tom Santos...Que Deus
na sua infinita bondade continue iluminando seus caminhos...chegou a hora de
voltar...
Precisamos acreditar nas
palavras de Santo Agostinho e acalmar nossa alma sempre confiantes de que chegou
a hora do nosso querido Tom Santos partir...e deixar que ele faça sua passagem
em Paz...
“A morte não é nada.
Eu somente passei
para o outro lado do Caminho.
Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês,
eu continuarei sendo.
Me dêem o nome
que vocês sempre me deram,
falem comigo
como vocês sempre fizeram.
Vocês continuam vivendo
no mundo das criaturas,
eu estou vivendo
no mundo do Criador.
Não utilizem um tom solene
ou triste, continuem a rir
daquilo que nos fazia rir juntos.
Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.
Que meu nome seja
Eu somente passei
para o outro lado do Caminho.
Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês,
eu continuarei sendo.
Me dêem o nome
que vocês sempre me deram,
falem comigo
como vocês sempre fizeram.
Vocês continuam vivendo
no mundo das criaturas,
eu estou vivendo
no mundo do Criador.
Não utilizem um tom solene
ou triste, continuem a rir
daquilo que nos fazia rir juntos.
Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.
Que meu nome seja
pronunciado
como sempre foi,
sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra
ou tristeza.
A vida significa tudo
o que ela sempre significou,
o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora
de seus pensamentos,
agora que estou apenas fora
de suas vistas?
Eu não estou longe,
apenas estou
do outro lado do Caminho...
Você que aí ficou, siga em frente,
a vida continua, linda e bela
como sempre foi.
como sempre foi,
sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra
ou tristeza.
A vida significa tudo
o que ela sempre significou,
o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora
de seus pensamentos,
agora que estou apenas fora
de suas vistas?
Eu não estou longe,
apenas estou
do outro lado do Caminho...
Você que aí ficou, siga em frente,
a vida continua, linda e bela
como sempre foi.
Com todo carinho... Família
Bruni
Roseli, Nelson, Matheus e
Sophia
Edição n.º 997 - página 08
sexta-feira, 17 de julho de 2015
Quem não se comunica...
“O médico diz A, o
paciente entende B. O paciente responde X,
o médico entende Y.”
Por dois sábados de julho, dias 4 e 11, a Professora Doutora
Tatiana Piccardi ofereceu o curso “O uso da linguagem na comunicação nas práticas
da saúde”, no Hospital Infantil Darcy Vargas, em São Paulo.
Com direito a certificado e visita guiada pela enfermeira chefe
Marta por todo o hospital-referência, o grupo (formado por assistente social,
fonoaudióloga, profissional de recursos humanos, enfermeira, dentista e
jornalista) aprendeu bastante: que, como todo trabalho, a prestação de serviço
médico está submetida a leis, contratos e regras que a organizam de forma
hierárquica, institucional e generalizada. O médico é detentor de um “saber
acadêmico” (códigos, diretrizes, regras técnicas, manuais, programas,
organogramas, máquinas, aparelhos, instrumentos, etc.), e um “saber em ação”,
em função de sua experiência prática, que estabelece relações entre a vida
profissional e a vida do dia a dia, levando em conta sua história pessoal, suas
convicções sócio-políticas, seus sentimentos.
Nesse sentido, a relevância e a função da linguagem na comunicação
entre médico e paciente se acentua, mas também expõe um mal-entendido: o que é
dito por um não é compreendido da mesma
maneira pelo outro.
Compreender significaria “decodificar” convenientemente o que foi
comunicado (seja uma informação, seja uma receita, etc.), como se cada fala
tivesse apenas um único sentido - aquele conferido pelo médico - e esse mesmo
sentido fosse “decifrado” pelo paciente, com base no seu conhecimento da língua
portuguesa.
Como ficou esclarecido, seria necessário que o profissional
fizesse um esforço no sentido de “traduzir” em outras palavras o que ele fala,
e que ele “cavasse” mais tempo para não apenas ouvir, mas para escutar com
atenção e interesse o que diz o paciente.
E que ele combinasse a linguagem oral com outras linguagens: a do
olhar, a da expressão corporal (estender a mão para cumprimentar, dar um
tapinha nas costas), até mesmo a do silêncio atento e respeitoso.
Edição n.º 996 - página 01
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