- A
importância da imprensa escrita –
A abertura da estrada de
ferro Santos-Jundiaí, em 1867, beneficiou grandemente os paulistas.
Até aquela época, os
tropeiros transportavam, em lombo de animais, a produção das fazendas de café
dos fazendeiros da região “dos valinhos”.
Com a chegada dos trilhos,
eles seriam prejudicados e afastados do mercado, já que o trem faria o
transporte das mercadorias até o porto de Santos.
Então, por um bom preço, os
fazendeiros venderam suas mulas para o governo imperial, que necessitava delas
para o transporte de provisões e armas para os soldados que lutavam em Mato
Grosso, na Guerra do Paraguai.
Pelo mesmo motivo, a
produção de mantimentos das fazendas também foi vendida por preços bem mais
altos do que o normal.
Assim, devido à chegada da
ferrovia até Jundiaí (e, em parte, devido à Guerra do Paraguai), muitos
tropeiros remediados e pequenos fazendeiros desta região “dos valinhos” se
tornaram grandes cafeicultores, pessoas ricas que começaram a aplicar seu
dinheiro em outros negócios.
Ao tempo do final do
Império, jornais, revistas, pasquins e “imprensa séria” tinham muita
importância, porque a sociedade queria se expressar, e o governo (Segundo
Império) estava absolutamente inexpressivo e inerte. Havia muitos jornais que
eram identificados por seus donos ou diretores, homens públicos e partidos
políticos.
José de Alencar, D. Pedro
II, José do Patrocínio, Artur de Azevedo e mais, todo mundo escrevia nesses
jornais, quer fosse da situação ou da oposição, quer fosse político liberal ou
conservador, monarquista ou republicano!
Ao final do Império, os
oficiais, contrariados e insatisfeitos, também discutiam questões militares na
imprensa, embora, por decreto imperial, fossem proibidos de fazê-lo!
O descontentamento dos
militares contra o governo imperial era tão grande que , em 15 de novembro de
1889, a monarquia caiu, devido a um plano preparado na casa do Marechal Deodoro
da Fonseca. Tomaram parte nesse plano Quintino Bocaiuva, Rui Barbosa e Benjamim
Constant, entre outros.
A República foi proclamada
sem lutas ou derramamento de sangue e, como chefe do governo provisório,
Deodoro da Fonseca tomou algumas atitudes interessantes: decretou a separação
entre igreja e Estado, instituiu o casamento civil e convocou o 1º Congresso
Constituinte!
Ele foi eleito primeiro
presidente da República apenas em 24 de fevereiro de 1891!
Manuel Deodoro da Fonseca
nasceu em Alagoas, em 1827 e morreu no Rio de Janeiro, em 1892.
Assim, há 125 anos, em 15
de novembro de 1889, sete anos antes de Valinhos nascer, um alagoano decretou que o Brasil
passaria a ser República!
Edição n.º 961 - página 02
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