Algumas
pessoas viviam num agrupamento afastado no meio da floresta, sem nenhum contato
com a civilização.
Certo
dia, o líder do grupo precisou ir até a cidade e passou três dias por lá.
Quando voltou, todos lhe perguntaram o que tinha visto de interessante na cidade.
Então
ele falou dos carros, da televisão e de tantas outras coisas que as pessoas
daquele grupo nunca tinham ouvido falar. Finalmente, disse: Mas, tem uma coisa
que foi a que mais me impressionou. É algo sensacional, que seria muito útil
para todos nós. Chama-se torneira. E continuou: A torneira vai resolver todos
os nossos problemas de água. Vou voltar à cidade com um saco de milho e trocá-lo
por uma delas. Vocês verão que com a torneira não vamos mais precisar carregar
água do riacho até aqui, nem armazenar água.
Assim
o homem voltou à cidade e de lá trouxe a torneira. Chamou todos do agrupamento,
fez um buraco na parede e a enfiou ali, satisfeito. Depois disse a todos: Agora
vejam como isso é uma coisa mágica. Vou girar esta parte da torneira e vai sair
água por ela.
Então,
ele abriu a torneira, mas dali não saiu água. Após muito insistir, o homem
acabou mudando a torneira para outro lugar, para ver se funcionava. Mas também
não funcionou. Tentou várias vezes, em vários locais diferentes, e nada.
Finalmente,
o homem disse aos demais:
-“Fui
enganado! Venderam-me uma torneira estragada”!
Esse
conto da filosofia oriental nos mostra como é importante conhecer o que está
por trás das aparências.
O
apego às coisas materiais muitas vezes nos impede de enxergar o que realmente
tem valor e significado. Esse apego cria a ansiedade, o vazio e é a porta
aberta para o medo. A sensação de sufoco atrapalha a nossa visão diante das
necessidades.
A
experiência que todos estamos vivendo hoje com o racionamento e falta de água
nos faz sentir na pele, que as soluções para os problemas não são mágicas...
Precisamos levar tudo isso muito a sério! Economizar, controlar o consumo,
mostrar responsabilidade no uso da água que ainda temos e criar projetos
alternativos de economia, como de armazenamento...
As
nossas ações, escolhas, atitudes, decisões, projetos, aspirações, desejos,
anseios de vida devem estar fundamentados na fé em nós mesmos e nas pessoas. O
que decidirmos e construirmos agora trará conseqüências para o futuro...
Pensando
e agindo assim, certamente estamos na contramão de tudo que vemos e sentimos na
sociedade hoje, que super valoriza o consumo e o que é material, passageiro e
descartável.
Não
podemos cair no engano da ‘torneira estragada’. É preciso estar atentos,
lúcidos, espertos, fortes e corajosos para valorizar a grandiosidade de nossa
vida, das nossas possibilidades, do nosso potencial, do que somos capazes de
realizar. É preciso buscar os motivos, as razões e os alicerces de tudo o que
queremos.
Somos
queridos e amados por Deus.
Edição n.º 976 - página 03
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