“Cinco
homens ficaram bloqueados numa caverna por uma avalanche de neve. Teriam que
esperar até o amanhecer para receber socorro.
Cada
um deles trazia um pouco de lenha e havia uma pequena fogueira ao redor da qual
eles se aqueciam. Se o fogo se apagasse, eles sabiam que todos morreriam de
frio antes que o dia clareasse. Chegou a hora de cada um colocar sua lenha na
fogueira. Era a única maneira de poderem sobreviver.
O
primeiro homem era um rico avarento. Ele estava ali porque esperava receber os
juros de uma dívida. Olhou ao redor e viu em torno do fogo, um homem da
montanha, que trazia sua pobreza no aspecto rude do semblante e nas roupas
velhas e remendadas. Ele fez as contas do valor da sua lenha e enquanto
mentalmente sonhava com o seu lucro, pensou:
-
Eu não vou dar a minha lenha para aquecer um preguiçoso!
O
segundo homem era o oprimido. Seus olhos faiscavam de ira e ressentimento. Não
havia qualquer sinal de perdão ou mesmo aquela superioridade moral que o
sofrimento ensinava. Seu pensamento era muito prático:
- É
bem provável que eu precise desta lenha para me defender. Além disso, eu jamais
daria minha lenha para salvar aqueles que me oprimem. E guardou suas lenhas com
cuidado.
O
terceiro homem era o pobre da montanha. Ele conhecia mais do que os outros os
caminhos, os perigos e os segredos da neve. Ele pensou:
-
Esta nevasca pode durar vários dias. Vou guardar minha lenha.
O
quarto homem parecia alheio a tudo. Era um sonhador. Olhando fixamente para as
brasas, nem lhe passou pela cabeça oferecer a lenha que carregava. Ele estava
preocupado demais com suas próprias visões e ilusões para pensar em ser útil.
O
último homem trazia nos vincos da testa e nas palmas calosas das mãos, os
sinais de uma vida de trabalho. Seu raciocínio era curto e rápido:
-
Esta lenha é minha. Custou o meu trabalho. Não darei a ninguém nem mesmo o
menor dos meus gravetos.
Com
estes pensamentos os cinco homens permaneceram imóveis. A última brasa da
fogueira se cobriu de cinzas e finalmente apagou.
Ao
alvorecer do dia, quando os homens do Socorro chegaram à caverna encontraram
cinco homens congelados, cada qual segurando um feixe de lenha. Olhando para
aquela triste cena, o chefe da equipe de Socorro disse:
-
“O frio que os matou não foi o frio de fora, mas o frio de dentro”.
Essa
realidade anda muito próxima de nós! Existe muito egoísmo entre as pessoas. A
humanidade ainda caminha com avareza, com ilusões, com opressão, com
desrespeito aos valores espirituais e éticos...
Todos
os sentimentos contraditórios que estão dentro de nós precisam ser revistos. Os
sentimentos devem ser reavaliados, transformados e envolvidos pela
solidariedade.
Esse
período de Natal provoca em nós essa atitude de consideração e reconsideração
das coisas que fazemos e gostamos de ter ou ser.
Só
a partilha, a troca dos dons de cada um, a amizade e carinho com os outros
trazem vida e entusiasmo... O bem comum precisa ser valorizado para que
aconteça a realização dos ideais e do bem para todos.
O
amor mostrado pelo Menino do Natal tem a força de aquecer a frieza e o desânimo
do coração das pessoas. Só o clima de perdão, de abraços, de votos positivos de
saúde e alegria pode mudar o coração sem esperança.
Se
cada um se render à simplicidade, ao desprendimento e à singeleza do Menino Jesus, alguma coisa
maravilhosa pode acontecer na vida, pois só depende de nós tomar novas
atitudes, ter novos gestos e olhares na convivência do cotidiano.
Nada
é tão fácil!
A
vida corre, os problemas são muitos, o trabalho é exigente, as crianças precisam
de amor e educação, os preços sobem, o trânsito é difícil, o relacionamento com
as pessoas exige tolerância...
Precisamos
de ajuda, de força, de luz que vêm do Menino Jesus do Natal!
É
preciso abrir o coração e a mente e pedir, agradecer e conversar com Ele sem
constrangimento, sem medo... Com liberdade e vontade de quem quer ser melhor!
Vamos
depositar na fogueira da vida o nosso “graveto”, para nos aquecer e aquecer
quem está perto de nós.
FELIZ
NATAL!
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