“'São Paulo Apóstolo', pintado em 1954, tem cabelos de negro,
olhos de europeu e nariz de índio, e representa toda a mistura de raças
existente aqui. Além disso, as mãos e os lábios, delicados e femininos,
representam a fertilidade, isto é, as mães da cidade. E os ombros largos
traduzem a imponência e a força de um povo trabalhador.” (Stella de
Mendonça, restauradora oficial das obras de Anita Malfatti)
São Paulo, cujo dístico é “Non Ducor Duco” (“Não
sou conduzido, conduzo”) e cujo padroeiro é o Apóstolo São Paulo, completará 460 anos no dia 25 de janeiro.
Para homenagear o 4º centenário da cidade, a artista modernista Anita Malfatti (1889-1964) ‒ que tinha pinceladas marcadas pela
impetuosidade, pela distorção e pela paleta de cores puras e vibrantes, com nítida influência do
expressionismo alemão ‒
mas que também era apaixonada por igrejas, capelas, anjos e santos,
pintou esse belo e suave “São Paulo Apóstolo”.
Honrando seu lema, a cidade é a mais importante do país,
tem influência nas decisões políticas nacionais e, por isso, é alvo da “cobiça”
de candidatos a cargos públicos federais, estaduais e municipais.
Sabe-se que “duas estruturas institucionais controlam hoje o Brasil: a
primeira, o governo de coalizão ‒
um modelo imposto pela existência de dezenas de partidos programática e
doutrinariamente amorfos, mais propensos à participação no poder e seu usufruto
do que aos grandes projetos nacionais ‒,
em que a repartição de cargos e a liberação de recursos de interesse paroquial
eleitoreiro dos congressistas asseguram o apoio ao viés populista-voluntarista
do Executivo. A segunda, a burocracia administrativa preenchida (aparelhada...)
menos pelos critérios de capacitação e mérito e mais pela conveniência política”, afirmou Mario César Flores (O Estado de S.Paulo, 22/1, A2).
Tendo em vista que o “rolezinho do PT no Palácio do Planalto caminha para
tentar perfazer 16 anos (o dobro do Estado Novo de Getúlio Vargas), se Dilma
Rousseff não aparecer fantasiada de Marcos Valério em algum dos seus
pronunciamentos à nação ‒ ela já fez o do réveillon, só
faltam o do carnaval, o do Dia da Mulher, o da Páscoa, o do Dia do Trabalho, o
do Dia das Mães, o de Corpus Christi, o do Dia dos Pais e o do Dia da Independência
‒ ninguém tasca mais quatro anos de rolezinho petista. Tudo
correndo bem no primeiro turno, Dilma nem precisará convocar cadeia de rádio e
TV no Dia de Nossa Senhora Aparecida e no Dia de Finados, porque os
concorrentes já estarão finados no início de outubro. Enquanto isso, a inflação
de 2013 ultrapassou a expectativa, reduzindo o poder de compra dos menininhos
coitados e dos não tão coitados. Talvez a saída seja mesmo rolezinho para
todos. Os mortais ocupam os shoppings, de graça; os companheiros ocupam o
Estado brasileiro, bem pagos”, escreveu Guilherme Fiuza (O Globo, 18/01).
No entanto, “o Brasil, hoje mergulhado na mediocridade e satisfeito, está
precisando de uma sacudidela política (Marcelo de Paiva Abreu, O Estado de
S.Paulo, 22/1, B12)”, de um rolezinho no
dia das eleições, em que os maus políticos sejam barrados nos bailes do Estado,
dos Estados e do Congresso, e em que sejam eleitos políticos qualificados para que
eles conduzam todos os brasileiros (os paulistas, os cariocas, os mineiros, os
dos Estados do Norte, do Sul e do Centro-Oeste) com aquele espírito paulistano
do bandeirantismo, do “Non Ducor Duco” e da garra cidadã consolidada na
Revolução Constitucionalista de 1932 e nas manifestações das “Diretas Já” de
1984!
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