É preciso enfrentar a onda de violência que, cada vez
mais, cresce no país. Mas é preciso vontade, querer eliminar esse mal que deixa
a todos nós inseguros e com medo. Medo de ir a qualquer lugar, principalmente à
noite. Medo de sair do carro e só ir a locais que tenham estacionamento e
estacionamento que consideramos seguro. Medo de sair de casa. Viver, para quem
pode, entre muros. Na verdade a prisão mudou. Os cidadãos honestos, corretos, se
trancam em suas casas, em seus condomínios e os bandidos transitam impunemente
pelas ruas, livres e sossegados.
A violência mais recente vem do Maranhão, um dos estados
brasileiros mais atrasados, em razão de pertencer ao clã dos Sarney, família que
há décadas fez daquele estado sua fazenda particular, pouco se importando com o
bem estar dos maranhenses.
Nessa fazenda iluminada, bandidos degolaram, escalpelaram
e esquartejaram rivais em uma penitenciária e seus comparsas, na rua, queimaram
viva uma menina de 6 anos que viajava com a mãe em ônibus urbano. Essa menina
tinha um nome: Ana Clara. Era filha de alguém, como podia ser nossa filha. Era
uma inocente. Era uma brasileira!...
O que fez o governo da fazenda Maranhão, que tem em
Roseana Sarney a sua administradora? Eu não sei, você sabe? Te interessa saber?
Não fez nada de concreto.
O que fez o governo federal, pilotado pela presidente Dilma
Rousseff? Agiu como o presidente da Venezuela quando, ao saber do assassinato
de Mônica Spear (ex-miss e atriz) e do seu marido, mortos a tiros por
assaltantes na frente da filha de 5 anos, convocou os governadores e os
prefeitos das principais cidades do país para anunciar a busca de um “novo
modelo que combata verdadeiramente a criminalidade”, chegando, inclusive, a
cumprimentar o chefe da oposição, colocando de lado a notória hostilidade, tudo
com o objetivo de firmar um pacto contra o banditismo, reconhecendo que o
combate ao crime é um interesse nacional acima das ideologias e das disputas
partidárias?
Não!... Nada fez, porque nada tem com que se preocupar,
a não ser com as eleições que estão aí. A senhora presidente não disse uma
palavra. Ou melhor, calou-se. Não era com ela. Nem se indignou como se
esperaria do supremo comandante da Nação. Aliás, o que a presidência da
República tem a ver com isso, deve ter-se perguntado? Se é que parou pra pensar
no assunto. Como dizer alguma coisa que pudesse ferir as suscetibilidades dos seus
aliados Sarney? Propor um pacto nacional contra o crime? Pra quê? Tá muito bom
assim. E pra que mexer no que está bom, visto que o que interessa são os
índices da pesquisa eleitoral.
Meu Deus! Até a Venezuela teve uma atitude, no mínimo,
digna e coerente com o que se aguarda de um chefe de Estado. E o Brasil sequer
expressou uma justa indignação!...
Sempre tenho diferenciado político de estadista. O
político é aquele que pensa na próxima eleição, ao passo que estadista é aquele
que pensa na próxima geração, que prepara o país por ele comandado para o futuro. O que nós estamos
preparando? Que país será entregue nas próximas eleições para os nossos filhos
e netos?
Nós não estamos vivendo num tempo de paz, mas de guerra
urbana, quase civil. Não dá mais pra fingir. Vamos acordar. Precisamos buscar
uma saída dessa teia de engodos e falcatruas. O Brasil precisa, urgentemente, de
um estadista. Que os habilitados se apresentem, por favor.
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