“Esta
história aconteceu numa tribo, em plena floresta amazônica”. Um
dos membros da tribo procurou o pajé, para lhe dizer que estava muito furioso e
decidido a vingar-se de um inimigo que o tinha ofendido gravemente. Pensava em
matá-lo, pois esse era o costume nas tribos.
O
pajé o ouviu atentamente e disse que ele tinha razão. Foi ofendido gravemente
e, como era costume nas tribos, podia vingar-se matando seu inimigo. Antes
disso, porém, o pajé convidou-o para fumar com ele um cachimbo. O homem aceitou
e ficaram quase uma hora conversando e fumando juntos o cachimbo.
Ao
final dessa hora, o homem já estava mais calmo e disse ao pajé: “Acho que não
vou matar meu inimigo. Não é preciso, uma boa surra já vai fazê-lo aprender a
lição”.
Para
comemorar a decisão do homem, o pajé convidou-o a ficar mais um tempo por ali e
a fumar um novo cachimbo. Afinal, era uma vida que ele salvara. E assim
aconteceu.
Depois
de mais uma hora ali conversando calmamente, o homem disse: “Sabe que uma surra
talvez seja exagero. Vou apenas dizer tudo o que penso e faze-lo pedir perdão
em público para corrigir seu erro”.
O
pajé aprovou a atitude e, para celebrar, acendeu mais um cachimbo. Os dois
passaram mais um tempo em meditação, fumando o cachimbo da paz.
Quando
terminou, disse novamente ao pajé: “Pensando melhor, irei até o meu agressor e
lhe darei um forte abraço, afinal, sempre fomos grandes amigos, e se ele se arrependeu
da ofensa que fez eu o perdôo, e seremos amigos de novo”.
Nesse
instante, o pajé falou sorridente:
_ “Era
exatamente esse o conselho que queria lhe dar quando chegou aqui, mas não podia
fazê-lo. Era preciso que você se acalmasse e descobrisse o caminho após um
tempo de meditação”.
Na
nossa vida, experimentamos várias situações de conflito e quando temos que
tomar decisões importantes o melhor a fazer é refletir, pensar muito e manter a
calma.
Os
obstáculos ou situações que consideramos complicadas podem ser oportunidades de
crescimento pessoal.
Os
sentimentos de raiva, vingança e ressentimentos, só nos trazem desequilíbrio e
nos tiram a paz interior.
Precisamos
encontrar o nosso “cachimbo da paz”, ou seja, aquele pensamento ou atitude que
nos proporciona leveza de alma para ver qual direção tomar nesta ou naquela
ocasião.
Por
maiores razões que possamos ter, é sempre bom não magoar, não entristecer, não
ofender, não humilhar ninguém. Uma amizade ou qualquer relacionamento familiar
e afetivo valem muito. Por isso, é precioso ponderar, perdoar e reatar os laços
que unem, os elos que aproximam e trazem harmonia.
Que
Deus nosso Pai em quem confiamos nos ilumine e fortaleça na convivência com as
pessoas. Que sejamos pontes que unem, que trazem aconchego, que proporcionam um
clima favorável e acolhedor.
O
que pode funcionar na nossa vida como um “cachimbo da paz?”
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