sábado, 28 de dezembro de 2013

A quem interessa?



José de Anchieta nasceu no dia 19 de março de 1534, nas Ilhas Canárias, Espanha.
Em 1548, iniciou seus estudos em Coimbra, célebre centro universitário e intelectual de Portugal, onde ingressou na Companhia de Jesus, recém-fundada por Inácio de Loyola.
Chegou a Salvador, na Bahia, em 1553, como missionário.
Em 25 de janeiro de 1554, ainda noviço jesuíta, ajudou a fundar a Vila de Piratininga, berço de S.Paulo.
Em 1536, Anchieta foi negociar uma trégua com os índios Tupinambás em Ubatuba, onde permaneceu por cinco meses, refém dos indígenas. Escreveu, então, nas areias da praia de Iperoigue, seu famoso poema à Virgem Maria, com 5.732 versos latinos.
Durante 40 anos, o jesuíta viajou pelo Brasil, a pé ou de barco, para catequizar e evangelizar, tornando-se o responsável por grande parte do desenvolvimento do país.
Anchieta morreu no dia de 9 de junho de 1597, no Espírito Santo com 62 anos de idade e, para  homenageá-lo, essa data comemora o “Dia Nacional de Anchieta”.
Numa época em que no Brasil não havia nem imprensa, nem universidade ao contrário do restante da América espanhola , José de Anchieta trabalhou intensamente, escrevendo poemas e as primeiras peças teatrais do Brasil, sob a clara influência de Gil Vicente, visando a enriquecer a pobre vida intelectual brasileira.
Em 1617, a pedido dos jesuítas do Brasil, foram iniciados os processos de beatificação e canonização do Pe. José de Anchieta.
Em 1736, o papa Clemente XII declarou Pe. Anchieta “venerável”. Em 1773, os processos foram suspensos. Somente em 1980, o papa João Paulo II beatificou o Pe. José de Anchieta, chamado “Apóstolo do Brasil”.




Agora que a igreja católica tem o papa Francisco, contrário a pompas e circunstâncias, e que vem marcando seu pontificado com a luta contra a corrupção e a exigência de posturas exemplares por parte dos religiosos (como ficou claro em várias de suas atitudes: nas suas falas e discursos no Congresso da Juventude, no Rio de Janeiro; na suspensão e transferência do cardeal alemão para uma cidade pobre na África, por  ele ter gasto milhões na reforma da casa paroquial alemã; na convocação do bispo D. Fernando, de Crato (CE), para que ele dê explicações sobre acusação de irregularidades na venda de imóveis da igreja, segundo reportagem de Jamil Chade, em O Estado de S. Paulo, 15/12, A29), parece estranho que donativos arrecadados com a participação dos fiéis valinhenses tenham sido destinados à construção de uma torre de cinco andares na Paróquia Beato José de Anchieta.
Isso não destoa dos propósitos explícitos pelo papa Francisco (de “evitar o orgulho e o egoísmo”, como disse na missa de Natal) e, de todo modo, com o norma de vida de humildade e de aversão a qualquer pompa e circunstância na transmissão da mensagem da igreja católica que norteou a vida e a obra do jesuíta José de Anchieta?
Texto Tom Santos
A quem interessa ou a que (orgulho?, pompa?, circunstância?, exibicionismo?) serve essa torre de cinco andares?













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