“Mais uma etapa da
desconstrução da hegemonia petista foi cumprida na noite de domingo com o
alijamento do partido das principais funções da Câmara, como presidências de
comissões ou postos na nova direção da Mesa, que será presidida, contra a
vontade do Palácio do Planalto, pelo peemedebista Eduardo Cunha. O governo, em
uma só eleição, perdeu o controle que sempre tentou manter sobre o Legislativo
e já não é possível garantir que CPIs perigosas para ele, como a da Petrobras,
deixarão de funcionar, ou terão sua constituição controlada pelo governo. A
presidente Dilma ganhou as duas eleições a bordo de uma aliança política
construída à base de mensalões e petrolões, e já não tem mais condições de
convencer ninguém de que é contra esses métodos.” (Merval
Pereira, O GLOBO, 03/02)
A reportagem de capa da última edição
da ÉPOCA é contundente: “Engolida
pela incompetência do PT, a empresa que orgulhava o Brasil encolhe num oceano
de corrupção e aderna perigosamente na
pior crise da história.”
A reportagem de capa da VEJA constata: “Executivos presos revoltados
com os políticos soltos. Empreiteiros ameaçando Lula e Dilma. São todos contra
todos na fase decisiva da Operação Lava Jato.”
E a charge que circula na internet
ironiza a destruição (depois do desfrute) da árvore da economia de mercado
plantada por FHC.
O advogado, professor emérito da
Universidade Mackenzie, da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e da
Escola Superior de Guerra Yves Gandra Martins escreveu um longo e detalhado
texto (Folha de S.Paulo 03/02), no
qual se
refere “à destruição da Petrobras,
reduzida à sua expressão nenhuma, nos anos de gestão da presidente Dilma
Rousseff como presidente do Conselho de Administração e como presidente da
República, por corrupção ou concussão, durante oito anos, com desfalque de
bilhões de reais, por dinheiro ilicitamente desviado e por operações
administrativas desastrosas, que levaram ao seu balanço não poder sequer ser
auditado. A insistência, no primeiro e no segundo mandatos, em manter a mesma
diretoria que levou à destruição da Petrobras está a demonstrar que a
improbidade por culpa fica caracterizada, continuando de um mandato ao outro.”
Yves Gandra Martins enumera
artigos, incisos e parágrafos da Constituição para concluir
que, “à luz de um raciocínio exclusivamente jurídico, há fundamentação para o
pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff por improbidade
administrativa, não decorrente de dolo, mas apenas de culpa. Por culpa, em
direito, são consideradas as figuras de omissão, imperícia, negligência e
imprudência”.
Que tempos de escândalos, corrupção e falta de ética!
Edição n.º 973 - página 01
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