sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

NA CONTRAMÃO DO COTIDIANO




Algumas pessoas viviam num agrupamento afastado no meio da floresta, sem nenhum contato com a civilização.
Certo dia, o líder do grupo precisou ir até a cidade e passou três dias por lá. Quando voltou, todos lhe perguntaram o que tinha visto de interessante na cidade.
Então ele falou dos carros, da televisão e de tantas outras coisas que as pessoas daquele grupo nunca tinham ouvido falar. Finalmente, disse: Mas, tem uma coisa que foi a que mais me impressionou. É algo sensacional, que seria muito útil para todos nós. Chama-se torneira. E continuou: A torneira vai resolver todos os nossos problemas de água. Vou voltar à cidade com um saco de milho e trocá-lo por uma delas. Vocês verão que com a torneira não vamos mais precisar carregar água do riacho até aqui, nem armazenar água.
Assim o homem voltou à cidade e de lá trouxe a torneira. Chamou todos do agrupamento, fez um buraco na parede e a enfiou ali, satisfeito. Depois disse a todos: Agora vejam como isso é uma coisa mágica. Vou girar esta parte da torneira e vai sair água por ela.
Então, ele abriu a torneira, mas dali não saiu água. Após muito insistir, o homem acabou mudando a torneira para outro lugar, para ver se funcionava. Mas também não funcionou. Tentou várias vezes, em vários locais diferentes, e nada.
Finalmente, o homem disse aos demais:
-“Fui enganado! Venderam-me uma torneira estragada”!



Esse conto da filosofia oriental nos mostra como é importante conhecer o que está por trás das aparências.
O apego às coisas materiais muitas vezes nos impede de enxergar o que realmente tem valor e significado. Esse apego cria a ansiedade, o vazio e é a porta aberta para o medo. A sensação de sufoco atrapalha a nossa visão diante das necessidades.
A experiência que todos estamos vivendo hoje com o racionamento e falta de água nos faz sentir na pele, que as soluções para os problemas não são mágicas... Precisamos levar tudo isso muito a sério! Economizar, controlar o consumo, mostrar responsabilidade no uso da água que ainda temos e criar projetos alternativos de economia, como de armazenamento...  
As nossas ações, escolhas, atitudes, decisões, projetos, aspirações, desejos, anseios de vida devem estar fundamentados na fé em nós mesmos e nas pessoas. O que decidirmos e construirmos agora trará conseqüências para o futuro...     




Pensando e agindo assim, certamente estamos na contramão de tudo que vemos e sentimos na sociedade hoje, que super valoriza o consumo e o que é material, passageiro e descartável.
Não podemos cair no engano da ‘torneira estragada’. É preciso estar atentos, lúcidos, espertos, fortes e corajosos para valorizar a grandiosidade de nossa vida, das nossas possibilidades, do nosso potencial, do que somos capazes de realizar. É preciso buscar os motivos, as razões e os alicerces de tudo o que queremos.
Somos queridos e amados por Deus.















Edição n.º 976 - página 03


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