Não é habitual pensarmos no
conceito de que minorias devam ou possam ser ouvidas. Muito menos que possam
mudar o rumo da economia. Ao tratar de assuntos referentes ao mundo
corporativo, como tendências de mercado ou estratégias para superar uma crise
econômica, é comum acreditar que isso nada tem a ver com educação – como se
educação fosse um tema à parte. Que engano!
Não são apenas os educadores por profissão
que enfatizam o papel transformador que uma boa e eficaz orientação educacional pode ter. Ainda bem, porque
assim há maior credibilidade na afirmação de que “a ignorância custa caro”. E
havendo maior credibilidade, é mais provável que possamos nos beneficiar com os
frutos deste enfoque.
Sejamos francos. Gosto
muito de usar como referências, conceitos que foram ou estão sendo, eficazes no
dia a
dia do mercado
de trabalho, na economia.
Já que o poder está frequentemente
relacionado a dinheiro, nada pode ser mais irrefutável. Não é nada produtivo
ficarmos falando da crise econômica mundial, apenas com enfoque no que se pode
perder, ou deixar de ganhar. É cômodo, mas muito prejudicial – nada mais mortal
que a acomodação! Ter uma rotina de procedimentos é uma coisa; viver na
monotonia, outra.
Há muito tempo a criatividade
deixou de ser atributo exclusivo de publicitários, escritores ou
inventores. Somos todos convidados a
desenvolvê-la, a aprimorá-la. E, onde se exercita a criatividade, não há espaço
para a mesmice. Assim, tudo fica mais dinâmico, interessante. Os inúmeros divórcios,
assassinatos e até o abuso de substâncias químicas, podem ser um indicador do
quanto há de verdade nestas afirmações – são o reflexo da inquietação mal
resolvida, dos rancores acumulados, da dificuldade para lidar com as próprias
emoções e da falta de humildade para buscar ajuda. Os problemas pessoais causam
impacto no comportamento, passando ao âmbito social. E o comportamento sempre
foi um dos fatores de relevância na oferta de produtos e serviços. Portanto,
uma nova forma de ver as coisas pode
mudar o mercado.
Mark Penn também é autor do livro
“Canhotos à solta”. Segundo ele, o número de canhotos quase dobrou no último
século. Não que antes eles não existissem. Mas eram considerados minoria, o que
não justificava que tivessem o próprio mercado, com utensílios próprios para
canhotos (como abridores, tesouras, mesas). Então eram forçados a usar a mão
direita. Hoje, graças às mudanças na educação, apesar de ainda serem menor
número, as portas do mercado se abriram para esse setor, e tem gente produzindo e ganhando a vida com
produtos feitos para uma minoria! Este é apenas um exemplo de que o pouco pode
ser muito. Pesquisar, descobrir e investir na educação, na produção, na criação
de produtos, na prestação de serviços e na geração de empregos, são ações que
continuam sendo as molas propulsoras do desenvolvimento sustentável.
Edição n.º 973 - página 07
Nenhum comentário:
Postar um comentário