Quantas
vezes nos surpreendemos reclamando de alguma coisa! São situações, palavras,
atitudes que demonstram insatisfação diante de fatos ou acontecimentos simples
e corriqueiros. Parece que nada está bom, que tudo deve ser diferente!...
Um
autor anônimo conta que: “Havia um lugar chamado Cidade dos Resmungos, onde
todos resmungavam, resmungavam, resmungavam”. No verão, resmungavam que estava
muito quente. No inverno, que estava muito frio. Quando chovia, as crianças
choramingavam porque não podiam sair. Quando fazia sol reclamavam que não
tinham o que fazer.
Os
vizinhos queixavam-se uns dos outros, os pais queixavam-se dos filhos, os
irmãos das irmãs. Todos tinham um problema e todos reclamavam que alguém
deveria fazer alguma coisa.
Um
dia chegou à cidade um mascate carregando um cesto às costas. Ao perceber toda
aquela inquietação e choradeira pôs o cesto no chão e gritou:
“Cidadãos
deste belo lugar! Os campos estão abarrotados de trigo, os pomares carregados
de frutas. As cordilheiras estão cobertas de florestas espessas e os vales
banhados por rios profundos. Jamais vi um lugar abençoado com tantas
conveniências e tamanha abundancia. Por que tanta insatisfação? Aproximem-se e
eu lhes mostrarei o caminho para a felicidade”.
Ora,
a camisa do mascate estava rasgada. Havia remendos nas calças e buracos nos
sapatos. As pessoas riram que alguém como ele pudesse mostrar-lhes como ser
feliz. Mas enquanto riam ele puxou uma corda comprida do cesto e a esticou
entre os dois postes na praça da cidade. Então segurando o cesto diante de si,
gritou:
“Povo
dessa cidade! Aqueles que estiverem insatisfeitos escrevam seus problemas num
pedaço de papel e coloquem dentro desse cesto. Trocarei seus problemas por
felicidade!”
A
multidão se aglomerou ao seu redor. Ninguém hesitou diante da chance de se
livrar dos problemas. Todo homem, mulher e criança da vila rabiscou sua queixa
num pedaço de papel e jogou no cesto.
Eles
observaram o mascate pegar cada problema e pendurá-lo na corda. Quando ele terminou
havia problemas tremulando em cada centímetro da corda, de um extremo a outro.
Então
ele disse: “Agora cada um de vocês deve retirar dessa linha mágica o menor
problema que puder encontrar”.
Todos
correram para examinar os problemas. Procuraram, manusearam os pedaços de papel
e pensaram, cada qual tentando escolher o menor problema.
Depois
de algum tempo a corda estava vazia. Eis que cada um segurava o mesmo problema
que havia colocado no cesto. Cada pessoa havia escolhido o seu próprio
problema, julgando ser ele o menor da corda.
Daí
por diante o povo daquela cidade deixou de resmungar o tempo todo. E “sempre
que alguém sentia o desejo de resmungar ou reclamar pensava no mascate e na sua
corda mágica”
Quantos
problemas, dificuldades, sofrimentos e tristezas constatamos no mundo... E como
são pequenos os nossos problemas ou os motivos das nossas queixas!
A
vida é uma grande montanha russa. Há altos e baixos e não podemos permitir que
o medo, a tristeza, a irritação, a incompreensão, a intolerância e a raiva,
impeçam nossas ações.
Somos
os responsáveis pela nossa vida!
Somos
capazes de enxergar a grandeza de tudo que temos, desde o amanhecer até o
anoitecer. Somos capazes de viver as emoções e os sentimentos, de rir e cantar,
de agradecer e perdoar, de estender a mão e de acolher.
E,
Deus que nos ama, nos inspira nas atitudes a tomar diante das nossas queixas e
reclamações. Queremos crescer com as contrariedades quando elas chegam! Porque
elas também vão embora...
Edição n.º 975 - página 03
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