sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

QUANDO O POUCO É MUITO

 

 “A mídia será definida por quais nichos ela atinge. Isso significa que o foco nos grandes veículos mudará para canais específicos, tanto no plano da informação como da publicidade.” – Mark Penn, autor do livro Microtendências.



Não é habitual pensarmos no conceito de que minorias devam ou possam ser ouvidas. Muito menos que possam mudar o rumo da economia. Ao tratar de assuntos referentes ao mundo corporativo, como tendências de mercado ou estratégias para superar uma crise econômica, é comum acreditar que isso nada tem a ver com educação – como se educação fosse um tema à parte. Que engano!
Não são apenas os educadores por profissão que enfatizam o papel transformador que uma boa e eficaz     orientação    educacional pode ter. Ainda bem, porque assim há maior credibilidade na afirmação de que “a ignorância custa caro”. E havendo maior credibilidade, é mais provável que possamos nos beneficiar com os frutos deste enfoque.
Sejamos francos. Gosto muito de usar como referências, conceitos que foram ou estão sendo, eficazes no dia  a  dia   do   mercado   de trabalho,  na  economia.  Já  que o poder está frequentemente relacionado a dinheiro, nada pode ser mais irrefutável. Não é nada produtivo ficarmos falando da crise econômica mundial, apenas com enfoque no que se pode perder, ou deixar de ganhar. É cômodo, mas muito prejudicial – nada mais mortal que a acomodação! Ter uma rotina de procedimentos é uma coisa; viver na monotonia, outra.


Há muito tempo a criatividade deixou de ser atributo exclusivo de publicitários, escritores ou inventores.  Somos todos convidados a desenvolvê-la, a aprimorá-la. E, onde se exercita a criatividade, não há espaço para a mesmice. Assim, tudo fica mais dinâmico, interessante. Os inúmeros divórcios, assassinatos e até o abuso de substâncias químicas, podem ser um indicador do quanto há de verdade nestas afirmações – são o reflexo da inquietação mal resolvida, dos rancores acumulados, da dificuldade para lidar com as próprias emoções e da falta de humildade para buscar ajuda. Os problemas pessoais causam impacto no comportamento, passando ao âmbito social. E o comportamento sempre foi um dos fatores de relevância na oferta de produtos e serviços. Portanto, uma nova forma de ver as coisas  pode mudar o mercado.



Mark Penn também é autor do livro “Canhotos à solta”. Segundo ele, o número de canhotos quase dobrou no último século. Não que antes eles não existissem. Mas eram considerados minoria, o que não justificava que tivessem o próprio mercado, com utensílios próprios para canhotos (como abridores, tesouras, mesas). Então eram forçados a usar a mão direita. Hoje, graças às mudanças na educação, apesar de ainda serem menor número, as portas do mercado se abriram para esse setor, e  tem gente produzindo e ganhando a vida com produtos feitos para uma minoria! Este é apenas um exemplo de que o pouco pode ser muito. Pesquisar, descobrir e investir na educação, na produção, na criação de produtos, na prestação de serviços e na geração de empregos, são ações que continuam sendo as molas propulsoras do desenvolvimento sustentável.














Edição n.º 973 - página 07

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