Depois
dos black blocs, dos mascarados das manifestações, surgem agora os "rolezinhos".
Pra quem não sabe, “rolezinho” é um encontro de jovens em shoppings centers,
combinado pelas redes sociais. Para os participantes praticar o “rolê” é zoar,
dar uns beijos, rolar umas paqueras, pegar geral e se divertir. Para a polícia
e para os lojistas a prática do “rolê” implica em tumultuar os centros de
compras e promover arrastões, inclusive com roubos e furtos. É que se para uns
o “rolezinho” é a possibilidade de um encontro saudável e festivo, para outros,
lamentavelmente, é a oportunidade que se oferece para roubar, furtar,
tumultuar, causando pânico nos frequentadores dos shoppings.
A
possível multiplicação desses encontros, que podem assumir caráter de protesto,
também preocupa a presidente Dilma Rousseff. Pelo menos isso!... Ela surpreendeu
seus assessores ao convocar uma reunião para tratar do assunto. O maior temor
da presidente é que os "rolezinhos" tenham adesão de adeptos da
tática de protesto "black bloc".
Antes
restritos à periferia de São Paulo, os eventos ganharam apoio de movimentos
sociais nos últimos dias. A tentativa dos shoppings de proibir os
"rolezinhos" no fim de semana insuflou a organização de novos encontros.
A
turma dos direitos humanos já sai em defesa dos praticantes dos “rolês”, como
se fossem vítimas do sistema. Acham que não é preciso criminalizá-los. Justificam
o “rolezinho” dizendo que "é um fenômeno muito novo para se avaliar” e
que parece uma manifestação tipicamente adolescente, onde os jovens tentam
demarcar sua presença, chamar a atenção sobre si, medir seus limites. E
acrescentam: "Por outro lado, pode revelar certo estresse dos
adolescentes, que não têm espaços de lazer. As manifestações incomodam, podem
provocar algum desconforto, mas devem ser administradas com sabedoria e
tranquilidade." Mesmo assim, entendem que “o fenômeno deve ser olhado
como tal. Evidentemente, pode ser manipulado, desviado da sua espontaneidade
juvenil. Quando há atos de vandalismo, deve intervir quem tem a atribuição de
zelar pela segurança e pelo patrimônio. Mas criminalizar o fenômeno não é a
solução”.
O
que fazer com os “rolezinhos”? Esta é a questão do momento. O fato é que a
emergência dos "rolezinhos" chama atenção para a crescente debilidade
do Estado frente às ações da violência urbana, quando o aparato punitivo está
cada vez mais vulnerável, muitas vezes mais à retórica do que à eficácia,
principalmente quando se trata de garantir a ordem pública e zelar pela
preservação do patrimônio público. E diante dessa vulnerabilidade, há a
impressão de que forças políticas podem estar utilizando-se disso para agravar
o caos social, e fomentar a ação dos “rolezinhos” em defesa de obscuros
interesses. É por isso que esse fenômeno pode ser manipulado. Diante disso, é
preciso estar atento aos acontecimentos e buscar evidentemente evitar os atos
de vandalismo, atos estes insuflados por forças anárquicas às quais interessam
a desestabilização social.
Tudo
isso deve nos manter em estado de atenção, buscando os meios eficazes de conter
estas ações. O que não se pode permitir é que estas manifestações aparentemente
espontâneas tornem o Estado refém, impedindo assim o cumprimento de sua
finalidade social, que visa, entre outros compromissos, o da segurança pública.
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