sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

CONSTRUINDO NA DESCONSTRUÇÃO



“Marca passa a ser constituída a partir da experiência das pessoas com ela – e não por si mesma, numa sociedade em rede que derruba hierarquias e discursos centralizadores.” – Renata Leite do Mundo do Marketing



Experimentar, testar, apoderar-se – são os verbos dos novos tempos, mexendo com a antiga ordem das coisas. Quem nasceu após a segunda metade do século XX, no Brasil, já começou a viver mais habituado a mudanças. Mas ainda eram pequenas mudanças. A vida ainda era linear. Apesar dos avanços advindos da revolução industrial do começo do século, o cidadão comum ainda participava de uma família tradicional, estudava em instituições de ensino com regras e padrões preestabelecidos “desde sempre”. O esperado era que trabalhasse em organizações quase imutáveis, da juventude à aposentadoria, por vezes no mesmo cargo, exercendo as mesmas funções. As últimas décadas do século XX é que efetivamente trouxeram a inquietação necessária, para que o movimento de poucos passasse a ser o da maioria.



E então estamos no século XXI, cheio de possibilidades. Conectados dia e noite, graças à revolução tecnológica; observados dentro e fora dos edifícios residenciais e comerciais, em nome da segurança – quase inexistente; ansiando por pertencimento e interação. Por quê? Porque somos seres sociais, como gosto sempre de lembrar. Por vezes, o desequilíbrio nas relações humanas nos leva a pensar que talvez não sejamos assim tão sociais... Mas somos!



As marcas sabem disso e até no que diz respeito a seus logotipos/ logomarcas/ identidade visual, antes imutáveis, começaram a se abrir e se dispor a interagir com o público, para que ele se aproprie verdadeiramente da marca. Criatividade e arte andam de mãos dadas com consumidores ávidos por novas experimentações. Como em muitos processos de criação, a construção pode partir da desconstrução. Através dos processos colaborativos, é gerada identificação. Daí para a paixão é um passo. E que mais se pode querer? Um público apaixonado é que determina o sucesso de marcas, produtos, serviços e pessoas.



Nem todos os exemplos das ilustrações foram fruto de processos colaborativos. Muitas companhias, ao identificarem mudanças sociais e comportamentais, espontaneamente promovem as alterações, com sua própria equipe ou agências.



Que possamos vivenciar o melhor desta nova ordem – ou desordem – das coisas.









 Edição n.º 976 - página 07





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