“Marca passa a ser constituída a partir
da experiência das pessoas com ela – e não por si mesma, numa sociedade em rede
que derruba hierarquias e discursos centralizadores.” – Renata Leite do Mundo
do Marketing
Experimentar, testar,
apoderar-se – são os verbos dos novos tempos, mexendo com a antiga ordem das
coisas. Quem nasceu após a segunda metade do século XX, no Brasil, já começou a
viver mais habituado a mudanças. Mas ainda eram pequenas mudanças. A vida ainda
era linear. Apesar dos avanços advindos da revolução industrial do começo do
século, o cidadão comum ainda participava de uma família tradicional, estudava
em instituições de ensino com regras e padrões preestabelecidos “desde sempre”.
O esperado era que trabalhasse em organizações quase imutáveis, da juventude à
aposentadoria, por vezes no mesmo cargo, exercendo as mesmas funções. As
últimas décadas do século XX é que efetivamente trouxeram a inquietação
necessária, para que o movimento de poucos passasse a ser o da maioria.
E então estamos no século
XXI, cheio de possibilidades. Conectados dia e noite, graças à revolução
tecnológica; observados dentro e fora dos edifícios residenciais e comerciais,
em nome da segurança – quase inexistente; ansiando por pertencimento e interação.
Por quê? Porque somos seres sociais, como gosto sempre de lembrar. Por vezes, o
desequilíbrio nas relações humanas nos leva a pensar que talvez não sejamos
assim tão sociais... Mas somos!
As marcas sabem disso e até
no que diz respeito a seus logotipos/ logomarcas/ identidade visual, antes
imutáveis, começaram a se abrir e se dispor a interagir com o público, para que
ele se aproprie verdadeiramente da marca. Criatividade e arte andam de mãos
dadas com consumidores ávidos por novas experimentações. Como em muitos
processos de criação, a construção pode partir da desconstrução. Através dos
processos colaborativos, é gerada identificação. Daí para a paixão é um passo.
E que mais se pode querer? Um público apaixonado é que determina o sucesso de
marcas, produtos, serviços e pessoas.
Nem todos os exemplos das
ilustrações foram fruto de processos colaborativos. Muitas companhias, ao
identificarem mudanças sociais e comportamentais, espontaneamente promovem as
alterações, com sua própria equipe ou agências.
Que possamos vivenciar o
melhor desta nova ordem – ou desordem – das coisas.
Edição n.º 976 - página 07
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